O ESTÚDIO GHIBLI PODERIA nunca ter existido se Suzuki, agora com 73 anos, não tivesse encontrado uma maneira de superar a raiva de Miyazaki. Os dois homens se conheceram em 1979, quando, como editora de uma revista de animação, Suzuki apareceu no local de trabalho de Miyazaki para conseguir uma entrevista. (Falo com Suzuki em uma sessão online separada, na qual ele é tão loquaz quanto Miyazaki é evasivo.) Como Suzuki lembra, o cineasta, nas estertores da pré-produção de seu primeiro longa, não queria nada com ele e o acusou de “Roubando crianças”, fazendo-as comprar sua revista. Em vez de desistir, Suzuki agarrou a mesa ao lado da de Miyazaki e começou a trabalhar na revista lá. Os homens ficaram curvados sem falar durante todo o dia e noite adentro, até que finalmente Miyazaki se levantou para ir para casa às 4 da manhã. Ele disse a Suzuki que voltaria às 9 da manhã, e então Suzuki voltou então também. Outro dia se passou em silêncio. Apenas no terceiro dia Miyazaki começou a falar.
Assim nasceu uma amizade que se tornaria uma colaboração criativa íntima: Para seu próximo filme, “Nausicaä do Vale do Vento”, Miyazaki consultou a Suzuki sobre assuntos desde a complexidade do estilo de desenho até a cena final, que Suzuki persuadiu ele para mudar (na primeira versão, a heroína simplesmente morre, o que Suzuki pensava que privava o público de catarse). Após o lançamento do filme, a Suzuki percebeu que teria que abrir seu próprio estúdio porque ninguém mais pagaria a conta por tais produções de mão-de-obra intensiva. Embora tenha exercido diversos cargos no Studio Ghibli ao longo das décadas (entre eles, presidente e, atualmente, produtor), seu verdadeiro papel é o de confidente e consigliere de Miyazaki. Eles conversavam quase diariamente e agora se encontram uma vez por semana – durante minha conversa com Miyazaki, ele nota que Suzuki está sentada ao lado dele, fora da tela, pedindo-lhe para terminar seu novo filme, que até agora levou quatro anos – e quando eles discordam sobre uma ideia, Suzuki, pelo menos por conta própria, tende a vencer.
Suzuki me disse que quando Miyazaki o procurou, pouco mais de um ano depois de se aposentar, para dizer que queria fazer outro filme, “Eu estava tipo, ‘Dá um tempo’.” Ele tentou dissuadi-lo, sugerindo que o melhor de Miyazaki o trabalho ficou para trás. Quando seu último filme, “The Wind Rises” foi lançado em 2013, foi bem nas bilheterias, mas ficou aquém de seus quatro filmes anteriores, talvez porque lidasse diretamente com a culpabilidade do Japão na guerra, ainda um assunto incômodo. Mas, no final das contas, a Suzuki cedeu porque, diz ele, “O propósito do Studio Ghibli é fazer filmes de Miyazaki”. O que acontecerá, então, quando Miyazaki se aposentar para sempre? Seu filho mais velho, Goro, 54, fez alguns filmes para o estúdio, incluindo o inteiramente animado por computador “Earwig and the Witch”, lançado nos Estados Unidos no inverno passado, com críticas em sua maioria que tiveram menos problemas com o filme em si do que com a quebra da tradição Ghibli. (O filho mais novo de Miyazaki, Keisuke, 51, é gravador.)
Nas capas
O ESTÚDIO GHIBLI PODERIA nunca ter existido se Suzuki, agora com 73 anos, não tivesse encontrado uma maneira de superar a raiva de Miyazaki. Os dois homens se conheceram em 1979, quando, como editora de uma revista de animação, Suzuki apareceu no local de trabalho de Miyazaki para conseguir uma entrevista. (Falo com Suzuki em uma sessão online separada, na qual ele é tão loquaz quanto Miyazaki é evasivo.) Como Suzuki lembra, o cineasta, nas estertores da pré-produção de seu primeiro longa, não queria nada com ele e o acusou de “Roubando crianças”, fazendo-as comprar sua revista. Em vez de desistir, Suzuki agarrou a mesa ao lado da de Miyazaki e começou a trabalhar na revista lá. Os homens ficaram curvados sem falar durante todo o dia e noite adentro, até que finalmente Miyazaki se levantou para ir para casa às 4 da manhã. Ele disse a Suzuki que voltaria às 9 da manhã, e então Suzuki voltou então também. Outro dia se passou em silêncio. Apenas no terceiro dia Miyazaki começou a falar.
Assim nasceu uma amizade que se tornaria uma colaboração criativa íntima: Para seu próximo filme, “Nausicaä do Vale do Vento”, Miyazaki consultou a Suzuki sobre assuntos desde a complexidade do estilo de desenho até a cena final, que Suzuki persuadiu ele para mudar (na primeira versão, a heroína simplesmente morre, o que Suzuki pensava que privava o público de catarse). Após o lançamento do filme, a Suzuki percebeu que teria que abrir seu próprio estúdio porque ninguém mais pagaria a conta por tais produções de mão-de-obra intensiva. Embora tenha exercido diversos cargos no Studio Ghibli ao longo das décadas (entre eles, presidente e, atualmente, produtor), seu verdadeiro papel é o de confidente e consigliere de Miyazaki. Eles conversavam quase diariamente e agora se encontram uma vez por semana – durante minha conversa com Miyazaki, ele nota que Suzuki está sentada ao lado dele, fora da tela, pedindo-lhe para terminar seu novo filme, que até agora levou quatro anos – e quando eles discordam sobre uma ideia, Suzuki, pelo menos por conta própria, tende a vencer.
Suzuki me disse que quando Miyazaki o procurou, pouco mais de um ano depois de se aposentar, para dizer que queria fazer outro filme, “Eu estava tipo, ‘Dá um tempo’.” Ele tentou dissuadi-lo, sugerindo que o melhor de Miyazaki o trabalho ficou para trás. Quando seu último filme, “The Wind Rises” foi lançado em 2013, foi bem nas bilheterias, mas ficou aquém de seus quatro filmes anteriores, talvez porque lidasse diretamente com a culpabilidade do Japão na guerra, ainda um assunto incômodo. Mas, no final das contas, a Suzuki cedeu porque, diz ele, “O propósito do Studio Ghibli é fazer filmes de Miyazaki”. O que acontecerá, então, quando Miyazaki se aposentar para sempre? Seu filho mais velho, Goro, 54, fez alguns filmes para o estúdio, incluindo o inteiramente animado por computador “Earwig and the Witch”, lançado nos Estados Unidos no inverno passado, com críticas em sua maioria que tiveram menos problemas com o filme em si do que com a quebra da tradição Ghibli. (O filho mais novo de Miyazaki, Keisuke, 51, é gravador.)
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