FOTO DO ARQUIVO: Xiomara Castro, candidata presidencial do Partido Libre, de oposição, dirige-se a apoiadores durante o comício de encerramento de sua campanha eleitoral em San Pedro Sula, Honduras, em 20 de novembro de 2021. REUTERS / Yoseph Amaya / Foto do arquivo
25 de novembro de 2021
Por Gustavo Palencia
TEGUCIGALPA (Reuters) – A candidata esquerdista Xiomara Castro, candidata de esquerda à presidência de Honduras, ganhou destaque na política quando seu marido, o ex-presidente Manuel Zelaya, foi deposto por um golpe militar em 2009.
Abandonando o papel tradicional de esposa do presidente, ela se destacou e liderou um grande movimento de protesto, aprimorando sua personalidade pública em discursos para milhares de apoiadores.
Embora o movimento não tenha alcançado a meta de reintegrar seu marido, ele criou o partido Liberdade e Refundação (Libre), que agora a colocou ao alcance da presidência.
Como favorita das pesquisas de opinião, ela poderia acabar com um longo período de governo bipartidário em Honduras, que foi governado pelo Partido Nacional e pelo Partido Liberal por mais de 100 anos. Ela também seria a primeira mulher a ser presidente de Honduras.
Em 2013, Castro perdeu sua primeira candidatura presidencial contra o titular Juan Orlando Hernandez do Partido Nacional, concorrendo em uma plataforma bem à esquerda do candidato do Partido Liberal.
“Acredito firmemente que o socialismo democrático que proponho é a solução para tirar Honduras do abismo em que fomos enterrados pelo neoliberalismo, um narcoditador e a corrupção”, disse Castro em um discurso de campanha.
O presidente Juan Orlando Hernandez, do governante Partido Nacional, enfrentou acusações de envolvimento no tráfico de drogas, que ele negou repetidamente.
SOCIALISMO DEMOCRÁTICO
O segundo de cinco filhos em uma família de classe média, Castro nasceu em 1959 em Tegucigalpa. Ela se formou em administração de empresas e mais tarde mudou-se para o nordeste da capital, onde criou quatro filhos com Zelaya.
Promovendo o “socialismo democrático”, Castro quer descriminalizar o aborto, reduzir as taxas bancárias para remessas, criar uma comissão anticorrupção apoiada pela ONU e revogar uma nova lei que, segundo ela, alimenta a corrupção e o tráfico de drogas.
Apesar das semelhanças na política, Zelaya não desempenhou um papel importante na campanha de sua esposa como fez em 2013.
“O ex-presidente Zelaya sabe que como coordenador do partido tem uma relação de respeito com o presidente”, disse a historiadora e amiga de longa data da candidata Anarella Velez.
Velez acrescentou que a personalidade obstinada de Fidel a manteria firmemente no controle do governo.
Quando Zelaya era presidente, Castro era especialmente ativo na formulação de políticas e pressionava por programas sociais e subsídios para crianças pobres, mulheres e idosos, o que ajudou a aumentar sua popularidade.
Ela também dirigiu empresas agrícolas e madeireiras no setor privado.
O Partido Nacional, que tem sido assolado por escândalos de corrupção, tem tentado enganar Fidel para permanecer no poder.
“Votar em Xiomara é votar em comunismo, socialismo, caos, fome, violência, repressão, aborto, pobreza”, dizia um anúncio de ataque do Partido Nacional na televisão e nas redes sociais.
No entanto, embora o partido Libre de Castro faça parte do Fórum de São Paulo, uma organização com o objetivo de reimaginar a esquerda latino-americana após a queda do muro de Berlim, muitos duvidam que Fidel adotará políticas radicais.
“Podemos ver alguns se aproximando de governos que pregam o socialismo do século 19, mas será mais uma formalidade do que qualquer outra coisa”, disse o analista político Raul Pineda.
“Honduras depende do comércio com os Estados Unidos e é tão fraca que não consegue sobreviver nem a um mês de isolamento econômico de Washington.”
(Reportagem de Gustavo Palencia, escrita de Jake Kincaid; edição de Grant McCool)
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FOTO DO ARQUIVO: Xiomara Castro, candidata presidencial do Partido Libre, de oposição, dirige-se a apoiadores durante o comício de encerramento de sua campanha eleitoral em San Pedro Sula, Honduras, em 20 de novembro de 2021. REUTERS / Yoseph Amaya / Foto do arquivo
25 de novembro de 2021
Por Gustavo Palencia
TEGUCIGALPA (Reuters) – A candidata esquerdista Xiomara Castro, candidata de esquerda à presidência de Honduras, ganhou destaque na política quando seu marido, o ex-presidente Manuel Zelaya, foi deposto por um golpe militar em 2009.
Abandonando o papel tradicional de esposa do presidente, ela se destacou e liderou um grande movimento de protesto, aprimorando sua personalidade pública em discursos para milhares de apoiadores.
Embora o movimento não tenha alcançado a meta de reintegrar seu marido, ele criou o partido Liberdade e Refundação (Libre), que agora a colocou ao alcance da presidência.
Como favorita das pesquisas de opinião, ela poderia acabar com um longo período de governo bipartidário em Honduras, que foi governado pelo Partido Nacional e pelo Partido Liberal por mais de 100 anos. Ela também seria a primeira mulher a ser presidente de Honduras.
Em 2013, Castro perdeu sua primeira candidatura presidencial contra o titular Juan Orlando Hernandez do Partido Nacional, concorrendo em uma plataforma bem à esquerda do candidato do Partido Liberal.
“Acredito firmemente que o socialismo democrático que proponho é a solução para tirar Honduras do abismo em que fomos enterrados pelo neoliberalismo, um narcoditador e a corrupção”, disse Castro em um discurso de campanha.
O presidente Juan Orlando Hernandez, do governante Partido Nacional, enfrentou acusações de envolvimento no tráfico de drogas, que ele negou repetidamente.
SOCIALISMO DEMOCRÁTICO
O segundo de cinco filhos em uma família de classe média, Castro nasceu em 1959 em Tegucigalpa. Ela se formou em administração de empresas e mais tarde mudou-se para o nordeste da capital, onde criou quatro filhos com Zelaya.
Promovendo o “socialismo democrático”, Castro quer descriminalizar o aborto, reduzir as taxas bancárias para remessas, criar uma comissão anticorrupção apoiada pela ONU e revogar uma nova lei que, segundo ela, alimenta a corrupção e o tráfico de drogas.
Apesar das semelhanças na política, Zelaya não desempenhou um papel importante na campanha de sua esposa como fez em 2013.
“O ex-presidente Zelaya sabe que como coordenador do partido tem uma relação de respeito com o presidente”, disse a historiadora e amiga de longa data da candidata Anarella Velez.
Velez acrescentou que a personalidade obstinada de Fidel a manteria firmemente no controle do governo.
Quando Zelaya era presidente, Castro era especialmente ativo na formulação de políticas e pressionava por programas sociais e subsídios para crianças pobres, mulheres e idosos, o que ajudou a aumentar sua popularidade.
Ela também dirigiu empresas agrícolas e madeireiras no setor privado.
O Partido Nacional, que tem sido assolado por escândalos de corrupção, tem tentado enganar Fidel para permanecer no poder.
“Votar em Xiomara é votar em comunismo, socialismo, caos, fome, violência, repressão, aborto, pobreza”, dizia um anúncio de ataque do Partido Nacional na televisão e nas redes sociais.
No entanto, embora o partido Libre de Castro faça parte do Fórum de São Paulo, uma organização com o objetivo de reimaginar a esquerda latino-americana após a queda do muro de Berlim, muitos duvidam que Fidel adotará políticas radicais.
“Podemos ver alguns se aproximando de governos que pregam o socialismo do século 19, mas será mais uma formalidade do que qualquer outra coisa”, disse o analista político Raul Pineda.
“Honduras depende do comércio com os Estados Unidos e é tão fraca que não consegue sobreviver nem a um mês de isolamento econômico de Washington.”
(Reportagem de Gustavo Palencia, escrita de Jake Kincaid; edição de Grant McCool)
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