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Jeff Bezos (à esquerda) e Richard Branson reivindicam créditos verdes por seus empreendimentos de voos espaciais. Foto / AP
OPINIÃO:
Depois de anos de trabalho e bilhões de dólares, Sir Richard Branson e Jeff Bezos estão se preparando para subir em suas próprias espaçonaves e fazer uma viagem até a borda do espaço para provar que
o turismo espacial é um negócio viável. Ambos reivindicam créditos verdes por seus esforços. A empresa de voos espaciais de Branson, Virgin Galactic, diz que tem como foco a “sustentabilidade ambiental”. Bezos acredita que as viagens espaciais oferecem uma solução potencial para as mudanças climáticas. Mas a potência necessária para voar até lá merece exame.
As emissões do lançamento de foguetes podem incluir carbono negro (também conhecido como fuligem), bem como CO2. Quanto mais alto uma espaçonave voa, mais combustível ela requer. O orbitador do ônibus espacial precisava de quase 720.000 kg de combustível líquido e 500.000 kg de combustível sólido de foguete para chegar ao espaço.
Os voos espaciais suborbitais da Virgin Galactic e o Blue Origin de Bezos requerem menos energia. O novo Shepard reutilizável da Blue Origin usa um motor movido a hidrogênio líquido para viajar mais de 60 milhas acima da Terra. O combustível de hidrogênio não emite carbono – embora sua produção frequentemente o faça.
O foguete VSS Unity no qual Branson viajará é lançado do ar e queima combustível sólido por um minuto para voar cerca de 50 milhas acima da Terra. A Virgin Galactic compara a pegada de carbono para os passageiros a uma passagem de ida e volta em classe executiva em um voo transatlântico. Usando dados da Organização da Aviação Civil Internacional, isso significa cerca de 1.238 kg de CO2 por passageiro.
Os comprimentos de viagem não são os mesmos, no entanto. Um vôo transatlântico de retorno cobre cerca de 6.900 milhas. A viagem da Virgin Galactic para cima e para baixo soma cerca de 160 quilômetros. Por passageiro, por milha, as emissões de CO2 são de 12 kg de CO2 para a viagem espacial da Virgin contra 0,2 kg de CO2 para o voo comercial.
A pegada geral de CO2 de voos espaciais parece modesta, principalmente porque voos de foguetes ainda são raros. Mas se o turismo espacial decolar, espere mais foco no impacto ambiental desse novo hobby para os ricos.
– Lex é um serviço premium de comentários diários do Financial Times.
© Financial Times
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