MOSCOU – A Suprema Corte da Rússia ordenou na terça-feira a liquidação da Memorial International, uma das organizações de direitos humanos mais antigas e reverenciadas do país, que registrou repressões políticas e se tornou um símbolo da democratização do país após o colapso da União Soviética.
A decisão vem após um ano de ampla repressão à oposição na Rússia e mais de três décadas depois que o Memorial foi fundado por um grupo de dissidentes soviéticos que acreditavam que o país precisava se reconciliar com seu passado traumático para seguir em frente. Em particular, o grupo se dedicou a preservar a memória dos muitos milhares de russos que morreram ou foram perseguidos em campos de trabalhos forçados durante a era Stalin.
A decisão do juiz citou o que considerou violações repetidas da lei de agentes estrangeiros. Aprovada em 2012, a lei foi criticada pela oposição do país como um veículo projetado pelo estado russo para abafar todos os dissidentes no país. Ele ordena que todas as organizações que recebem financiamento estrangeiro e se engajam em atividades políticas vagamente definidas se rotulem como “agentes estrangeiros”, uma designação que carrega o estigma de estar na folha de pagamento de governos estrangeiros.
Durante a audiência final, os promotores disseram que o Memorial “cria uma falsa imagem da União Soviética como um estado terrorista” e tenta “reabilitar os criminosos nazistas”.
A Memorial rejeitou todas as alegações contra ela como infundadas e chamou sua perseguição de “motivações políticas”.
A decisão veio quando os manifestantes se aglomeraram do lado de fora do tribunal.
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