TÓQUIO – Um tribunal japonês condenou na segunda-feira dois americanos à prisão por terem ajudado o ex-líder da Nissan, Carlos Ghosn, a pular fiança e fugir do Japão.
Michael Taylor, 60, foi condenado a dois anos e seu filho Peter Maxwell Taylor, 28, foi condenado a um ano e oito meses. Os homens ajudaram a contrabandear Ghosn para um jato particular e levá-lo para o Líbano enquanto ele aguardava julgamento no Japão sob a acusação de irregularidades financeiras.
Os homens admitiram seu papel na fuga durante um processo judicial em Tóquio em junho. Ao proferir a sentença, o juiz disse que suas ações haviam causado “danos extremos” ao sistema de justiça japonês e que o tempo na prisão era “inevitável”, segundo reportagens locais.
O Sr. Ghosn escapou do Japão em 2019, pouco antes do Dia de Ano Novo. Ele estava sob fiança depois de ter sido preso várias vezes e acreditava que o sistema de justiça do Japão nunca lhe daria um julgamento justo.
Os Taylors o ajudaram a planejar e executar uma fuga, parte da qual incluiu ser escondido em uma caixa para ser colocado em um vôo primeiro para a Turquia e depois para Beirute.
O pai e o filho voltaram para os Estados Unidos, onde as autoridades americanas os prenderam na primavera de 2020. Após meses de tentativas de impedir a extradição, eles foram entregues ao Japão em março e julgados três meses depois.
No tribunal no mês passado, os Taylors expressaram remorso por seu papel na fuga.
Ghosn permanece no Líbano, onde empreendeu uma campanha para reabilitar sua imagem e chamar a atenção para o que ele caracterizou como falhas do sistema judiciário japonês. Ele disse que não cometeu nenhum delito e que as acusações contra ele foram produto de intriga corporativa apoiada pelo governo japonês.
O Líbano não tem um tratado de extradição com o Japão, protegendo efetivamente Ghosn de compartilhar o destino dos Taylor.
Outro ex-executivo da Nissan, um americano chamado Greg Kelly, está atualmente sendo julgado no Japão por acusações relacionadas à ocultação da remuneração de Ghosn. Ele diz que é inocente.
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