FOTO DE ARQUIVO: O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, fala a membros da mídia sobre o país não enviar armas para a Ucrânia depois que representantes ucranianos pediram ao Senado do país armas e assistência militar um dia antes no Palácio Nacional na Cidade do México, México março 4, 2022. Presidência do México/Divulgação via REUTERS
10 de março de 2022
CIDADE DO MÉXICO (Reuters) – O presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, disse nesta quinta-feira que as críticas que ele enfrentou por uma série de assassinatos de jornalistas fazem parte de uma campanha para minar seu governo e equivale a um “golpe suave” orquestrado por empresas de mídia.
Ativistas locais, grupos internacionais e legisladores dos EUA pediram a López Obrador que faça mais para conter a violência e proteger os repórteres, já que pelo menos seis jornalistas foram mortos no México até agora em 2022, um início de ano ameaçadoramente mortal para os trabalhadores da mídia com homicídios já perto de níveis recordes.
Até mesmo o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, expressou preocupação com a onda de assassinatos de jornalistas.
“Há uma campanha contra o governo que represento que está se aproveitando dessa circunstância infeliz”, disse López Obrador em entrevista coletiva em resposta a uma pergunta sobre se seu governo falhou em proteger os trabalhadores da mídia.
Após a conferência, o Parlamento Europeu, órgão legislativo da União Europeia, aprovou uma resolução pedindo ao México “assegurar que defensores de direitos humanos e jornalistas possam continuar suas atividades sem medo de represálias”.
Também disse que “observa com preocupação as críticas sistemáticas e duras usadas pelas mais altas autoridades do governo mexicano contra jornalistas”, em um texto publicado em seu site.
López Obrador, que realiza conferências diárias que costumam durar mais de duas horas, intensificou seus ataques a jornalistas e meios de comunicação que considera hostis ao seu governo e acusa de serem peões da direita e das elites “conservadoras”.
“É uma espécie de golpe. Não é mais o golpe militar tradicional, é um golpe brando com o poder da mídia que geralmente controla a opinião pública”, disse López Obrador.
Cerca de 145 jornalistas foram mortos no México de 2000 a 2021, de acordo com a organização de direitos humanos Artigo 19, tornando o país um dos mais mortíferos para jornalistas.
O pior ano da história recente foi 2017, com 12 assassinatos, seguido de 2010, com 10.
“A inação do governo mexicano permite que a impunidade que alimenta esses ataques apodreça e cimente seu status abismal como o país mais mortífero do hemisfério para jornalistas”, disse Jan-Albert Hootsen, representante do México no Comitê para a Proteção dos Jornalistas, em comunicado na quarta-feira.
(Reportagem de Anthony Esposito; reportagem adicional de Lizbeth Diaz, Valentine Hilaire e Kylie Madry; Edição de Alexandra Hudson e Jonathan Oatis)
FOTO DE ARQUIVO: O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, fala a membros da mídia sobre o país não enviar armas para a Ucrânia depois que representantes ucranianos pediram ao Senado do país armas e assistência militar um dia antes no Palácio Nacional na Cidade do México, México março 4, 2022. Presidência do México/Divulgação via REUTERS
10 de março de 2022
CIDADE DO MÉXICO (Reuters) – O presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, disse nesta quinta-feira que as críticas que ele enfrentou por uma série de assassinatos de jornalistas fazem parte de uma campanha para minar seu governo e equivale a um “golpe suave” orquestrado por empresas de mídia.
Ativistas locais, grupos internacionais e legisladores dos EUA pediram a López Obrador que faça mais para conter a violência e proteger os repórteres, já que pelo menos seis jornalistas foram mortos no México até agora em 2022, um início de ano ameaçadoramente mortal para os trabalhadores da mídia com homicídios já perto de níveis recordes.
Até mesmo o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, expressou preocupação com a onda de assassinatos de jornalistas.
“Há uma campanha contra o governo que represento que está se aproveitando dessa circunstância infeliz”, disse López Obrador em entrevista coletiva em resposta a uma pergunta sobre se seu governo falhou em proteger os trabalhadores da mídia.
Após a conferência, o Parlamento Europeu, órgão legislativo da União Europeia, aprovou uma resolução pedindo ao México “assegurar que defensores de direitos humanos e jornalistas possam continuar suas atividades sem medo de represálias”.
Também disse que “observa com preocupação as críticas sistemáticas e duras usadas pelas mais altas autoridades do governo mexicano contra jornalistas”, em um texto publicado em seu site.
López Obrador, que realiza conferências diárias que costumam durar mais de duas horas, intensificou seus ataques a jornalistas e meios de comunicação que considera hostis ao seu governo e acusa de serem peões da direita e das elites “conservadoras”.
“É uma espécie de golpe. Não é mais o golpe militar tradicional, é um golpe brando com o poder da mídia que geralmente controla a opinião pública”, disse López Obrador.
Cerca de 145 jornalistas foram mortos no México de 2000 a 2021, de acordo com a organização de direitos humanos Artigo 19, tornando o país um dos mais mortíferos para jornalistas.
O pior ano da história recente foi 2017, com 12 assassinatos, seguido de 2010, com 10.
“A inação do governo mexicano permite que a impunidade que alimenta esses ataques apodreça e cimente seu status abismal como o país mais mortífero do hemisfério para jornalistas”, disse Jan-Albert Hootsen, representante do México no Comitê para a Proteção dos Jornalistas, em comunicado na quarta-feira.
(Reportagem de Anthony Esposito; reportagem adicional de Lizbeth Diaz, Valentine Hilaire e Kylie Madry; Edição de Alexandra Hudson e Jonathan Oatis)
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