Policiais ficam em frente ao Congresso Nacional enquanto o Senado debate o acordo do governo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), em Buenos Aires, Argentina 17 de março de 2022. REUTERS/Agustin Marcarian
18 de março de 2022
Por Nicolás Misculin
BUENOS AIRES (Reuters) – O Senado da Argentina votou na noite de quinta-feira para aprovar um acordo de dívida de 45 bilhões de dólares com o Fundo Monetário Internacional (FMI), convertendo o acordo em lei e garantindo que o país economicamente prejudicado possa evitar outro default confuso.
Após um longo debate, o acordo de reestruturação da dívida do FMI, apoiado pelo presidente Alberto Fernandez, foi aprovado com 56 senadores votando a favor, 13 contra e três abstenções.
O governo peronista de centro-esquerda do país sul-americano, liderado por Fernandez, fechou um acordo em nível de equipe com o credor internacional no início de março, que foi aprovado na semana passada pela Câmara dos Deputados.
Agora precisa ser assinado pelo conselho do FMI.
O acordo estabelece um novo cronograma de financiamento ao longo de um período de 30 meses para substituir um programa fracassado de US$ 57 bilhões de 2018 que o país produtor de grãos não conseguiu pagar após anos de recessão, inflação em espiral e fuga de capitais.
Ele recebeu amplo apoio da oposição de centro-direita, embora alguns legisladores do partido no poder tenham se oposto citando as restrições econômicas associadas, que incluem a redução do déficit fiscal, aumento das taxas de juros e corte de subsídios à energia.
“Este acordo nos permitirá acumular reservas, o que favorecerá as trocas da Argentina com o mundo e permitirá um crescimento sustentado”, disse durante o debate a senadora Sandra Mendoza, dos peronistas governistas.
Roberto Basualdo, senador da aliança de oposição Juntos pela Mudança, disse à Reuters no início do dia que a aprovação do acordo era fundamental para qualquer expansão econômica futura.
“Precisamos crescer e a única maneira de crescer é estar nos mercados internacionais”, disse ele.
Muitos legisladores enfatizaram que a votação remove o pior cenário para as perspectivas econômicas de curto prazo.
“Ao aprovar este acordo, estamos priorizando os interesses da república argentina evitando o calote”, disse o senador José Torello, da aliança da oposição.
Fernandez quer uma rápida aprovação do acordo antes de um pagamento de US$ 2,8 bilhões devido ao FMI no início da próxima semana e outros bilhões no final deste ano. O novo programa veria reembolsos feitos entre 2026 e 2034.
(Reportagem de Nicolás Misculin; reportagem adicional de Lucila Sigal e Eliana Raszewski; edição de Adam Jourdan, Hugh Lawson e David Alire Garcia)
Policiais ficam em frente ao Congresso Nacional enquanto o Senado debate o acordo do governo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), em Buenos Aires, Argentina 17 de março de 2022. REUTERS/Agustin Marcarian
18 de março de 2022
Por Nicolás Misculin
BUENOS AIRES (Reuters) – O Senado da Argentina votou na noite de quinta-feira para aprovar um acordo de dívida de 45 bilhões de dólares com o Fundo Monetário Internacional (FMI), convertendo o acordo em lei e garantindo que o país economicamente prejudicado possa evitar outro default confuso.
Após um longo debate, o acordo de reestruturação da dívida do FMI, apoiado pelo presidente Alberto Fernandez, foi aprovado com 56 senadores votando a favor, 13 contra e três abstenções.
O governo peronista de centro-esquerda do país sul-americano, liderado por Fernandez, fechou um acordo em nível de equipe com o credor internacional no início de março, que foi aprovado na semana passada pela Câmara dos Deputados.
Agora precisa ser assinado pelo conselho do FMI.
O acordo estabelece um novo cronograma de financiamento ao longo de um período de 30 meses para substituir um programa fracassado de US$ 57 bilhões de 2018 que o país produtor de grãos não conseguiu pagar após anos de recessão, inflação em espiral e fuga de capitais.
Ele recebeu amplo apoio da oposição de centro-direita, embora alguns legisladores do partido no poder tenham se oposto citando as restrições econômicas associadas, que incluem a redução do déficit fiscal, aumento das taxas de juros e corte de subsídios à energia.
“Este acordo nos permitirá acumular reservas, o que favorecerá as trocas da Argentina com o mundo e permitirá um crescimento sustentado”, disse durante o debate a senadora Sandra Mendoza, dos peronistas governistas.
Roberto Basualdo, senador da aliança de oposição Juntos pela Mudança, disse à Reuters no início do dia que a aprovação do acordo era fundamental para qualquer expansão econômica futura.
“Precisamos crescer e a única maneira de crescer é estar nos mercados internacionais”, disse ele.
Muitos legisladores enfatizaram que a votação remove o pior cenário para as perspectivas econômicas de curto prazo.
“Ao aprovar este acordo, estamos priorizando os interesses da república argentina evitando o calote”, disse o senador José Torello, da aliança da oposição.
Fernandez quer uma rápida aprovação do acordo antes de um pagamento de US$ 2,8 bilhões devido ao FMI no início da próxima semana e outros bilhões no final deste ano. O novo programa veria reembolsos feitos entre 2026 e 2034.
(Reportagem de Nicolás Misculin; reportagem adicional de Lucila Sigal e Eliana Raszewski; edição de Adam Jourdan, Hugh Lawson e David Alire Garcia)
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