FOTO DE ARQUIVO: Árvores cobertas de lama são fotografadas após o rompimento de uma barragem de propriedade da Vale SA e BHP Billiton Ltd em Mariana, Brasil, 6 de novembro de 2015. REUTERS/Ricardo Moraes/Foto de arquivo
31 de março de 2022
Por Kirstin Ridley
LONDRES (Reuters) – A gigante de mineração anglo-australiana BHP está se preparando para enfrentar um processo de 5 bilhões de libras (6,6 bilhões de dólares) no Tribunal de Apelação de Londres na próxima semana, lançado por cerca de 200.000 brasileiros devido a um devastador rompimento de barragem em 2015.
A reclamação, uma das maiores da história jurídica inglesa, busca responsabilizar a BHP pelo desastre nos tribunais ingleses, emulando ações movidas em Londres contra a mineradora Vedanta e a gigante petrolífera Shell por moradores por suposta poluição na Zâmbia e derramamentos de óleo no Níger. delta respectivamente.
O caso Vedanta já foi resolvido.
O rompimento da barragem de Fundão, de propriedade do empreendimento Samarco entre a BHP e a gigante brasileira de mineração de minério de ferro Vale, é o pior desastre ambiental do Brasil.
Dezenove foram mortos e aldeias destruídas por uma torrente de mais de 40 milhões de metros cúbicos de resíduos de mineração que varreu o rio Doce e o Oceano Atlântico a mais de 650 km (400 milhas) de distância.
Tom Goodhead, sócio-gerente do escritório de advocacia PGMBM, que está apresentando a reclamação em nome de indivíduos – incluindo indígenas – empresas, igrejas, organizações e municípios, disse à Reuters que a equipe estava “muito confiante”.
Cerca de 120.000 reclamantes foram a centros de atendimento no Brasil para atualizar seus dados nos últimos meses, disse ele, e outros 100.000 novos clientes em potencial queriam se juntar.
A BHP, a maior mineradora do mundo em valor de mercado, classificou o caso como inútil e perdulário, dizendo que duplica procedimentos no Brasil e o trabalho da Fundação Renova, entidade criada pela empresa e seus parceiros brasileiros para gerenciar reparações e reparos.
A empresa diz que está totalmente comprometida em “fazer a coisa certa” e pagou quase 9 bilhões de reais (US$ 1,89 bilhão) em compensação e ajuda financeira direta a mais de 360.000 pessoas e terá gasto cerca de 30 bilhões de reais em programas de reparação e compensação por ano -fim.
Os advogados reclamantes argumentam que a maioria dos clientes não entrou com processos no Brasil ou buscou uma compensação que os exclua dos processos ingleses e que o litígio brasileiro é tão longo que não pode fornecer reparação total em um prazo realista.
Mas Goodhead admitiu que o caso foi uma montanha-russa.
Foi bloqueado pelo Supremo Tribunal inglês em 2020 e, um ano depois, pelo Tribunal de Recurso, que inicialmente concordou que seria “irremediavelmente incontrolável”.
Mas depois de uma última audiência oral, os juízes do Tribunal de Apelação em julho passado fizeram uma rara reviravolta, afirmando que o caso tinha uma “perspectiva real de sucesso”.
A audiência de cinco dias, que começa na segunda-feira, ajudará a estabelecer se o caso pode ser ouvido na Grã-Bretanha, embora se espere que o julgamento seja reservado – e o caso possa ser apelado para a Suprema Corte.
Outros julgamentos determinarão a responsabilidade e quantificarão os danos na ausência de qualquer acordo.
(US$ 1 = 0,7623 libras)
($1 = 4.7704 reais)
(Reportagem de Kirstin Ridley; Edição de Elaine Hardcastle)
FOTO DE ARQUIVO: Árvores cobertas de lama são fotografadas após o rompimento de uma barragem de propriedade da Vale SA e BHP Billiton Ltd em Mariana, Brasil, 6 de novembro de 2015. REUTERS/Ricardo Moraes/Foto de arquivo
31 de março de 2022
Por Kirstin Ridley
LONDRES (Reuters) – A gigante de mineração anglo-australiana BHP está se preparando para enfrentar um processo de 5 bilhões de libras (6,6 bilhões de dólares) no Tribunal de Apelação de Londres na próxima semana, lançado por cerca de 200.000 brasileiros devido a um devastador rompimento de barragem em 2015.
A reclamação, uma das maiores da história jurídica inglesa, busca responsabilizar a BHP pelo desastre nos tribunais ingleses, emulando ações movidas em Londres contra a mineradora Vedanta e a gigante petrolífera Shell por moradores por suposta poluição na Zâmbia e derramamentos de óleo no Níger. delta respectivamente.
O caso Vedanta já foi resolvido.
O rompimento da barragem de Fundão, de propriedade do empreendimento Samarco entre a BHP e a gigante brasileira de mineração de minério de ferro Vale, é o pior desastre ambiental do Brasil.
Dezenove foram mortos e aldeias destruídas por uma torrente de mais de 40 milhões de metros cúbicos de resíduos de mineração que varreu o rio Doce e o Oceano Atlântico a mais de 650 km (400 milhas) de distância.
Tom Goodhead, sócio-gerente do escritório de advocacia PGMBM, que está apresentando a reclamação em nome de indivíduos – incluindo indígenas – empresas, igrejas, organizações e municípios, disse à Reuters que a equipe estava “muito confiante”.
Cerca de 120.000 reclamantes foram a centros de atendimento no Brasil para atualizar seus dados nos últimos meses, disse ele, e outros 100.000 novos clientes em potencial queriam se juntar.
A BHP, a maior mineradora do mundo em valor de mercado, classificou o caso como inútil e perdulário, dizendo que duplica procedimentos no Brasil e o trabalho da Fundação Renova, entidade criada pela empresa e seus parceiros brasileiros para gerenciar reparações e reparos.
A empresa diz que está totalmente comprometida em “fazer a coisa certa” e pagou quase 9 bilhões de reais (US$ 1,89 bilhão) em compensação e ajuda financeira direta a mais de 360.000 pessoas e terá gasto cerca de 30 bilhões de reais em programas de reparação e compensação por ano -fim.
Os advogados reclamantes argumentam que a maioria dos clientes não entrou com processos no Brasil ou buscou uma compensação que os exclua dos processos ingleses e que o litígio brasileiro é tão longo que não pode fornecer reparação total em um prazo realista.
Mas Goodhead admitiu que o caso foi uma montanha-russa.
Foi bloqueado pelo Supremo Tribunal inglês em 2020 e, um ano depois, pelo Tribunal de Recurso, que inicialmente concordou que seria “irremediavelmente incontrolável”.
Mas depois de uma última audiência oral, os juízes do Tribunal de Apelação em julho passado fizeram uma rara reviravolta, afirmando que o caso tinha uma “perspectiva real de sucesso”.
A audiência de cinco dias, que começa na segunda-feira, ajudará a estabelecer se o caso pode ser ouvido na Grã-Bretanha, embora se espere que o julgamento seja reservado – e o caso possa ser apelado para a Suprema Corte.
Outros julgamentos determinarão a responsabilidade e quantificarão os danos na ausência de qualquer acordo.
(US$ 1 = 0,7623 libras)
($1 = 4.7704 reais)
(Reportagem de Kirstin Ridley; Edição de Elaine Hardcastle)
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