Lamont Marcell Jacobs comemora após vencer a Final dos 100m Masculinos. Foto / Getty
Não era assim que o script deveria funcionar na busca pelo substituto de Usain Bolt.
Pela primeira vez desde 2004, um nome que não é Bolt está no topo do mundo, mas poucos teriam previsto que seria o italiano Lamont Marcell Jacobs.
Em um dos maiores boilovers da história olímpica, o ex-saltador de 26 anos correu 9,80 segundos para derrotar o americano Fred Kerley (9,84 segundos) com o canadense Andre de Grasse (9,89 segundos) rebaixado ao bronze pela segunda vez.
Jacobs não estava na conversa que antecedeu a Tóquio sobre quem seria o novo rei do sprint para substituir Bolt.
Ele nem chegou à final do campeonato mundial de 2019 e sua única medalha de ouro anterior veio no campeonato europeu indoor acima de 60m.
Em tempos bizarros, havia todo tipo de loucura em torno dos 100 metros masculinos.
Zharnel Hughes, da Grã-Bretanha, criou mais drama ao quebrar e ser desclassificado da final, que curiosamente não tinha jamaicanos.
Havia dois americanos – mas não o favorito – e corredores da Nigéria, África do Sul, Canadá, Itália e China.
O drama começou nas semifinais, quando o chinês Su Bingtian, 31, arrebatou o campo marcando um recorde asiático de 9,83 segundos, tornando-se o primeiro homem asiático a chegar à final olímpica dos 100 metros em 89 anos.
A maior vítima foi o americano Trayvon Bromell, favorito dos jogos antes dos Jogos, que estava lento no calor e lutou novamente, terminando em terceiro em 10.00seg para perder uma vaga na final.
Jacobs colocou sua aposta no solo nas semifinais, quando se tornou o primeiro italiano a chegar à final olímpica, após bater um recorde europeu de 9,84 segundos.
Sublinhando a natureza bizarra do evento sem Bolt, Su Bingtian e Jacobs nem sequer foram mencionados em uma longa prévia da corrida pelo órgão que rege o esporte, o Atletismo Mundial, na preparação para Tóquio.
O foco que entrava era todo sobre Bromell depois que ele bombardeou os testes nos Estados Unidos para fazer backup de sua liderança mundial de 9,77 segundos em junho na Flórida, o sétimo tempo mais rápido da história.
Sempre haveria um período de transição na corrida para preencher o enorme buraco deixado por Bolt, que conquistou os títulos dos 100m e 200m nos últimos três Jogos Olímpicos.
O detentor do recorde mundial foi uma luz brilhante em vários escândalos de drogas e as manobras para ser seu substituto após sua aposentadoria em 2017 foram erráticas.
Ninguém parecia querer levantar a mão e só o tempo dirá se Jacobs é capaz de ter sucesso sustentado ou se Tóquio foi apenas uma aberração estranha.
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