O líder da Armênia disse na terça-feira que pelo menos 49 dos militares do país morreram durante a noite em confrontos com o Exército do Azerbaijão. Foi a pior escalada de hostilidades entre dois países desde a guerra de 2020 sobre Nagorno-Karabakh, um enclave montanhoso disputado e uma ameaça tanto a um aliado russo leal quanto a um cessar-fogo mediado pela Rússia.
Os confrontos – que eclodiram na terça-feira, com os dois lados se acusando mutuamente de iniciá-los – retomaram o conflito armado de décadas sobre Nagorno-Karabakh, que é reconhecido internacionalmente como parte do Azerbaijão, mas reivindica independência e é aliado próximo da Armênia.
A escalada entre os dois ex-estados soviéticos no Sul do Cáucaso aumentou os temores de que a Rússia possa se ver envolvida em uma segunda guerra, além da invasão da Ucrânia. Alguns analistas militares sugeriram que o Azerbaijão pode ter sido encorajado pelos recentes reveses da Rússia no nordeste da Ucrânia.
Falando no Parlamento da Armênia, o primeiro-ministro Nikol Pashinyan disse que a intensidade das hostilidades diminuiu, mas “os ataques em uma ou duas frentes do Azerbaijão continuam”, segundo uma afirmação no site do Parlamento.
O Ministério da Defesa do Azerbaijão acusou a Armênia de uma série de “provocações em larga escala” que a forçaram a retaliar, de acordo com uma afirmação no site do ministério. O Sr. Pashinyan negou que seu país tenha se envolvido em provocações e acusou o Azerbaijão de atacar os territórios armênios.
Ele convocou o Conselho de Segurança da Armênia, que decidiu recorrer à ajuda da Rússia. A Rússia e a Armênia fazem parte da CSTO, uma aliança militar liderada por Moscou cuja carta estipula que um ataque contra um membro seria percebido como uma agressão contra todos. A Rússia também tem uma base militar na Armênia.
Em Moscou, o Ministério das Relações Exteriores da Rússia chamado de ambos os lados para exercer moderação e observar os acordos que encerraram a guerra de 2020, acrescentando que havia negociado um novo cessar-fogo para entrar em vigor às 9h de quarta-feira.
Em 2020, o presidente Vladimir V. Putin da Rússia ajudou a assinar um amplo cessar-fogo depois que o Azerbaijão entrou em guerra, recapturando parte do território que havia perdido durante outra guerra que começou durante o colapso da União Soviética no final dos anos 1980.
Durante anos, Moscou vem tentando encontrar um equilíbrio entre Yerevan e Baku, mas isso se tornou uma tarefa cada vez mais difícil, pois a guerra na Ucrânia forçou o Kremlin a concentrar sua atenção e força em outros lugares.
Como parte do acordo, Putin enviou cerca de 2.000 soldados de manutenção da paz para a área, demonstrando o papel da Rússia como um poderoso árbitro na região do Cáucaso, que há décadas é atormentada por conflitos e volatilidade.
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