Por Gabriel Araújo
SÃO PAULO (Reuters) – Os preços ao consumidor no Brasil estenderam sua tendência de queda no mês até meados de setembro, disse a agência de estatísticas do governo IBGE nesta terça-feira, uma vez que os custos dos combustíveis continuaram caindo devido a impostos mais baixos e cortes de preços pela petroleira estatal Petrobrás.
O índice local IPCA-15 caiu 0,37% no mês até meados de setembro, uma queda mais profunda do que os 0,2% esperados por analistas consultados pela Reuters, embora desacelerando em relação à queda de 0,73% observada no mês anterior.
A inflação nos 12 meses até meados de setembro atingiu 7,96%, bem abaixo dos 8,14% previstos pelos economistas, provavelmente apoiando a recente decisão do banco central de interromper seu ciclo agressivo de alta de juros.
Assim como em agosto, quando a maior economia da América Latina registrou a menor inflação no meio do mês em cerca de três décadas, a queda deste mês foi impulsionada pelo setor de transportes, no qual os custos caíram 2,35%, informou o IBGE.
Somando-se aos cortes de impostos estaduais de energia anunciados no início deste ano, a gigante do petróleo Petróleo Brasileiro SA reduziu os preços da gasolina nas refinarias duas vezes desde meados de agosto, levando a preços mais baixos na bomba.
A queda da inflação em setembro, no entanto, não foi generalizada, pois os preços caíram em apenas três dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, segundo o IBGE – comunicação, alimentos e bebidas e transportes.
Os preços de vestuário, saúde e habitação subiram no período, observou.
Andres Abadia, economista-chefe para a América Latina da Pantheon Macroeconomics, disse que os novos números trouxeram mais evidências de que a inflação está desacelerando rapidamente graças principalmente ao efeito dos impostos e ao impacto defasado do aperto monetário.
“As principais pressões permanecem relativamente elevadas, principalmente devido à demanda doméstica resiliente, mas esperamos que o crescimento econômico diminua nos próximos meses.”
Os dados de inflação mais recentes vêm quando o banco central do Brasil optou na semana passada por manter as taxas de juros inalteradas em 13,75%, interrompendo um aperto agressivo após 12 aumentos consecutivos destinados a conter a alta inflação.
A maioria dos membros do comitê de política monetária concluiu que as expectativas de inflação apoiavam o fim do ciclo de aperto, embora um novo aumento “residual” da taxa tenha sido “amplamente debatido”, mostrou a ata da reunião na terça-feira.
William Jackson, economista-chefe de mercados emergentes da Capital Economics, disse que os números da inflação confirmam que o ciclo de aperto monetário acabou.
“(Mas) o fato de que a inflação continua muito forte (particularmente fora das categorias de alimentos e energia) apoia nossa visão de que o banco central vai esperar até meados do próximo ano antes de recorrer a cortes nas taxas de juros”, acrescentou.
(Reportagem de Gabriel Araujo; Edição de Alison Williams)
Por Gabriel Araújo
SÃO PAULO (Reuters) – Os preços ao consumidor no Brasil estenderam sua tendência de queda no mês até meados de setembro, disse a agência de estatísticas do governo IBGE nesta terça-feira, uma vez que os custos dos combustíveis continuaram caindo devido a impostos mais baixos e cortes de preços pela petroleira estatal Petrobrás.
O índice local IPCA-15 caiu 0,37% no mês até meados de setembro, uma queda mais profunda do que os 0,2% esperados por analistas consultados pela Reuters, embora desacelerando em relação à queda de 0,73% observada no mês anterior.
A inflação nos 12 meses até meados de setembro atingiu 7,96%, bem abaixo dos 8,14% previstos pelos economistas, provavelmente apoiando a recente decisão do banco central de interromper seu ciclo agressivo de alta de juros.
Assim como em agosto, quando a maior economia da América Latina registrou a menor inflação no meio do mês em cerca de três décadas, a queda deste mês foi impulsionada pelo setor de transportes, no qual os custos caíram 2,35%, informou o IBGE.
Somando-se aos cortes de impostos estaduais de energia anunciados no início deste ano, a gigante do petróleo Petróleo Brasileiro SA reduziu os preços da gasolina nas refinarias duas vezes desde meados de agosto, levando a preços mais baixos na bomba.
A queda da inflação em setembro, no entanto, não foi generalizada, pois os preços caíram em apenas três dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, segundo o IBGE – comunicação, alimentos e bebidas e transportes.
Os preços de vestuário, saúde e habitação subiram no período, observou.
Andres Abadia, economista-chefe para a América Latina da Pantheon Macroeconomics, disse que os novos números trouxeram mais evidências de que a inflação está desacelerando rapidamente graças principalmente ao efeito dos impostos e ao impacto defasado do aperto monetário.
“As principais pressões permanecem relativamente elevadas, principalmente devido à demanda doméstica resiliente, mas esperamos que o crescimento econômico diminua nos próximos meses.”
Os dados de inflação mais recentes vêm quando o banco central do Brasil optou na semana passada por manter as taxas de juros inalteradas em 13,75%, interrompendo um aperto agressivo após 12 aumentos consecutivos destinados a conter a alta inflação.
A maioria dos membros do comitê de política monetária concluiu que as expectativas de inflação apoiavam o fim do ciclo de aperto, embora um novo aumento “residual” da taxa tenha sido “amplamente debatido”, mostrou a ata da reunião na terça-feira.
William Jackson, economista-chefe de mercados emergentes da Capital Economics, disse que os números da inflação confirmam que o ciclo de aperto monetário acabou.
“(Mas) o fato de que a inflação continua muito forte (particularmente fora das categorias de alimentos e energia) apoia nossa visão de que o banco central vai esperar até meados do próximo ano antes de recorrer a cortes nas taxas de juros”, acrescentou.
(Reportagem de Gabriel Araujo; Edição de Alison Williams)
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