O presidente russo, Vladimir Putin, disse na sexta-feira que está aberto a negociações sobre um possível acordo no conflito na Ucrânia e acredita em uma solução diplomática, mas a recusa dos EUA em reconhecer territórios “anexados” está dificultando o processo, disse o Kremlin.
A declaração veio depois que o presidente dos EUA, Joe Biden, sugeriu que estava preparado para falar com Putin sobre a Ucrânia após seu encontro com o presidente francês, Emmanuel Macron. Biden havia dito que a única maneira de encerrar a guerra na Ucrânia era Putin retirar as tropas e que, se Putin estivesse procurando encerrar o conflito, Biden estaria preparado para falar com ele.
Quando questionado sobre os comentários de Biden, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que Putin continua aberto a negociações, mas que a Rússia não se retirará da Ucrânia. “O presidente da Federação Russa sempre esteve, está e continua aberto a negociações para garantir nossos interesses”, disse Peskov a repórteres.
Putin disse que não se arrepende de lançar o que chama de “operação militar especial” da Rússia contra a Ucrânia, descrevendo-a como um divisor de águas quando a Rússia finalmente enfrentou a arrogante hegemonia ocidental após décadas de humilhação nos anos desde a queda do regime soviético em 1991. União.
A Ucrânia e o Ocidente dizem que Putin não tem justificativa para o que classificam como uma guerra de ocupação de estilo imperial. A Ucrânia diz que vai lutar até que o último soldado russo seja expulso de seu território.
CONVERSA?
Falando na Casa Branca, Biden disse que ele e Macron concordaram que trabalhariam juntos para responsabilizar Putin pelo que ele classificou como uma guerra “bárbara” – e que a ideia de Putin derrotar a Ucrânia estava além da compreensão.
Biden, que em março disse que Putin não poderia permanecer no poder, disse que o chefe do Kremlin calculou mal ao invadir a Ucrânia, mas que se ele estava falando sério sobre sair da Ucrânia, estaria disposto a se sentar com Putin após consultar os aliados da Otan.
A Rússia reivindicou cerca de um quinto do território pós-soviético da Ucrânia, anexações que o Ocidente e a Ucrânia dizem que nunca aceitarão.
Peskov disse que a recusa dos Estados Unidos em reconhecer “os novos territórios” como russos estava dificultando a busca por qualquer compromisso potencial.
“Isso complica significativamente a busca de um terreno mútuo para discussões”, disse Peskov.
Questionado se a maneira como Biden estava estruturando contatos em potencial significava que as negociações eram impossíveis do ponto de vista russo, Peskov disse: “Em essência, foi isso que Biden disse. Ele disse que as negociações só são possíveis depois que Putin deixar a Ucrânia.”
O Kremlin, disse Peskov, não poderia aceitar isso – e a operação militar russa continuaria na Ucrânia.
“Mas, ao mesmo tempo – é muito importante dar isso em conjunto – o presidente Putin esteve, está e continua aberto a contatos, a negociações. Claro, a maneira mais preferível de alcançar nossos interesses é por meios diplomáticos e pacíficos.”
O conflito deixou dezenas de milhares de soldados mortos em ambos os lados e desencadeou o maior confronto entre Moscou e o Ocidente desde a Crise dos Mísseis de Cuba em 1962.
(com informações da Reuters)
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