Ultima atualização: 24 de janeiro de 2023, 23:31 IST
FOTO DO ARQUIVO: Uma aldeia de indígenas Yanomami é vista durante operação da agência ambiental brasileira contra o garimpo ilegal de ouro em terras indígenas, no coração da floresta amazônica, no estado de Roraima, Brasil, 18 de abril de 2016. REUTERS/Bruno Kelly
Um relatório do governo revelou que 99 crianças Yanomami que vivem na maior reserva indígena do Brasil, todas com menos de cinco anos, morreram no ano passado de desnutrição, pneumonia e malária
A Polícia Federal brasileira está investigando um “genocídio” contra o povo Yanomami depois que se soube que quase cem crianças do grupo indígena morreram, disse o Ministério da Justiça na terça-feira.
O anúncio veio depois que um relatório do governo revelou no sábado que 99 crianças Yanomami que vivem na maior reserva indígena do Brasil – todas com menos de cinco anos – morreram no ano passado de desnutrição, pneumonia e malária.
“Resolvi ontem abrir um novo inquérito policial para apurar (se houve) um genocídio”, disse o ministro da Justiça, Flávio Dino, à CNN Brasil.
“Estamos considerando que há indícios muito fortes de descaso na assistência nutricional e de saúde dessas populações indígenas, houve intencionalidade”, acrescentou.
A investigação vai considerar as ações – e omissões – de autoridades e agentes de saúde pública na terra Yanomami, incluindo possíveis crimes ambientais.
As autoridades também encontraram vários outros casos de crianças com desnutrição grave, malária, infecções respiratórias e outras complicações de saúde durante uma visita na semana passada, disse o ministério.
O recém-empossado presidente Luiz Inácio Lula da Silva descreveu uma cena “desumana” depois de visitar a comunidade no estado de Roraima, no norte da Amazônia.
Segundo Dino, a infraestrutura de atendimento aos Yanomami é “muito precária”.
O território Yanomami, lar de mais de 30.000 indígenas, se estende por 37.000 milhas quadradas (96.000 quilômetros quadrados) entre os estados de Roraima e Amazonas.
O governo de Lula criou um departamento para atender às preocupações da comunidade, em um pivô do antecessor de extrema-direita Jair Bolsonaro, que manteve uma relação hostil com os povos indígenas do Brasil.
Antes do anúncio da investigação do genocídio, uma crise de saúde já havia sido declarada na área.
As condições na reserva Yanomami tornaram-se cada vez mais violentas, com garimpeiros matando indígenas regularmente, abusando sexualmente de mulheres e crianças e contaminando os rios da região com o mercúrio usado para separar o ouro dos sedimentos, segundo denúncias de organizações indígenas.
E o aumento da mineração ilegal na Amazônia tem impulsionado a disseminação de doenças como malária, tuberculose e Covid-19, segundo especialistas.
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(Esta história não foi editada pela equipe do News18 e foi publicada a partir de um feed de agência de notícias sindicalizado)
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