Um dia você está indo para o seu trabalho no banco, preparando-se para a onda diária de roubos, e no outro você descobre que é um personagem secundário em um videogame. Ruptura difícil.
Esse é o cenário em que Guy (Ryan Reynolds) se encontra na nova comédia de aventura animada, embora previsível, “Free Guy”, dirigida por Shawn Levy. Guy se sente confortável com sua vida monótona no jogo Free City até que conhece uma jogadora chamada Millie (Jodie Comer), uma programadora que está em busca de provas de que Antwan (Taika Waititi), o magnata faminto por dinheiro por trás do mundo virtual do jogo, roubou seu código. Com a ajuda de seu amigo e parceiro Keys (Joe Keery), Millie tenta um assalto a código com um cara que subiu de nível, que se tornou um herói viral na gamersfera.
“Free Guy” é tão agradável quanto seu ator principal; Reynolds aproveita seu carisma infinito de cara legal para entregar uma adorável marca de humor que parece “Deadpool” Lite. E os vários personagens com alívio cômico (Lil Rel Howery como o melhor amigo sem noção de Guy, Waititi como o chefe tóxico) e participações especiais (um Channing Tatum inestimável e uma surpresa da Marvel) criam uma experiência perfeitamente agradável.
Mas inovador? Não muito. Conceitualmente, “Free Guy” lembra uma versão PG-13 de “Westworld” (menos esfaqueamentos, sem sexo). Os interessantes boatos existenciais sobre agência, moralidade e inteligência artificial são a segunda corda do argumento do espantalho sobre a baixeza do consumismo. As piadas também parecem bem embaladas; eles às vezes são engraçados, mas nunca surpreendentes.
Não é nenhum spoiler dizer que a arte vence o capitalismo, a subtrama romântica por telefone está resolvida e todos ficam felizes no final. “Free Guy” tem charme, mas não há muita coisa memorável na mesma busca, na mesma luta com o chefe e depois no fim do jogo.
Cara livre
Classificação PG-13. Tempo de execução: 1 hora e 55 minutos. Nos teatros.
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