O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, chegou à Arábia Saudita na terça-feira em uma viagem para fortalecer os laços tensos com o aliado de longa data, enquanto o reino rico em petróleo estreita relações com os rivais de Washington.
A visita de três dias de Blinken também se concentrará nos esforços para acabar com os conflitos no Sudão e no Iêmen, na batalha conjunta contra o grupo Estado Islâmico (EI) e nas relações do mundo árabe com Israel.
Sua viagem ocorre em um momento de alianças em rápida mudança no Oriente Médio, centradas em uma reaproximação mediada pela China em março entre os pesos pesados regionais da Arábia Saudita e do Irã.
Outra mudança marcante viu o líder sírio Bashar al-Assad ser convidado a voltar à Liga Árabe no mês passado pela primeira vez desde o início da guerra civil de 12 anos, na qual seu governo foi apoiado pela Rússia e pelo Irã.
“Há uma quantidade enorme de trabalho que estamos tentando fazer”, disse um alto funcionário do Departamento de Estado dos EUA que lida com assuntos da Península Arábica, Daniel Benaim, antes da viagem de Blinken.
“Estamos focados em uma agenda afirmativa aqui e no grande trabalho que nossos países podem fazer juntos”.
Blinken desembarcou na cidade de Jeddah, no Mar Vermelho, na noite de terça-feira e deve se encontrar com o príncipe herdeiro de fato da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, de acordo com uma autoridade dos EUA, antes de seguir para Riad na quarta-feira para uma reunião do Conselho de Cooperação do Golfo.
– Preços de energia –
A visita é a primeira de Blinken desde que o reino restaurou os laços diplomáticos com o Irã, que o Ocidente considera um pária por causa de suas contestadas atividades nucleares e envolvimento em conflitos regionais.
Os Estados Unidos ofereceram apoio cauteloso ao acordo que foi selado na China, com a potência em ascensão fazendo incursões no Oriente Médio.
As relações EUA-Arábia Saudita, centradas por décadas em energia e defesa, foram seriamente prejudicadas pelo assassinato em 2018 do jornalista dissidente Jamal Khashoggi por agentes sauditas.
Washington também ficou chateado quando a Arábia Saudita, o maior exportador de petróleo do mundo, se recusou a ajudar a reduzir os preços da energia em disparada após o ataque da Rússia à Ucrânia em fevereiro do ano passado.
Ativistas de direitos, incluindo Abdullah Al-Qahtani, um cidadão americano cujo pai, Mohammad Al-Qahtani, foi preso por 10 anos depois de fundar um grupo de direitos civis na Arábia Saudita e que continua desaparecido, instaram Blinken a expressar suas preocupações.
“Ele tem que levantar a situação do meu pai. Ele está vivo? Ele está sendo torturado? Não sabemos”, disse Abdullah Al-Qahtani em entrevista coletiva virtual.
O príncipe Mohammed, 37, conduziu um curso independente de política externa, também recebendo o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, na segunda-feira.
O Irã, arquiinimigo dos Estados Unidos e de Israel por décadas, reabriu sua embaixada na Arábia Saudita na terça-feira, após um hiato de sete anos.
Ainda assim, as relações estratégicas entre os Estados Unidos e a Arábia Saudita permanecem próximas, especialmente na defesa: Washington há muito oferece ao gigante árabe sunita proteção de segurança contra o Irã xiita, e Riad compra armamento americano de ponta.
– relações com Israel –
Diplomatas dos EUA e da Arábia Saudita cooperaram estreitamente nos esforços para mediar um cessar-fogo duradouro na guerra de oito semanas no Sudão, até agora sem sucesso, e a ajuda saudita foi crucial na evacuação de milhares de estrangeiros da zona de guerra.
Os dois aliados também estão engajados na batalha contra o EI, o grupo jihadista que perdeu todo o seu território no Oriente Médio, mas está cada vez mais ativo em partes da África.
Eles também estão discutindo esforços para encerrar o conflito no Iêmen, onde uma coalizão liderada pela Arábia Saudita há muito fornece apoio militar ao governo em uma luta contra os rebeldes huthis apoiados pelo Irã.
Os Estados Unidos também esperam que a Arábia Saudita acabe concordando em normalizar as relações com Israel, que já construiu laços com vários outros países árabes sob os Acordos de Abraham mediados pelo governo de Donald Trump.
Na véspera de sua viagem à Arábia Saudita, Blinken reiterou que “os Estados Unidos têm um real interesse de segurança nacional em promover a normalização entre Israel e a Arábia Saudita”.
Ele disse que Washington “não tem ilusões” de que isso pode ser feito de forma rápida ou fácil, mas enfatizou que “continuamos comprometidos em trabalhar para esse resultado”.
Até agora, a Arábia Saudita sustentou que Israel deve primeiro reconhecer um estado palestino independente.
(Esta história não foi editada pela equipe do News18 e foi publicada a partir de um feed de agência de notícias sindicalizado – AFP)
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