Ultima atualização: 11 de julho de 2023, 05h10 IST
Policiais detêm um manifestante durante uma manifestação após o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu demitir o ministro da Defesa, em Jerusalém, em 26 de março de 2023. Gallant foi posteriormente reintegrado. (Imagem: Reuters)
O Parlamento de Israel adotou um controverso projeto de lei judicial em primeira leitura que provocou protestos e divisão política no país
O parlamento de Israel adotou em primeira leitura um projeto de lei controverso que limitaria os poderes do tribunal, em uma nova ofensiva para avançar com uma revisão judicial que dividiu a nação.
As mudanças, propostas pelo governo de extrema direita do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, provocaram um dos maiores movimentos de protesto do país desde seu anúncio em janeiro. Dezenas de milhares de manifestantes foram às ruas em comícios semanais, exigindo a suspensão da reforma planejada do sistema judiciário de Israel.
Após forte oposição e crescentes críticas internacionais – inclusive do presidente dos EUA, Joe Biden – Netanyahu ordenou o que chamou de uma pausa em março para permitir conversas sobre as propostas.
Mas com os dois principais líderes da oposição de Israel, Yair Lapid e Benny Gantz, saindo das negociações, Netanyahu agora fez uma nova tentativa de aprovar a legislação no parlamento.
Depois de uma sessão parlamentar tempestuosa, o projeto de lei foi aprovado em sua primeira leitura por 64 votos a 56.
Antes do debate, alguns manifestantes entraram no prédio do Knesset e tiveram que ser arrastados para fora, e outras centenas se manifestaram do lado de fora.
A votação foi a primeira leitura de um projeto de lei que visa excluir o direito do Judiciário de decidir sobre a “razoabilidade” das decisões do governo.
Um de seus efeitos potenciais seria sobre a nomeação de ministros.
– Protestos –
Em janeiro, Netanyahu foi forçado a demitir o membro do gabinete Aryeh Deri, do partido judeu ultraortodoxo Shas, após intervenção da Suprema Corte, inclusive com base na “razoabilidade”, sobre uma condenação anterior por sonegação de impostos.
Outras propostas de reforma dariam ao governo mais voz na nomeação de juízes.
O governo de Netanyahu, que voltou ao poder em dezembro à frente de uma coalizão com aliados ultraortodoxos e de extrema direita, argumenta que a reformulação é necessária para garantir um melhor equilíbrio de poder.
Mas os críticos acusaram Netanyahu, que está sendo julgado por acusações de corrupção, de tentar usar a reforma para anular possíveis julgamentos contra ele. Netanyahu nega as acusações e rejeita qualquer ligação entre as mudanças judiciais e seu próprio caso.
De modo geral, os oponentes consideram as propostas uma ameaça à democracia israelense.
Os manifestantes prometeram continuar e convocaram protestos em massa na terça-feira se a votação da primeira leitura do projeto de lei de “razoabilidade” for aprovada.
Uma pesquisa divulgada no domingo pelo canal público de televisão Kan de Israel mostrou que 31 por cento dos israelenses são a favor da mudança, enquanto 43 por cento se opõem a ela.
Em entrevista em junho ao The Wall Street Journal, Netanyahu disse que continuaria com as reformas, mas sem uma cláusula que restrinja os poderes da Suprema Corte.
“Já mudei algumas coisas logo após a apresentação da proposta original”, disse o primeiro-ministro na entrevista.
“Eu disse que a ideia de uma cláusula de anulação em que o parlamento, o Knesset, pode anular as decisões da Suprema Corte por maioria simples, eu disse, joguei fora.”
(Esta história não foi editada pela equipe do News18 e foi publicada a partir de um feed de agência de notícias sindicalizado – AFP)
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