O Egito, nação mais populosa do mundo árabe, é notável por sua história antiga e suas pirâmides.

No entanto, décadas de agitação política e regime militar resultaram em um dos governos mais repressivos do mundo, segundo organizações de direitos humanos internacionais, e levou o país à beira da falência.

Apesar disso, o Egito continua a desempenhar um papel geopolítico crucial como mediador entre Israel e os palestinos e supervisiona a única passagem de fronteira para a Faixa de Gaza não controlada por Israel.

Aqui estão algumas informações de contexto:

O controle do exército no poder

Os militares britânicos ocuparam o Egito de 1882 até sua independência em 1922.

O Egito tornou-se um centro de pensadores islâmicos e nacionalistas árabes – representados pelo carismático coronel do exército Gamal Abdel Nasser, que assumiu o poder em 1952 e declarou uma república no ano seguinte, tornando-se presidente em 1956.

Após a morte de Nasser em 1970, seu vice-presidente Anwar Sadat – também do exército – assumiu o poder. Ele foi o primeiro chefe de Estado árabe a assinar um tratado de paz com Israel em 1979, mas foi assassinado dois anos depois por islamitas.

Hosni Mubarak, ex-chefe da Força Aérea, sucedeu Sadat e manteve um regime autoritário por 30 anos.

Revolta

Mubarak foi afastado do poder em 2011, durante os protestos em massa que faziam parte das revoltas mais amplas da “Primavera Árabe” na região.

Os militares não cederam o poder e Mohamed Morsi, o primeiro presidente civil e islâmico do Egito, foi eleito em junho de 2012.

No entanto, um ano depois, Morsi foi deposto pelo comandante militar Abdel Fattah al-Sisi, após enormes protestos populares.

Sisi foi eleito presidente em 2014 e reeleito quatro anos depois, ambas as vezes com mais de 96% dos votos, devido à repressão implacável à dissidência.

Liberdades restringidas

O governo de Sisi prendeu milhares de islâmicos, ativistas e blogueiros em nome da luta contra o “terrorismo”.

Uma lei de imprensa permite a vigilância rigorosa das redes sociais, e o Egito é rotulado como “um dos maiores carcereiros de jornalistas do mundo” pelo grupo de defesa dos direitos dos meios de comunicação Repórteres Sem Fronteiras.

No Índice de Estado de Direito do Projeto Justiça Mundial, o Egito está classificado em 135º lugar entre 140 países, e teve o quarto maior número de execuções no mundo em 2022, de acordo com a Amnistia Internacional.

Economia em crise

Com uma população de quase 106 milhões de habitantes, o Egito tem enfrentado uma crise econômica desde a revolta de 2011, com dois terços dos egípcios vivendo abaixo ou perto da linha da pobreza.

Maior importador mundial de trigo, o país foi duramente afetado pela guerra entre a Ucrânia e a Rússia, seus principais fornecedores.

Sisi tem investido em megaprojetos, incluindo uma nova capital com o edifício mais alto da África, comboios de alta velocidade e pontes e estradas gigantes.

Essas despesas levaram o país a triplicar sua dívida para um valor recorde de 165 bilhões de dólares, deixando-o à beira do calote.

Arqueologia, moda e cultura

O Egito foi uma potência cultural entre as décadas de 1950 e 1970, tendo alguns dos cantores e estrelas de cinema mais populares do mundo árabe.

No entanto, a imagem do Egito foi prejudicada por décadas de regime militar e agitação, afetando também o setor turístico, que representa 10% do PIB e cerca de dois milhões de empregos.

O governo de Sisi tentou reverter essa situação.

Os templos de Luxor e as pirâmides de Gizé se tornaram cenários para concertos do Black Eyed Peas e desfiles de moda da Dior. Em 2021, o governo organizou um vistoso “Desfile Dourado”, transportando 22 múmias antigas através do Cairo para um novo Museu Nacional do Egito. Civilização.

(Esta história não foi editada pela equipe do News18 e é publicada no feed de uma agência de notícias sindicalizada – AFP)

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