De acordo com a plataforma MaisMei, o desejo de “ter o próprio negócio” é o principal motivo que leva as mulheres a se tornarem MEI.

Negra, com idade entre 35 e 44 anos e ensino médio completo. Esse é o perfil médio das microempreendedoras individuais (MEI) brasileiras, conforme levantamento realizado pela plataforma de gestão MaisMei entre as usuárias do aplicativo. A empresa, que anualmente divulga dados sobre o perfil e o comportamento das MEIs, fez um recorte especial para a Semana da Mulher.

Segundo a pesquisa, 53,9% das empreendedoras se identificam como negras (incluindo 42,1% que se consideram pardas) e 43,3% como brancas. A maioria possui uma base educacional sólida – 37,6% com ensino médio e 20,9% com ensino superior – e está concentrada na faixa etária de 35 a 44 anos (31,7%). A presença feminina é maior na região Sudeste (34%), seguida pelo Sul (20,8%) e pelo Nordeste (19,9%).

Kályta Caetano, responsável pela Contabilidade da MaisMei, destaca a importância do regime MEI como meio de garantir direitos e autonomia. Ela ressalta que a desigualdade de oportunidades de gênero e raça ainda é um problema no Brasil e que o MEI atua como um meio de assegurar benefícios previdenciários e de proporcionar independência financeira, especialmente para as mulheres negras.

Quando questionadas sobre os principais motivos para se tornarem MEI, 26,11% das mulheres citaram a “vontade de ter o próprio negócio”. 18,99% apontaram a “formalização” como principal fator, seguido por “aumento de renda” (10,65%), “flexibilidade de horários” (7,70%) e a possibilidade de obter “benefícios fiscais e tributários do INSS” (7,15%). 29,39% mencionaram “outros motivos”.

O setor de comércio e vendas é o que mais atrai empreendedoras, com 27,8% atuando nesse segmento. A faixa de faturamento mensal mais comum é de “até 4 mil reais”, sendo que 23,2% faturam menos de 2 mil reais e 26,6% entre 2 mil e 4 mil reais.

Ainda de acordo com a MaisMei, 39,5% das empreendedoras dedicam menos de 20 horas por semana ao negócio, o que pode indicar uma sobrecarga de responsabilidades ou a necessidade de equilíbrio entre vida pessoal e profissional.

Para Kályta Caetano, a resiliência e determinação das mulheres diante de desafios socioeconômicos destacam sua importância no cenário de microempreendedorismo no Brasil, ressaltando a necessidade de valorização e apoio por meio de políticas públicas e iniciativas direcionadas.

A MaisMei atua na simplificação e desburocratização da gestão de microempreendedores individuais por meio de sua plataforma. Atualmente, o aplicativo conta com mais de 2 milhões de usuários e já realizou mais de 200 mil declarações anuais de MEI (DASN-SIMEI).

A pesquisa completa sobre o perfil dos microempreendedores brasileiros entrevistou aproximadamente 5.640 usuários e será divulgada na íntegra em abril.

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