O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, participa da cerimônia do Dia da Independência em Brasília, Brasil, 7 de setembro de 2021. REUTERS / Adriano Machado
7 de setembro de 2021
Por Anthony Boadle e Stephen Eisenhammer
BRASÍLIA / SÃO PAULO (Reuters) – O presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, criticou a Suprema Corte do país e lançou dúvidas sobre a integridade das eleições do próximo ano na terça-feira, enquanto seus apoiadores se reuniam em grandes cidades em um momento de tensões na maior democracia da América Latina.
Enfrentando a queda nos números das pesquisas, o aumento da inflação e as críticas por sua forma de lidar com o segundo surto de coronavírus mais letal do mundo, Bolsonaro exortou seus partidários por semanas a protestar contra seus supostos inimigos no Congresso e nos tribunais.
Mais de 100 mil apoiadores compareceram a São Paulo, de acordo com funcionários da segurança do estado – muito aquém do comparecimento recorde previsto por Bolsonaro, mas talvez o suficiente para encorajar o presidente em seu impasse com o judiciário e o Congresso.
“Não podemos aceitar um sistema de votação que não oferece segurança nas eleições”, disse Bolsonaro em São Paulo, repetindo uma reivindicação https://www.reuters.com/world/americas/attacked-by-bolsonaro-brazils-top -judges-say-electronic-vote-is-free-fraud-2021-08-02 para recibos de votação em papel bloqueados pelo Congresso e pelo tribunal eleitoral federal. “Não posso participar de uma farsa como a do chefe da Justiça Eleitoral.”
Os críticos de Bolsonaro dizem que ele está semeando dúvidas para questionar os resultados da corrida presidencial de 2022, que as pesquisas de opinião agora mostram que ele perdeu dramaticamente para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Nenhum deles confirmou sua candidatura.
Bolsonaro também intensificou as críticas ao Supremo Tribunal Federal por autorizar investigações contra ele e seus aliados, com base nas acusações https://www.reuters.com/article/us-brazil-fakenews/facebook-twitter-remove-accounts-of-bolsonaro -supporters-following-court-order-idUSKCN24Q009 que eles haviam atacado as instituições democráticas do Brasil, promovendo informações enganosas nas redes sociais.
O presidente ridicularizou as investigações como violações das liberdades políticas.
O presidente brasileiro sempre fez comparações com o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que ele disse admirar. Jason Miller, um ex-conselheiro do Trump e empresário de rede social conservador, foi pego no drama em Brasília na terça-feira, quando foi detido e interrogado por três horas pela polícia brasileira como parte das investigações.
Um advogado de Miller, que participou da cúpula da Conservative Political Action Conference organizada por um dos filhos de Bolsonaro, disse que preferiu permanecer em silêncio.
As cenas nos principais comícios em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília foram em sua maioria festivas, com apoiadores do governo vestidos com bandeiras verdes e amarelas agitando e aplaudindo. Mas uma corrente de frustração ficou clara em cartazes pedindo intervenção militar e a demissão da Suprema Corte.
“Os militares precisam remover aqueles que não estão deixando nosso presidente governar – no Supremo Tribunal Federal, no Senado, todos eles”, disse a aposentada Maria Aparecida, de 70 anos, na Avenida Paulista, em São Paulo. “A Suprema Corte não protege a constituição, então nossos militares devem.”
As críticas do presidente ao sistema de votação eletrônica do Brasil claramente se conectaram com partidários fervorosos, muitos dos quais estavam convencidos da inevitável reeleição de Bolsonaro.
“Se ele perder, sabemos que houve fraude”, disse Monica Martins, uma advogada de 51 anos no comício no Rio.
Bolsonaro abraçou a ocasião, vestindo a faixa presidencial em um evento militar que marcou o Dia da Independência em Brasília, antes de fazer um tour de helicóptero no início do comício. Ele voou ao meio-dia para São Paulo para seu discurso desafiador aos apoiadores.
“Direi a quem quiser me tornar inelegível em Brasília: Só Deus vai me tirar!” ele gritou. “E diga aos canalhas que nunca serei preso!”
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo estimou que a manifestação pró-Bolsonaro na Avenida Paulista atraiu cerca de 125.000 pessoas, a maioria das quais se dispersou rapidamente após os comentários de Bolsonaro.
Muitos líderes esquerdistas pediram a seus seguidores que evitem confrontos pulando contramanifestações na terça-feira em favor de protestos anti-Bolsonaro maiores em 12 de setembro.
(Reportagem de Anthony Boadle em Brasília, Gabriel Stargardter no Rio de Janeiro e Stephen Eisenhammer em São Paulo Reportagem adicional de Ricardo Brito em Brasília e Pedro Fonseca no Rio de Janeiro Edição de Brad Haynes, Aurora Ellis e Rosalba O’Brien)
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O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, participa da cerimônia do Dia da Independência em Brasília, Brasil, 7 de setembro de 2021. REUTERS / Adriano Machado
7 de setembro de 2021
Por Anthony Boadle e Stephen Eisenhammer
BRASÍLIA / SÃO PAULO (Reuters) – O presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, criticou a Suprema Corte do país e lançou dúvidas sobre a integridade das eleições do próximo ano na terça-feira, enquanto seus apoiadores se reuniam em grandes cidades em um momento de tensões na maior democracia da América Latina.
Enfrentando a queda nos números das pesquisas, o aumento da inflação e as críticas por sua forma de lidar com o segundo surto de coronavírus mais letal do mundo, Bolsonaro exortou seus partidários por semanas a protestar contra seus supostos inimigos no Congresso e nos tribunais.
Mais de 100 mil apoiadores compareceram a São Paulo, de acordo com funcionários da segurança do estado – muito aquém do comparecimento recorde previsto por Bolsonaro, mas talvez o suficiente para encorajar o presidente em seu impasse com o judiciário e o Congresso.
“Não podemos aceitar um sistema de votação que não oferece segurança nas eleições”, disse Bolsonaro em São Paulo, repetindo uma reivindicação https://www.reuters.com/world/americas/attacked-by-bolsonaro-brazils-top -judges-say-electronic-vote-is-free-fraud-2021-08-02 para recibos de votação em papel bloqueados pelo Congresso e pelo tribunal eleitoral federal. “Não posso participar de uma farsa como a do chefe da Justiça Eleitoral.”
Os críticos de Bolsonaro dizem que ele está semeando dúvidas para questionar os resultados da corrida presidencial de 2022, que as pesquisas de opinião agora mostram que ele perdeu dramaticamente para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Nenhum deles confirmou sua candidatura.
Bolsonaro também intensificou as críticas ao Supremo Tribunal Federal por autorizar investigações contra ele e seus aliados, com base nas acusações https://www.reuters.com/article/us-brazil-fakenews/facebook-twitter-remove-accounts-of-bolsonaro -supporters-following-court-order-idUSKCN24Q009 que eles haviam atacado as instituições democráticas do Brasil, promovendo informações enganosas nas redes sociais.
O presidente ridicularizou as investigações como violações das liberdades políticas.
O presidente brasileiro sempre fez comparações com o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que ele disse admirar. Jason Miller, um ex-conselheiro do Trump e empresário de rede social conservador, foi pego no drama em Brasília na terça-feira, quando foi detido e interrogado por três horas pela polícia brasileira como parte das investigações.
Um advogado de Miller, que participou da cúpula da Conservative Political Action Conference organizada por um dos filhos de Bolsonaro, disse que preferiu permanecer em silêncio.
As cenas nos principais comícios em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília foram em sua maioria festivas, com apoiadores do governo vestidos com bandeiras verdes e amarelas agitando e aplaudindo. Mas uma corrente de frustração ficou clara em cartazes pedindo intervenção militar e a demissão da Suprema Corte.
“Os militares precisam remover aqueles que não estão deixando nosso presidente governar – no Supremo Tribunal Federal, no Senado, todos eles”, disse a aposentada Maria Aparecida, de 70 anos, na Avenida Paulista, em São Paulo. “A Suprema Corte não protege a constituição, então nossos militares devem.”
As críticas do presidente ao sistema de votação eletrônica do Brasil claramente se conectaram com partidários fervorosos, muitos dos quais estavam convencidos da inevitável reeleição de Bolsonaro.
“Se ele perder, sabemos que houve fraude”, disse Monica Martins, uma advogada de 51 anos no comício no Rio.
Bolsonaro abraçou a ocasião, vestindo a faixa presidencial em um evento militar que marcou o Dia da Independência em Brasília, antes de fazer um tour de helicóptero no início do comício. Ele voou ao meio-dia para São Paulo para seu discurso desafiador aos apoiadores.
“Direi a quem quiser me tornar inelegível em Brasília: Só Deus vai me tirar!” ele gritou. “E diga aos canalhas que nunca serei preso!”
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo estimou que a manifestação pró-Bolsonaro na Avenida Paulista atraiu cerca de 125.000 pessoas, a maioria das quais se dispersou rapidamente após os comentários de Bolsonaro.
Muitos líderes esquerdistas pediram a seus seguidores que evitem confrontos pulando contramanifestações na terça-feira em favor de protestos anti-Bolsonaro maiores em 12 de setembro.
(Reportagem de Anthony Boadle em Brasília, Gabriel Stargardter no Rio de Janeiro e Stephen Eisenhammer em São Paulo Reportagem adicional de Ricardo Brito em Brasília e Pedro Fonseca no Rio de Janeiro Edição de Brad Haynes, Aurora Ellis e Rosalba O’Brien)
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