Fuad Noman, do PSD, foi reeleito prefeito de Belo Horizonte no último domingo (27), em uma eleição marcada pela intensa disputa contra Bruno Engler, do PL. Engler havia sido o candidato mais votado no primeiro turno, recebendo 34% dos votos válidos, mas as pesquisas de intenção de voto já indicavam uma mudança de cenário, com Noman ganhando terreno e finalmente saindo vitorioso na disputa.

O retorno de Fuad Noman à liderança da capital mineira se iniciou em 2022, quando ele assumiu o cargo após Alexandre Kalil deixar a prefeitura para concorrer ao governo do estado. Kalil acabou perdendo a eleição para Romeu Zema, que foi reeleito com 56,18% dos votos, em uma vitória expressiva contra os 35,08% que Kalil recebeu. Essa mudança de cenário político trouxe novas dinâmicas para a campanha de Noman, que, sem a sombra de Kalil, precisava se fortalecer e reafirmar sua posição em um ambiente político competitivo.

A reeleição de Noman não foi fácil. Ele enfrentou a ascensão de Bruno Engler, que se apresentou como um forte candidato, mas também teve que lidar com o deputado estadual Mauro Tramonte, dos Republicanos. Nos primeiros momentos da campanha, Tramonte parecia ser um dos favoritos. Em um movimento inesperado, ele recebeu apoio de Alexandre Kalil, que, após a derrota para Zema, tomou a decisão de se afastar de Fuad Noman e direcionar suas energias para a candidatura de Tramonte.

Essa mudança de aliança criou uma nova estratégia no jogo político belo-horizontino, unindo forças que anteriormente estavam em lados diferentes do espectro político. Para complicar ainda mais a situação para Noman, Romeu Zema, do Novo, também decidiu apoiar Tramonte, estabelecendo uma coalizão que apresentava-se muito forte, com dois ex-candidatos ao governo de Minas rapidamente unindo suas forças em uma oposição a Noman.

A polarização que normalmente permeia a política nacional entre figuras como Lula e Bolsonaro estava distante da disputa municipal, o que permitiu que Fuad Noman fizesse uma campanha focada em temas locais, abordando diretamente as necessidades e preocupações da população de Belo Horizonte. Mesmo assim, o clima de incerteza e acirramento na disputa fez com que Noman tivesse que se adaptar rapidamente e encontrar formas de engajar os eleitores para garantir sua reeleição.

Noman utilizou sua experiência prévia na prefeitura para destacar suas realizações e traçar planos concretos para o futuro da cidade. Ele enfatizou questões importantes, como a segurança pública, a infraestrutura urbana e a saúde, que, segundo ele, precisam ser prioridades para continuar transformando Belo Horizonte em uma cidade cada vez mais próspera e segura para seus cidadãos. Esse discurso, no entanto, não foi suficiente para afastar a pressão representada pelas candidaturas de Tramonte e Engler.

Agora, com a reeleição confirmada, Fuad Noman terá o desafio de consolidar seu governo em um ambiente ainda divisivo e de manter um diálogo aberto com todos os setores da sociedade, evitando que as divisões políticas se acentuem ainda mais. A responsabilidade de conduzir Belo Horizonte nos próximos anos caberá a ele, que precisará equilibrar a governabilidade enquanto enfrenta a oposição e trabalha para implementar suas promessas de campanha.

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