Os cientistas alertaram que a nova variante contém “mutações presentes na proteína spike”. Uma variante mutante do patógeno coronavírus está causando preocupação para os cientistas porque foi descoberto que contém “mutações incomuns” que podem torná-lo resistente a vacinas. A pesquisa descobriu que a variante Lambda é mais transmissível do que a cepa original do coronavírus.
Dados recentes revelaram que a nova variante é possivelmente mais contagiosa do que as variantes Delta, Alpha e Gamma que foram detectadas pela primeira vez na Índia, Reino Unido e Brasil.
Os dados sugerem que as vacinas podem não oferecer tanta proteção contra a cepa Lambda quanto contra a versão original do patógeno.
Pesquisadores da Universidade do Chile, em Santiago, escreveram no estudo publicado na quinta-feira: “Nossos dados mostram pela primeira vez que as mutações presentes na proteína spike da variante Lambda conferem escape aos anticorpos neutralizantes e aumentam a infectividade”.
Pablo Tsukayama, cientista molecular da Universidade Cayetano Heredia em Lima, disse que a disseminação da cepa Lambda “sugere que sua taxa de transmissão é maior do que outras variantes”.
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A Public Health England listou a variante Lambda como uma cepa de preocupação em 23 de junho.
A variante Lambda foi descoberta pela primeira vez no Peru em dezembro passado e agora atingiu 27 países.
Até agora, seis casos da cepa foram identificados no Reino Unido entre 23 de fevereiro e 7 de junho.
No Peru, a cepa agora é responsável por 82% dos novos casos e se espalhou para o Chile, onde representa um terço de todos os casos.
Após a disseminação da cepa Lambda na América do Sul, há preocupações com a falta de laboratórios de sequenciamento de genes na região.
Sem um aumento nos laboratórios de sequenciamento de genes para rastrear a variante corretamente, a cepa Lambda poderia se espalhar sem ser detectada.
De forma alarmante, a América Latina representa 20 por cento dos casos globais de coronavírus, mas contém apenas 8 por cento da população mundial.
A ameaça do coronavírus na região é agravada por dados que sugerem que apenas um em cada 10 latino-americanos foi totalmente vacinado contra o patógeno.
A diretora da OPAS, Carissa Etienne, disse na semana passada: “Embora estejamos vendo algum alívio do vírus nos países do hemisfério norte, para a maioria dos países de nossa região o fim ainda é um futuro distante.”