FOTO DE ARQUIVO: O sol brilha atrás do prédio do Secretariado das Nações Unidas na sede das Nações Unidas, em Nova York, Nova York, EUA, 18 de junho de 2021. REUTERS/Andrew Kelly
31 de janeiro de 2022
Por Michelle Nichols
NAÇÕES UNIDAS (Reuters) – O Conselho de Segurança da ONU deve se reunir em público nesta segunda-feira, a pedido dos Estados Unidos, para discutir o aumento de tropas da Rússia na fronteira com a Ucrânia, enquanto a diplomacia internacional destinada a aliviar as tensões se move para o mundo corpo em Nova York.
Os Estados Unidos descrevem a reunião do órgão de 15 membros como uma chance para a Rússia se explicar, enquanto a Rússia sinalizou que poderia tentar bloqueá-la. São necessários nove votos para que a reunião prossiga e Washington está “confiante” de que tem apoio suficiente.
Mas, além de todos os membros terem a oportunidade de expor suas opiniões abertamente, não haverá ação do conselho – mesmo que a Rússia invada a Ucrânia. Uma declaração simples precisa de apoio de consenso e a Rússia poderia vetar qualquer proposta de resolução.
A Rússia é um dos cinco poderes permanentes com poder de veto no conselho, juntamente com Estados Unidos, França, Grã-Bretanha e China. O Conselho de Segurança é encarregado de manter a paz e a segurança internacionais. Um dia após a reunião, a Rússia deve assumir a presidência rotativa do conselho em fevereiro.
“Os EUA e seus aliados usarão a ONU como um teatro político onde podem envergonhar publicamente a Rússia em caso de guerra”, disse Richard Gowan, diretor da ONU no Crisis Group, um think-tank.
“Temo que esta seja apenas mais uma crise, como a guerra da Etiópia e o golpe da Birmânia, que mostra a pouca influência que a ONU tem no mundo real”, acrescentou.
O QUE ACONTECEU COM A CRIME?
Se as forças armadas da Rússia aumentarem a crise, diplomatas e analistas de política externa dizem que a diplomacia e a ação nas Nações Unidas provavelmente espelharão o que aconteceu em 2014, depois que a Rússia anexou a região da Crimeia, na Ucrânia.
O Conselho de Segurança se reuniu dezenas de vezes desde então para discutir a crise na Ucrânia. Em março de 2014, votou uma resolução redigida pelos EUA contra um referendo sobre o status da Crimeia e instando os países a não reconhecê-la. Recebeu 13 votos a favor, a China se absteve e a Rússia vetou.
Buscando demonstrar o isolamento internacional da Rússia, os países ocidentais levaram um texto semelhante à Assembleia Geral de 193 membros, que adotou uma resolução declarando o referendo inválido. Recebeu 100 votos a favor, 11 contra e 58 abstenções, enquanto duas dezenas de países não votaram.
As resoluções da Assembleia Geral têm peso político, mas não são juridicamente vinculativas. Ao contrário do Conselho de Segurança, nenhum país tem poder de veto na Assembleia Geral.
O QUE ESTÃO FAZENDO OS DIPLOMATAS OCIDENTAL?
Até agora, a diplomacia ocidental nas Nações Unidas durante a mais recente escalada militar concentrou-se amplamente em tentar angariar apoio – caso necessário – entre os membros da ONU, acusando a Rússia de minar a Carta da ONU.
A Carta é o documento fundador das Nações Unidas, delineando seus propósitos e princípios acordados em 1945.
“As ações da Rússia em relação à Ucrânia não são apenas uma questão regional”, disse a repórteres a embaixadora do presidente dos EUA, Joe Biden, nas Nações Unidas, Linda Thomas-Greenfield, na semana passada.
“Eles impactam todos os estados membros da ONU, e devemos estar preparados para permanecer juntos em unidade e solidariedade caso a Rússia desafie os valores e princípios compartilhados que sustentam nosso sistema internacional”, disse ela.
O QUE A RÚSSIA PODE FAZER COMO PRESIDENTE DO CONSELHO DE SEGURANÇA?
Na terça-feira, a Rússia assume a presidência rotativa do conselho para fevereiro. Este é em grande parte um papel administrativo, mas envolve o agendamento de reuniões, então alguns diplomatas alertam que a Rússia pode adiar qualquer tentativa dos membros do conselho de solicitar outra discussão sobre as ações da Rússia.
Do jeito que as coisas estão, o conselho já deve discutir a Ucrânia em 17 de fevereiro, disseram diplomatas. É uma reunião agendada regularmente sobre os acordos de Minsk, que foram endossados pelo conselho em 2015 e projetados para acabar com uma guerra separatista de falantes de russo no leste da Ucrânia.
A Assembleia Geral também deve realizar uma discussão anual sobre “a situação nos territórios temporariamente ocupados da Ucrânia” em 23 de fevereiro.
(Reportagem de Michelle Nichols; Edição de Mary Milliken e Daniel Wallis)
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FOTO DE ARQUIVO: O sol brilha atrás do prédio do Secretariado das Nações Unidas na sede das Nações Unidas, em Nova York, Nova York, EUA, 18 de junho de 2021. REUTERS/Andrew Kelly
31 de janeiro de 2022
Por Michelle Nichols
NAÇÕES UNIDAS (Reuters) – O Conselho de Segurança da ONU deve se reunir em público nesta segunda-feira, a pedido dos Estados Unidos, para discutir o aumento de tropas da Rússia na fronteira com a Ucrânia, enquanto a diplomacia internacional destinada a aliviar as tensões se move para o mundo corpo em Nova York.
Os Estados Unidos descrevem a reunião do órgão de 15 membros como uma chance para a Rússia se explicar, enquanto a Rússia sinalizou que poderia tentar bloqueá-la. São necessários nove votos para que a reunião prossiga e Washington está “confiante” de que tem apoio suficiente.
Mas, além de todos os membros terem a oportunidade de expor suas opiniões abertamente, não haverá ação do conselho – mesmo que a Rússia invada a Ucrânia. Uma declaração simples precisa de apoio de consenso e a Rússia poderia vetar qualquer proposta de resolução.
A Rússia é um dos cinco poderes permanentes com poder de veto no conselho, juntamente com Estados Unidos, França, Grã-Bretanha e China. O Conselho de Segurança é encarregado de manter a paz e a segurança internacionais. Um dia após a reunião, a Rússia deve assumir a presidência rotativa do conselho em fevereiro.
“Os EUA e seus aliados usarão a ONU como um teatro político onde podem envergonhar publicamente a Rússia em caso de guerra”, disse Richard Gowan, diretor da ONU no Crisis Group, um think-tank.
“Temo que esta seja apenas mais uma crise, como a guerra da Etiópia e o golpe da Birmânia, que mostra a pouca influência que a ONU tem no mundo real”, acrescentou.
O QUE ACONTECEU COM A CRIME?
Se as forças armadas da Rússia aumentarem a crise, diplomatas e analistas de política externa dizem que a diplomacia e a ação nas Nações Unidas provavelmente espelharão o que aconteceu em 2014, depois que a Rússia anexou a região da Crimeia, na Ucrânia.
O Conselho de Segurança se reuniu dezenas de vezes desde então para discutir a crise na Ucrânia. Em março de 2014, votou uma resolução redigida pelos EUA contra um referendo sobre o status da Crimeia e instando os países a não reconhecê-la. Recebeu 13 votos a favor, a China se absteve e a Rússia vetou.
Buscando demonstrar o isolamento internacional da Rússia, os países ocidentais levaram um texto semelhante à Assembleia Geral de 193 membros, que adotou uma resolução declarando o referendo inválido. Recebeu 100 votos a favor, 11 contra e 58 abstenções, enquanto duas dezenas de países não votaram.
As resoluções da Assembleia Geral têm peso político, mas não são juridicamente vinculativas. Ao contrário do Conselho de Segurança, nenhum país tem poder de veto na Assembleia Geral.
O QUE ESTÃO FAZENDO OS DIPLOMATAS OCIDENTAL?
Até agora, a diplomacia ocidental nas Nações Unidas durante a mais recente escalada militar concentrou-se amplamente em tentar angariar apoio – caso necessário – entre os membros da ONU, acusando a Rússia de minar a Carta da ONU.
A Carta é o documento fundador das Nações Unidas, delineando seus propósitos e princípios acordados em 1945.
“As ações da Rússia em relação à Ucrânia não são apenas uma questão regional”, disse a repórteres a embaixadora do presidente dos EUA, Joe Biden, nas Nações Unidas, Linda Thomas-Greenfield, na semana passada.
“Eles impactam todos os estados membros da ONU, e devemos estar preparados para permanecer juntos em unidade e solidariedade caso a Rússia desafie os valores e princípios compartilhados que sustentam nosso sistema internacional”, disse ela.
O QUE A RÚSSIA PODE FAZER COMO PRESIDENTE DO CONSELHO DE SEGURANÇA?
Na terça-feira, a Rússia assume a presidência rotativa do conselho para fevereiro. Este é em grande parte um papel administrativo, mas envolve o agendamento de reuniões, então alguns diplomatas alertam que a Rússia pode adiar qualquer tentativa dos membros do conselho de solicitar outra discussão sobre as ações da Rússia.
Do jeito que as coisas estão, o conselho já deve discutir a Ucrânia em 17 de fevereiro, disseram diplomatas. É uma reunião agendada regularmente sobre os acordos de Minsk, que foram endossados pelo conselho em 2015 e projetados para acabar com uma guerra separatista de falantes de russo no leste da Ucrânia.
A Assembleia Geral também deve realizar uma discussão anual sobre “a situação nos territórios temporariamente ocupados da Ucrânia” em 23 de fevereiro.
(Reportagem de Michelle Nichols; Edição de Mary Milliken e Daniel Wallis)
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