Mais de cem leões foram mortos por caçadores de troféus britânicos desde 2015, mostram números divulgados pelo governo.
Entre 2015, quando a morte brutal do leão Cecil provocou indignação nacional, e 2022, 118 leões morreram nas mãos de caçadores britânicos.
Surpreendentemente, os números revelam que 80% dos mortos foram criados explicitamente para o abate. Caçados em espaços fechados, a prática é conhecida como “caça enlatada”, enquanto apenas 19 dos animais vítimas foram baleados na natureza. Acredita-se que esse número possa ser ainda maior, já que os números de 2023 ainda não foram divulgados.
Esta prática brutal ocorre exclusivamente na África do Sul, onde mais de 300 criadouros mantêm milhares de leões trancados a sete chaves, antes de libertarem caçadores de troféus assassinos.
Os números mostram que a UE importa mais troféus de leões do que qualquer outra região, suscitando preocupação entre os especialistas em animais.
Desde 2015, os britânicos voltaram para casa com nove corpos de leões, duas cabeças, 29 peles e 14 ossos, além de outros troféus terríveis.
Syed Rizwan, residente em Essex, foi um desses caçadores, posando abertamente ao lado de carcaças de leões nas redes sociais durante um feriado de caça na África.
O líder entre os caçadores sem coração, entretanto, é o notório Carl Knight. Não satisfeito em simplesmente matar leões por seus próprios méritos, Knight agora dirige o Take Aim Safaris em Botsuana. Turistas sedentos de sangue podem reservar uma caçada na reserva de Knight e ter a chance de matar zebras, hienas e hipopótamos.
Knight defende firmemente sua posição na caça. Em declarações ao Mirror, ele disse: “Nossas caçadas são legais e se você gosta ou não, não tem relevância para mim”.
Especialistas alertaram que a caça contínua de animais selvagens, como os leões, representa um risco para a sua luta contra a extinção.
O número de leões está diminuindo a uma taxa cada vez maior. Cerca de 100 mil leões vagavam livremente pela natureza na década de 1960, mas os especialistas estimam que esse número esteja próximo de 32 mil hoje em dia.
O Governo tomou medidas no sentido de proibir totalmente a importação de troféus de caça de espécies ameaçadas, anunciando planos para proibir a prática em Outubro de 2019.
No entanto, foi bloqueado ao passar pela Câmara dos Lordes por um pequeno grupo franco, mas deverá ser submetido à sua segunda leitura em março.
Proibições semelhantes já estão em vigor em países como a Austrália e a França, com outros países da UE, Finlândia e Bélgica, a apresentarem propostas para fazer o mesmo.
Os Estados Unidos também restringiram algumas importações de troféus, proibindo remanescentes de chitas e ursos polares de cruzarem suas fronteiras.
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