Os proprietários de algumas das casas recém-construídas em Auckland estão enfrentando um problema inesperado: o alto custo para manter suas casas frescas durante o verão. Algumas dessas casas de um milhão de dólares possuem apenas uma bomba de calor instalada no segundo andar, o que não é suficiente para resfriar toda a casa, deixando os quartos do terceiro andar extremamente quentes.
Uma dessas proprietárias, Meg*, reclama que o projeto das casas não foi pensado adequadamente desde o início. Com a exposição direta ao sol devido à orientação para o oeste e janelas que não abrem o suficiente para proporcionar uma ventilação adequada, a casa se torna um verdadeiro forno durante o verão. Meg chega a mencionar que teve que aprender a fechar as cortinas logo pela manhã para evitar o calor excessivo.
Outra proprietária, Ann*, relata uma situação semelhante em sua casa. Com temperaturas atingindo 30ºC dentro de um quarto às 21h, ela se vê obrigada a investir mais de US$ 25 mil para resolver o problema de superaquecimento. O presidente-executivo do Conselho Verde, Andrew Eagles, alertou para a falta de regulamentação quanto ao superaquecimento em novas construções, o que pode gerar ambientes extremamente desconfortáveis para os moradores.
Sian Taylor, da Team Green Architects, destaca a importância de considerar a orientação da casa em relação ao sol e o clima da região durante o projeto para evitar o superaquecimento. Ela também ressalta a necessidade de sistemas de ventilação adequados, tanto ativos como naturais, para garantir o conforto térmico nas residências.
Toby Tilsley, da Craft Homes, alerta para o alto custo de instalar um sistema de ventilação mecânica de forma retroativa, o que pode chegar a dobrar o valor em comparação à instalação durante a construção. O Gerente de Desempenho e Engenharia de Edifícios do MBIE, Dave Gittings, afirma que o Código de Construção exige ventilação adequada nos edifícios, porém reconhece a necessidade de atualizações para acompanhar as demandas da sociedade moderna.
Em um cenário onde as temperaturas estão em constante aumento, é fundamental repensar os padrões de construção para garantir que as novas residências sejam saudáveis, confortáveis e eficientes em termos energéticos. O investimento em tecnologias e práticas sustentáveis pode ser a chave para enfrentar os desafios do superaquecimento nas casas, proporcionando ambientes mais agradáveis e saudáveis para seus moradores.
*Alguns nomes foram alterados por questões de privacidade.
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