Apoiadores de grupos armados xiitas iraquianos fogem das forças de segurança após confrontos durante um protesto contra os resultados das eleições em Bagdá, Iraque, 5 de novembro de 2021. REUTERS / Ahmed Saad
6 de novembro de 2021
BAGDÁ (Reuters) – Foi iniciada uma investigação sobre as mortes e ferimentos de manifestantes e forças de segurança após os confrontos em Bagdá na sexta-feira, informou a Agência de Notícias do Iraque (INA), citando o Comando de Operações Conjuntas do Iraque.
O primeiro-ministro Mustafa al-Kadhimi ordenou a formação de um comitê para investigar os confrontos entre as forças de segurança iraquianas e partidários de partidos que contestam os resultados das eleições gerais de outubro.
Uma declaração do Comando de Operações Conjuntas não mencionou o número de mortos e feridos.
O comunicado acrescentou que “os negligentes serão responsabilizados judicialmente por sua negligência e violação das ordens explícitas do comandante-chefe, que destacou que balas reais não devem ser disparadas em hipótese alguma”, informou o INA.
Al-Kadhimi também ordenou indenização para as vítimas dos confrontos e decidiu supervisionar pessoalmente o andamento da investigação, disse o INA.
Foi o primeiro confronto violento significativo entre as forças do governo e partidários dos partidos políticos, muitos dos quais têm alas armadas e estão alinhados com o Irã, já que esses grupos perderam dezenas de assentos no parlamento após a votação de 10 de outubro.
A polícia disparou gás lacrimogêneo e munição real para o ar enquanto vários manifestantes atiravam pedras e tentavam avançar em direção à Zona Verde fortificada de Bagdá, que abriga prédios do governo e embaixadas estrangeiras, disseram as fontes de segurança.
Fontes do hospital disseram que mais de 21 manifestantes ficaram feridos, principalmente por inalação de fumaça e nove policiais feridos por serem atingidos por pedras.
Os partidos que obtiveram as maiores conquistas nas eleições iraquianas de outubro incluem o clérigo populista muçulmano xiita Moqtada al-Sadr, que se opõe publicamente à interferência iraniana na política iraquiana e pediu que todas as tropas ocidentais remanescentes se retirassem do país.
Os grupos apoiados pelo Irã que disputam o resultado da eleição também são xiitas, mas seguem um modelo iraniano de governo teocrático que o nacionalista Sadr e muitos xiitas iraquianos comuns rejeitam.
De acordo com as ordens de al-Kadhimi, o comitê de investigação incluirá a segurança das Forças de Mobilização Popular (PMF), uma organização guarda-chuva sancionada pelo estado de milícias em sua maioria xiitas apoiadas pelo Irã, disse o INA.
A maioria xiita do Iraque tem dominado o governo desde a derrubada do ditador sunita Saddam Hussein, liderada pelos EUA, em 2003. Sunitas e curdos iraquianos, os próximos maiores grupos religiosos e étnicos no Iraque, lideram alianças significativas no parlamento.
O resultado da eleição foi visto como uma rejeição pelos eleitores de influência estrangeira, especialmente do Irã.
Os partidos que contestam o resultado dizem que houve irregularidades no processo de votação e na contagem de votos, mas não forneceram evidências convincentes para suas reivindicações.
(Reportagem de John Davison, redação de Bagdá, reportagem adicional de Nayera Abdallah no Cairo, edição de William Maclean e Grant McCool)
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Apoiadores de grupos armados xiitas iraquianos fogem das forças de segurança após confrontos durante um protesto contra os resultados das eleições em Bagdá, Iraque, 5 de novembro de 2021. REUTERS / Ahmed Saad
6 de novembro de 2021
BAGDÁ (Reuters) – Foi iniciada uma investigação sobre as mortes e ferimentos de manifestantes e forças de segurança após os confrontos em Bagdá na sexta-feira, informou a Agência de Notícias do Iraque (INA), citando o Comando de Operações Conjuntas do Iraque.
O primeiro-ministro Mustafa al-Kadhimi ordenou a formação de um comitê para investigar os confrontos entre as forças de segurança iraquianas e partidários de partidos que contestam os resultados das eleições gerais de outubro.
Uma declaração do Comando de Operações Conjuntas não mencionou o número de mortos e feridos.
O comunicado acrescentou que “os negligentes serão responsabilizados judicialmente por sua negligência e violação das ordens explícitas do comandante-chefe, que destacou que balas reais não devem ser disparadas em hipótese alguma”, informou o INA.
Al-Kadhimi também ordenou indenização para as vítimas dos confrontos e decidiu supervisionar pessoalmente o andamento da investigação, disse o INA.
Foi o primeiro confronto violento significativo entre as forças do governo e partidários dos partidos políticos, muitos dos quais têm alas armadas e estão alinhados com o Irã, já que esses grupos perderam dezenas de assentos no parlamento após a votação de 10 de outubro.
A polícia disparou gás lacrimogêneo e munição real para o ar enquanto vários manifestantes atiravam pedras e tentavam avançar em direção à Zona Verde fortificada de Bagdá, que abriga prédios do governo e embaixadas estrangeiras, disseram as fontes de segurança.
Fontes do hospital disseram que mais de 21 manifestantes ficaram feridos, principalmente por inalação de fumaça e nove policiais feridos por serem atingidos por pedras.
Os partidos que obtiveram as maiores conquistas nas eleições iraquianas de outubro incluem o clérigo populista muçulmano xiita Moqtada al-Sadr, que se opõe publicamente à interferência iraniana na política iraquiana e pediu que todas as tropas ocidentais remanescentes se retirassem do país.
Os grupos apoiados pelo Irã que disputam o resultado da eleição também são xiitas, mas seguem um modelo iraniano de governo teocrático que o nacionalista Sadr e muitos xiitas iraquianos comuns rejeitam.
De acordo com as ordens de al-Kadhimi, o comitê de investigação incluirá a segurança das Forças de Mobilização Popular (PMF), uma organização guarda-chuva sancionada pelo estado de milícias em sua maioria xiitas apoiadas pelo Irã, disse o INA.
A maioria xiita do Iraque tem dominado o governo desde a derrubada do ditador sunita Saddam Hussein, liderada pelos EUA, em 2003. Sunitas e curdos iraquianos, os próximos maiores grupos religiosos e étnicos no Iraque, lideram alianças significativas no parlamento.
O resultado da eleição foi visto como uma rejeição pelos eleitores de influência estrangeira, especialmente do Irã.
Os partidos que contestam o resultado dizem que houve irregularidades no processo de votação e na contagem de votos, mas não forneceram evidências convincentes para suas reivindicações.
(Reportagem de John Davison, redação de Bagdá, reportagem adicional de Nayera Abdallah no Cairo, edição de William Maclean e Grant McCool)
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