Essa não é a única mudança conceitual que ele inspirou. Quando o Manchester City entrou nesta temporada sem um centroavante reconhecido, não foi visto como loucura, mas como uma decisão ousada, embora um pouco arriscada; jogar com uma frente fluida de três não é mais um anátema. A ideia de que os zagueiros podem trocar de lugar com os meio-campistas e atuar como craques também foi internalizada e imitada. Ele inaugurou uma era de mente aberta em que, sim, na verdade, talvez os goleiros pudessem cobrar pênaltis.
Seu impacto estatístico foi tão grande quanto seu estilístico. Guardiola, assim como fez na Espanha e na Alemanha, mudou o que é preciso para ser campeão. Encarregado do projeto esportivo mais luxuoso já imaginado – bem, conjunto – e com o controle de um clube que poderia se estabelecer como o melhor da categoria em quase tudo o que faz, Guardiola quebrou nossa concepção do possível.
Não é surpresa que os quatro maiores totais de pontos da história inglesa tenham ocorrido na era Guardiola: dois deles para o Manchester City e dois para o Liverpool de Jürgen Klopp, o único time que poderia, por um tempo, manter o ritmo. Um quinto está ao alcance deste ano. Cada uma das temporadas vencedoras de Guardiola no City incluiu uma série impossível de vitórias consecutivas ou jogos invictos.
Quanto disso se deve a ele e quanto disso se deve ao dinheiro à sua disposição é um debate contínuo, embora a seu favor esteja o fato de que ele fez exatamente a mesma coisa na Espanha: assim como ele creditou o desafio do Liverpool por forçar sua equipe a novos patamares, há poucas dúvidas de que a necessidade de superar o Barcelona inspirou o Real Madrid a conquistar 100 pontos em 2012.
De qualquer forma, ficou claro que mesmo para se aproximar do Manchester City de Guardiola exige que um rival seja quase perfeito. Isso não aconteceu este ano. O Liverpool perdeu terreno no Natal e no Ano Novo, alguns empates dignos de crédito e uma derrota desanimadora contra um Leicester City enfraquecido, deixando a equipe de Klopp à deriva. O Chelsea, se perder para o City no sábado, sofrerá o mesmo destino após um inverno instável.
Isso pode ter consequências. Se – como parece provável – o City vencer o campeonato nos próximos meses, tanto o Liverpool quanto o Chelsea terão suas falhas identificadas, suas vulnerabilidades expostas, seus defeitos descobertos. Os jogadores podem encontrar seus lugares no time ameaçados ou suas reputações diminuídas. Não é totalmente impossível que o técnico do Blues, Thomas Tuchel, pelo menos, possa até mesmo colocar seu emprego em risco caso o Chelsea termine a temporada 10 ou 15 pontos atrás.
Essa não é a única mudança conceitual que ele inspirou. Quando o Manchester City entrou nesta temporada sem um centroavante reconhecido, não foi visto como loucura, mas como uma decisão ousada, embora um pouco arriscada; jogar com uma frente fluida de três não é mais um anátema. A ideia de que os zagueiros podem trocar de lugar com os meio-campistas e atuar como craques também foi internalizada e imitada. Ele inaugurou uma era de mente aberta em que, sim, na verdade, talvez os goleiros pudessem cobrar pênaltis.
Seu impacto estatístico foi tão grande quanto seu estilístico. Guardiola, assim como fez na Espanha e na Alemanha, mudou o que é preciso para ser campeão. Encarregado do projeto esportivo mais luxuoso já imaginado – bem, conjunto – e com o controle de um clube que poderia se estabelecer como o melhor da categoria em quase tudo o que faz, Guardiola quebrou nossa concepção do possível.
Não é surpresa que os quatro maiores totais de pontos da história inglesa tenham ocorrido na era Guardiola: dois deles para o Manchester City e dois para o Liverpool de Jürgen Klopp, o único time que poderia, por um tempo, manter o ritmo. Um quinto está ao alcance deste ano. Cada uma das temporadas vencedoras de Guardiola no City incluiu uma série impossível de vitórias consecutivas ou jogos invictos.
Quanto disso se deve a ele e quanto disso se deve ao dinheiro à sua disposição é um debate contínuo, embora a seu favor esteja o fato de que ele fez exatamente a mesma coisa na Espanha: assim como ele creditou o desafio do Liverpool por forçar sua equipe a novos patamares, há poucas dúvidas de que a necessidade de superar o Barcelona inspirou o Real Madrid a conquistar 100 pontos em 2012.
De qualquer forma, ficou claro que mesmo para se aproximar do Manchester City de Guardiola exige que um rival seja quase perfeito. Isso não aconteceu este ano. O Liverpool perdeu terreno no Natal e no Ano Novo, alguns empates dignos de crédito e uma derrota desanimadora contra um Leicester City enfraquecido, deixando a equipe de Klopp à deriva. O Chelsea, se perder para o City no sábado, sofrerá o mesmo destino após um inverno instável.
Isso pode ter consequências. Se – como parece provável – o City vencer o campeonato nos próximos meses, tanto o Liverpool quanto o Chelsea terão suas falhas identificadas, suas vulnerabilidades expostas, seus defeitos descobertos. Os jogadores podem encontrar seus lugares no time ameaçados ou suas reputações diminuídas. Não é totalmente impossível que o técnico do Blues, Thomas Tuchel, pelo menos, possa até mesmo colocar seu emprego em risco caso o Chelsea termine a temporada 10 ou 15 pontos atrás.
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