FOTO DE ARQUIVO: O presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, participa de uma coletiva de imprensa, em meio ao surto de doença por coronavírus (COVID-19), em Brasília, Brasil, 7 de abril de 2020. REUTERS/Adriano Machado/File Photo
20 de janeiro de 2022
BRASÍLIA (Reuters) – O presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, disse nesta quinta-feira que a variante Omicron do coronavírus ainda não teve um grande impacto na economia do país e não era esperado porque o governo não impôs restrições à mobilidade.
Quando questionado sobre suas opiniões sobre o impacto da Omicron na economia brasileira, Campos Neto alertou que os casos provavelmente ainda estão sendo subnotificados no Brasil, mas acrescentou que, diferentemente do início da pandemia, as autoridades não implementaram restrições de mobilidade – permitindo que as empresas permaneçam abertas.
“Como a mobilidade não está sofrendo tanto, há uma tendência a acreditar que você não terá muito impacto, ou pelo menos menos impacto na economia”, disse ele.
Em uma conferência online organizada pelo banco Santander, ele disse que a China, por outro lado, adotou uma política severa para conter a nova variante e que a maior preocupação em relação à Omicron seria uma interrupção no fornecimento que afetaria a economia global.
“Quando você olha para as coisas que estão sendo enviadas para fora da China, você começa a ver algum impacto. Provavelmente é muito cedo para dizer, mas se houver uma interrupção no fornecimento da China, isso afetará a todos ”, disse Campos Neto.
O Brasil foi duramente atingido pelas ondas iniciais do COVID-19, e agora novos casos estão chegando aos recordes diários alimentados pela disseminação do Omicron. A propagação do vírus voltou a encher os hospitais, embora a variante pareça ter menos probabilidade de causar doenças graves do que as anteriores.
O Brasil tem o terceiro maior número de mortes por COVID-19 do mundo depois dos Estados Unidos e da Rússia, segundo cálculos da Reuters.
Campos Neto executou uma política agressiva de aperto monetário em meio à inflação de dois dígitos no Brasil. O banco central mais que quadruplicou sua taxa de referência no ano passado para 9,25% em dezembro, de 2% em março, e já sinalizou outro aumento de 150 pontos base em fevereiro.
Ele disse que a inflação no setor de serviços “é motivo para nos preocuparmos” e está sendo observado de perto pelos formuladores de políticas.
O mercado prevê um aumento de 5,09% na inflação em 2022, bem acima da meta de 3,5% do governo, de acordo com a última pesquisa semanal FOCUS do banco central com cerca de 100 economistas.
(Reportagem de Marcela Ayres; Edição de Brad Haynes e Aurora Ellis)
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FOTO DE ARQUIVO: O presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, participa de uma coletiva de imprensa, em meio ao surto de doença por coronavírus (COVID-19), em Brasília, Brasil, 7 de abril de 2020. REUTERS/Adriano Machado/File Photo
20 de janeiro de 2022
BRASÍLIA (Reuters) – O presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, disse nesta quinta-feira que a variante Omicron do coronavírus ainda não teve um grande impacto na economia do país e não era esperado porque o governo não impôs restrições à mobilidade.
Quando questionado sobre suas opiniões sobre o impacto da Omicron na economia brasileira, Campos Neto alertou que os casos provavelmente ainda estão sendo subnotificados no Brasil, mas acrescentou que, diferentemente do início da pandemia, as autoridades não implementaram restrições de mobilidade – permitindo que as empresas permaneçam abertas.
“Como a mobilidade não está sofrendo tanto, há uma tendência a acreditar que você não terá muito impacto, ou pelo menos menos impacto na economia”, disse ele.
Em uma conferência online organizada pelo banco Santander, ele disse que a China, por outro lado, adotou uma política severa para conter a nova variante e que a maior preocupação em relação à Omicron seria uma interrupção no fornecimento que afetaria a economia global.
“Quando você olha para as coisas que estão sendo enviadas para fora da China, você começa a ver algum impacto. Provavelmente é muito cedo para dizer, mas se houver uma interrupção no fornecimento da China, isso afetará a todos ”, disse Campos Neto.
O Brasil foi duramente atingido pelas ondas iniciais do COVID-19, e agora novos casos estão chegando aos recordes diários alimentados pela disseminação do Omicron. A propagação do vírus voltou a encher os hospitais, embora a variante pareça ter menos probabilidade de causar doenças graves do que as anteriores.
O Brasil tem o terceiro maior número de mortes por COVID-19 do mundo depois dos Estados Unidos e da Rússia, segundo cálculos da Reuters.
Campos Neto executou uma política agressiva de aperto monetário em meio à inflação de dois dígitos no Brasil. O banco central mais que quadruplicou sua taxa de referência no ano passado para 9,25% em dezembro, de 2% em março, e já sinalizou outro aumento de 150 pontos base em fevereiro.
Ele disse que a inflação no setor de serviços “é motivo para nos preocuparmos” e está sendo observado de perto pelos formuladores de políticas.
O mercado prevê um aumento de 5,09% na inflação em 2022, bem acima da meta de 3,5% do governo, de acordo com a última pesquisa semanal FOCUS do banco central com cerca de 100 economistas.
(Reportagem de Marcela Ayres; Edição de Brad Haynes e Aurora Ellis)
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