Papa Francisco realiza audiência geral semanal na Sala Paulo VI, no Vaticano, em 2 de março de 2022. REUTERS/Guglielmo Mangiapane
6 de março de 2022
Por Philip Pullella e Crispian Balmer
CIDADE DO VATICANO (Reuters) – O papa Francisco rejeitou neste domingo o uso do termo “operação militar especial” pela Rússia para a invasão da Ucrânia, dizendo que o país estava sendo atingido pela guerra e pedindo o fim imediato dos combates.
“Na Ucrânia correm rios de sangue e lágrimas. Esta não é apenas uma operação militar, mas uma guerra que semeia morte, destruição e miséria”, disse o papa em seu discurso semanal às multidões reunidas na Praça de São Pedro.
Os comentários foram os mais fortes que o papa já fez sobre a violência, embora, como tem acontecido durante todo o conflito, ele não tenha condenado a Rússia nominalmente.
Em vez disso, ele repetiu seu apelo à paz, à criação de corredores humanitários e ao retorno das negociações.
“Nesse país martirizado, a necessidade de assistência humanitária está crescendo a cada hora”, disse o papa, falando de uma janela com vista para a praça. “A guerra é uma loucura, por favor, pare.”
No dia seguinte ao lançamento da invasão pela Rússia, Francisco foi pessoalmente à embaixada russa para transmitir sua preocupação – um desvio sem precedentes do protocolo diplomático usual.
A Rússia diz que sua operação militar não foi projetada para ocupar território, mas para destruir as capacidades militares da Ucrânia e capturar o que considera seus perigosos governantes nacionalistas.
Muito mais pessoas do que o normal se reuniram em frente à Basílica de São Pedro para a aparição do papa no domingo, algumas segurando bandeiras multicoloridas da paz, bem como a bandeira azul e amarela da Ucrânia.
“A Santa Sé está disposta a fazer tudo para se colocar a serviço da paz”, disse o papa, acrescentando que dois cardeais católicos romanos foram à Ucrânia para ajudar os necessitados – Konrad Krajewski, da Polônia, e Michael Czerny, do Canadá.
Andriy Yurash, embaixador da Ucrânia no Vaticano, disse à Reuters que estava “muito, muito feliz” por Francisco ter chamado o conflito de guerra.
“Mesmo que o papa não tenha dito a palavra ‘Rússia’, todos no mundo sabem quem é o agressor que nos invadiu e quem iniciou essa guerra não provocada”, disse ele.
O papa também fez questão de agradecer aos repórteres que cobriam os combates apesar dos perigos, para relatar a crueldade e o sofrimento vivenciados.
(Reportagem de Crispian Balmer; reportagem adicional de Philip Pullella; Edição de Catherine Evans, Jane Merriman e Kevin Liffey)
Papa Francisco realiza audiência geral semanal na Sala Paulo VI, no Vaticano, em 2 de março de 2022. REUTERS/Guglielmo Mangiapane
6 de março de 2022
Por Philip Pullella e Crispian Balmer
CIDADE DO VATICANO (Reuters) – O papa Francisco rejeitou neste domingo o uso do termo “operação militar especial” pela Rússia para a invasão da Ucrânia, dizendo que o país estava sendo atingido pela guerra e pedindo o fim imediato dos combates.
“Na Ucrânia correm rios de sangue e lágrimas. Esta não é apenas uma operação militar, mas uma guerra que semeia morte, destruição e miséria”, disse o papa em seu discurso semanal às multidões reunidas na Praça de São Pedro.
Os comentários foram os mais fortes que o papa já fez sobre a violência, embora, como tem acontecido durante todo o conflito, ele não tenha condenado a Rússia nominalmente.
Em vez disso, ele repetiu seu apelo à paz, à criação de corredores humanitários e ao retorno das negociações.
“Nesse país martirizado, a necessidade de assistência humanitária está crescendo a cada hora”, disse o papa, falando de uma janela com vista para a praça. “A guerra é uma loucura, por favor, pare.”
No dia seguinte ao lançamento da invasão pela Rússia, Francisco foi pessoalmente à embaixada russa para transmitir sua preocupação – um desvio sem precedentes do protocolo diplomático usual.
A Rússia diz que sua operação militar não foi projetada para ocupar território, mas para destruir as capacidades militares da Ucrânia e capturar o que considera seus perigosos governantes nacionalistas.
Muito mais pessoas do que o normal se reuniram em frente à Basílica de São Pedro para a aparição do papa no domingo, algumas segurando bandeiras multicoloridas da paz, bem como a bandeira azul e amarela da Ucrânia.
“A Santa Sé está disposta a fazer tudo para se colocar a serviço da paz”, disse o papa, acrescentando que dois cardeais católicos romanos foram à Ucrânia para ajudar os necessitados – Konrad Krajewski, da Polônia, e Michael Czerny, do Canadá.
Andriy Yurash, embaixador da Ucrânia no Vaticano, disse à Reuters que estava “muito, muito feliz” por Francisco ter chamado o conflito de guerra.
“Mesmo que o papa não tenha dito a palavra ‘Rússia’, todos no mundo sabem quem é o agressor que nos invadiu e quem iniciou essa guerra não provocada”, disse ele.
O papa também fez questão de agradecer aos repórteres que cobriam os combates apesar dos perigos, para relatar a crueldade e o sofrimento vivenciados.
(Reportagem de Crispian Balmer; reportagem adicional de Philip Pullella; Edição de Catherine Evans, Jane Merriman e Kevin Liffey)
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