FOTO DO ARQUIVO: Bandeiras da União Europeia voam do lado de fora da sede da Comissão Europeia em Bruxelas, Bélgica, 10 de abril de 2019 REUTERS/Yves Herman
21 de março de 2022
Por Robin Emmott e John Irish
BRUXELAS (Reuters) – Os governos da União Europeia vão considerar a possibilidade de impor um embargo de petróleo à Rússia por sua invasão da Ucrânia ao se reunirem esta semana com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, para uma série de cúpulas destinadas a fortalecer a resposta do Ocidente a Moscou.
Buscando forçar uma retirada militar da Ucrânia pelo presidente russo Vladimir Putin, a UE – junto com aliados ocidentais – já impôs uma panóplia de sanções punitivas, incluindo o congelamento dos ativos do banco central russo.
“Estamos trabalhando em uma quinta rodada de sanções e muitos novos nomes estão sendo propostos”, disse um diplomata sênior da UE sob condição de anonimato porque as discussões não são públicas.
Os governos da UE retomarão a discussão entre os ministros das Relações Exteriores na segunda-feira, antes de Biden chegar a Bruxelas na quinta-feira para cúpulas com os 30 aliados da Otan, bem como a UE e em um formato do Grupo dos Sete (G7), incluindo o Japão.
Até agora, o Kremlin não mudou de rumo na Ucrânia por quatro rodadas de sanções da UE impostas nas últimas três semanas, inclusive contra 685 russos e bielorrussos e sobre finanças e comércio russos.
Isso deixa o bloco com a escolha economicamente mais difícil de mirar o petróleo russo, como os Estados Unidos e a Grã-Bretanha fizeram, mas não a UE de 27 países, dada sua dependência do gás russo para energia.
Diplomatas disseram à Reuters que os países bálticos, incluindo a Lituânia, estão pressionando por um embargo como o próximo passo lógico, enquanto a Alemanha está alertando para não agir rápido demais por causa dos já altos preços da energia na Europa.
A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro. Putin chamou as ações da Rússia de “operação especial” destinada a desmilitarizar a Ucrânia e expurgá-la do que ele vê como nacionalistas perigosos. A Ucrânia e o Ocidente dizem que Putin lançou uma guerra agressiva de escolha.
FRANÇA DIZ ‘SEM TABU’ SOBRE SANÇÕES
Moscou alertou que as sanções da UE ao petróleo russo podem levá-la a fechar um importante gasoduto para a Europa. A UE depende da Rússia para 40% de seu gás, com a Alemanha entre as mais dependentes das grandes economias da UE.
A Alemanha também é o maior comprador de petróleo russo da UE.
A Bulgária, que é quase completamente dependente do fornecimento de gás da russa Gazprom, disse que pode buscar um opt-out. A única refinaria de petróleo da Bulgária é de propriedade da russa LUKOIL e fornece mais de 60% do combustível usado no país balcânico.
Todas as decisões de sanções da UE exigem consenso. A França, que lidera a presidência de seis meses da UE, provavelmente será crucial.
O presidente Emmanuel Macron disse que se a situação piorar na Ucrânia – onde milhares foram mortos, mais de 5 milhões de pessoas foram deslocadas e algumas cidades devastadas por bombardeios – não deveria haver “tabus” em termos de sanções.
“Essas sanções visam forçar o presidente Putin a um novo cálculo”, disse um funcionário da presidência francesa. “Entre nossos parceiros e entre os países que negociam com a Rússia, há alguns que são mais sensíveis na questão de petróleo e gás. No entanto, o presidente (disse) que não há tabu”.
Diplomatas disseram que um ataque de armas químicas russas na Ucrânia, ou um pesado bombardeio da capital Kiev, pode ser um gatilho para um embargo de energia.
(Escrita por Robin Emmott; Edição por Mark Heinrich)
FOTO DO ARQUIVO: Bandeiras da União Europeia voam do lado de fora da sede da Comissão Europeia em Bruxelas, Bélgica, 10 de abril de 2019 REUTERS/Yves Herman
21 de março de 2022
Por Robin Emmott e John Irish
BRUXELAS (Reuters) – Os governos da União Europeia vão considerar a possibilidade de impor um embargo de petróleo à Rússia por sua invasão da Ucrânia ao se reunirem esta semana com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, para uma série de cúpulas destinadas a fortalecer a resposta do Ocidente a Moscou.
Buscando forçar uma retirada militar da Ucrânia pelo presidente russo Vladimir Putin, a UE – junto com aliados ocidentais – já impôs uma panóplia de sanções punitivas, incluindo o congelamento dos ativos do banco central russo.
“Estamos trabalhando em uma quinta rodada de sanções e muitos novos nomes estão sendo propostos”, disse um diplomata sênior da UE sob condição de anonimato porque as discussões não são públicas.
Os governos da UE retomarão a discussão entre os ministros das Relações Exteriores na segunda-feira, antes de Biden chegar a Bruxelas na quinta-feira para cúpulas com os 30 aliados da Otan, bem como a UE e em um formato do Grupo dos Sete (G7), incluindo o Japão.
Até agora, o Kremlin não mudou de rumo na Ucrânia por quatro rodadas de sanções da UE impostas nas últimas três semanas, inclusive contra 685 russos e bielorrussos e sobre finanças e comércio russos.
Isso deixa o bloco com a escolha economicamente mais difícil de mirar o petróleo russo, como os Estados Unidos e a Grã-Bretanha fizeram, mas não a UE de 27 países, dada sua dependência do gás russo para energia.
Diplomatas disseram à Reuters que os países bálticos, incluindo a Lituânia, estão pressionando por um embargo como o próximo passo lógico, enquanto a Alemanha está alertando para não agir rápido demais por causa dos já altos preços da energia na Europa.
A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro. Putin chamou as ações da Rússia de “operação especial” destinada a desmilitarizar a Ucrânia e expurgá-la do que ele vê como nacionalistas perigosos. A Ucrânia e o Ocidente dizem que Putin lançou uma guerra agressiva de escolha.
FRANÇA DIZ ‘SEM TABU’ SOBRE SANÇÕES
Moscou alertou que as sanções da UE ao petróleo russo podem levá-la a fechar um importante gasoduto para a Europa. A UE depende da Rússia para 40% de seu gás, com a Alemanha entre as mais dependentes das grandes economias da UE.
A Alemanha também é o maior comprador de petróleo russo da UE.
A Bulgária, que é quase completamente dependente do fornecimento de gás da russa Gazprom, disse que pode buscar um opt-out. A única refinaria de petróleo da Bulgária é de propriedade da russa LUKOIL e fornece mais de 60% do combustível usado no país balcânico.
Todas as decisões de sanções da UE exigem consenso. A França, que lidera a presidência de seis meses da UE, provavelmente será crucial.
O presidente Emmanuel Macron disse que se a situação piorar na Ucrânia – onde milhares foram mortos, mais de 5 milhões de pessoas foram deslocadas e algumas cidades devastadas por bombardeios – não deveria haver “tabus” em termos de sanções.
“Essas sanções visam forçar o presidente Putin a um novo cálculo”, disse um funcionário da presidência francesa. “Entre nossos parceiros e entre os países que negociam com a Rússia, há alguns que são mais sensíveis na questão de petróleo e gás. No entanto, o presidente (disse) que não há tabu”.
Diplomatas disseram que um ataque de armas químicas russas na Ucrânia, ou um pesado bombardeio da capital Kiev, pode ser um gatilho para um embargo de energia.
(Escrita por Robin Emmott; Edição por Mark Heinrich)
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