Uma professora de 60 anos de idade foi demitida da escola onde ministrava aulas de curso técnico após ser acusada de cometer injúria racial contra uma aluna em João Pinheiro. O caso aconteceu na semana passada e tomou grande proporção nas redes sociais após uma postagem do pinheirense Dam, questionando o silêncio da mídia local sobre o ocorrido. Depois do post, o JP Agora soube do caso e procurou a professora para uma entrevista. Ela disse ao repórter que não tinha a intenção de ofender a jovem e disse que está sofrendo as consequências por sua fala. Confira, a seguir, a reportagem exclusiva sobre o tema produzida pela redação do site JP Agora.
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Com a repercussão do caso nas mídias sociais, o site JP Agora apurou a identidade dos envolvidos e a escola onde tudo aconteceu. A aluna, no entanto, preferiu não se identificar e chegou a dizer que não queria dar visibilidade ao caso porque a demissão da professora já era punição suficiente para ela. Por isso, como a própria vítima da injúria não quis expor a autora da ofensa, o JP Agora também vai preservar a sua identidade.
Apesar da negativa da vítima em conceder entrevista ao site, a equipe do JP Agora entendeu que seria necessário a produção de uma reportagem principalmente para que casos como estes não aconteçam mais.
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ofender
Depois de conversar com a professora envolvida no caso e com algumas alunas que presenciaram a ofensa, o JP Agora apurou que a aula acontecia normalmente quando a professora se dirigiu à vítima e a questionou se ela havia “enfiado o dedo na tomada 220”, criticando o cabelo da jovem. Ela, então, não conseguiu se segurar e começou a chorar ainda na sala de aula. Diante da situação, a turma inteira saiu de dentro da sala e foram até a direção da escola.
A informação recebida através das fontes ligadas à turma apontaram que a professora foi mandada embora imediatamente, o que foi confirmado pelo JP Agora mais tarde com a direção e com a própria professora. Em nota enviada ao repórter do site, a vice-diretora do Colégio Visão se pronunciou dizendo que discriminação em sala de aula não pode ser aceita.
“Quando a situação chegou ao meu conhecimento através da aluna e de alguns colegas da turma, tomei as providências necessárias. A professora foi advertida e dispensada de suas funções. Histórias de alunos e professores discriminados em escolas não podem mais ser aceitas. Não compactuamos com nenhuma forma de preconceito!” diz a íntegra da nota enviada para o repórter do site.
Depois de ouvir a escola, o repórter do site entrou em contato com a professora e ela concordou em conceder uma entrevista. A todo momento, ela reafirmou que não teve a intenção de ofender a jovem.
Conversa informal
Questionada sobre a ofensa em si, a professora não concordou que ofendeu a jovem e disse que elas estavam em uma conversa informal, da qual foram extraídas palavras para poder prejudicá-la. Abaixo, o JP Agora transcreveu o que foi dito pela mulher.
“Foi uma conversa informal na qual eu vejo que foi extraído palavras e assuntos para poder prejudicar a minha pessoa. Eu já estava me sentindo perseguida porque foi me imposto três turnos, eu lecionava de manhã, de tarde e de noite. Então, era muitas aulas para mim. Eu já trabalhei lá uma vez, nunca tive esse tipo de problema. Eu sou uma pessoa simples, vim de família simples” disse a professora.
Adiante, a professora destacou que não é racista e que nunca fez nada parecido com ninguém nos seus 60 anos de vida. Pontuou, ainda, que tem amigos e familiares negros. “Eu não sou racista, nunca fui, nunca fiz isso com ninguém, eu tenho 60 anos. Eu tenho um irmão de criação que é negro, nora que é negra, advogado negro, convivo com várias pessoas de cor e de raças diferentes. Na minha profissão, eu tive convivência, no comércio, em casa, então toda vida eu fui uma pessoa humilde, simples. Nunca fiz isso com ninguém, se ela se sentiu ofendida, eu jamais tive essa intenção de fazer isso” ressaltou a mulher.
“Na altura da vida igual eu estou, eu não ia fazer isso. Eu sou uma pessoa que tem uma índole, nunca tive problema nenhum com justiça, de processar alguém ou de ser processada, jamais eu iria provocar uma situação sem medir as consequências que poderia acontecer. Infelizmente, a gente estava em uma conversa informal e dessa conversa foi extraído isso dessa forma e chegou a esse ponto” disse.
A professora continuou dizendo que não teve a intenção de ofender a jovem e que pode não ter usado o vocabulário certo para expressar o que estava querendo dizer. “Eu não tenho nada, não sou ninguém, meu direito começa a onde termina o do outro e vice versa. Se foi extraído essas palavras, infelizmente eu não devo ter tido vocabulário certo para poder saber expressar o que eu estava querendo dizer. Jamais foi com intenção de prejudicar nem ela nem ninguém nem outra pessoa” pontuou.
Questionada se ela estava arrependida pelo ocorrido, a professora ressaltou que se arrepende de ter participado da conversa e de não ter usado o vocabulário correto para se expressar, mas insistindo que não teve a intensão de ofender pontuou que depende muito de quem interpreta. “Meu arrependimento é de ter participado da conversa e não ter usado o vocabulário certo para o que eu quisesse expressar. Talvez foi um ato, um momento impensado que o vocabulário ele tem várias interpretações. Depende de quem está interpretando, eu não tive a intenção, do fundo do meu coração” disse a professora.
Ao final, a professora se mostrou arrependida e pontuou que perdeu o trabalho, sua fonte de renda. “Eu sinto muito pelo fato que aconteceu, perdi meu trabalho e isso já está me prejudicando porque agora eu estou sem trabalho e é eu que me sustento. Estou na casa da minha mãe, não tenho casa. Trabalho para sobreviver, defender o meu pão de cada dia. Jamais eu poderia pensar que as coisas fossem tomar esse rumo porque eu não tive a intenção. Se eu pudesse conversar com ela para poder a gente pelo menos tentar desfazer a ofensa, eu posso mostrar para ela que eu não tive essa intenção” finalizou a professora.
O JP Agora apurou, por fim, que o crime de injúria racial depende de representação, o que quer dizer que, para que a professora responda penalmente por seu ato, seria necessária a representação dela na polícia por parte da vítima. No entanto, a jovem preferiu não levar o caso até as autoridades porque entendeu que a demissão já foi pena suficiente para a professora.
Uma professora de 60 anos de idade foi demitida da escola onde ministrava aulas de curso técnico após ser acusada de cometer injúria racial contra uma aluna em João Pinheiro. O caso aconteceu na semana passada e tomou grande proporção nas redes sociais após uma postagem do pinheirense Dam, questionando o silêncio da mídia local sobre o ocorrido. Depois do post, o JP Agora soube do caso e procurou a professora para uma entrevista. Ela disse ao repórter que não tinha a intenção de ofender a jovem e disse que está sofrendo as consequências por sua fala. Confira, a seguir, a reportagem exclusiva sobre o tema produzida pela redação do site JP Agora.
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Com a repercussão do caso nas mídias sociais, o site JP Agora apurou a identidade dos envolvidos e a escola onde tudo aconteceu. A aluna, no entanto, preferiu não se identificar e chegou a dizer que não queria dar visibilidade ao caso porque a demissão da professora já era punição suficiente para ela. Por isso, como a própria vítima da injúria não quis expor a autora da ofensa, o JP Agora também vai preservar a sua identidade.
Apesar da negativa da vítima em conceder entrevista ao site, a equipe do JP Agora entendeu que seria necessário a produção de uma reportagem principalmente para que casos como estes não aconteçam mais.
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Depois de conversar com a professora envolvida no caso e com algumas alunas que presenciaram a ofensa, o JP Agora apurou que a aula acontecia normalmente quando a professora se dirigiu à vítima e a questionou se ela havia “enfiado o dedo na tomada 220”, criticando o cabelo da jovem. Ela, então, não conseguiu se segurar e começou a chorar ainda na sala de aula. Diante da situação, a turma inteira saiu de dentro da sala e foram até a direção da escola.
A informação recebida através das fontes ligadas à turma apontaram que a professora foi mandada embora imediatamente, o que foi confirmado pelo JP Agora mais tarde com a direção e com a própria professora. Em nota enviada ao repórter do site, a vice-diretora do Colégio Visão se pronunciou dizendo que discriminação em sala de aula não pode ser aceita.
“Quando a situação chegou ao meu conhecimento através da aluna e de alguns colegas da turma, tomei as providências necessárias. A professora foi advertida e dispensada de suas funções. Histórias de alunos e professores discriminados em escolas não podem mais ser aceitas. Não compactuamos com nenhuma forma de preconceito!” diz a íntegra da nota enviada para o repórter do site.
Depois de ouvir a escola, o repórter do site entrou em contato com a professora e ela concordou em conceder uma entrevista. A todo momento, ela reafirmou que não teve a intenção de ofender a jovem.
Conversa informal
Questionada sobre a ofensa em si, a professora não concordou que ofendeu a jovem e disse que elas estavam em uma conversa informal, da qual foram extraídas palavras para poder prejudicá-la. Abaixo, o JP Agora transcreveu o que foi dito pela mulher.
“Foi uma conversa informal na qual eu vejo que foi extraído palavras e assuntos para poder prejudicar a minha pessoa. Eu já estava me sentindo perseguida porque foi me imposto três turnos, eu lecionava de manhã, de tarde e de noite. Então, era muitas aulas para mim. Eu já trabalhei lá uma vez, nunca tive esse tipo de problema. Eu sou uma pessoa simples, vim de família simples” disse a professora.
Adiante, a professora destacou que não é racista e que nunca fez nada parecido com ninguém nos seus 60 anos de vida. Pontuou, ainda, que tem amigos e familiares negros. “Eu não sou racista, nunca fui, nunca fiz isso com ninguém, eu tenho 60 anos. Eu tenho um irmão de criação que é negro, nora que é negra, advogado negro, convivo com várias pessoas de cor e de raças diferentes. Na minha profissão, eu tive convivência, no comércio, em casa, então toda vida eu fui uma pessoa humilde, simples. Nunca fiz isso com ninguém, se ela se sentiu ofendida, eu jamais tive essa intenção de fazer isso” ressaltou a mulher.
“Na altura da vida igual eu estou, eu não ia fazer isso. Eu sou uma pessoa que tem uma índole, nunca tive problema nenhum com justiça, de processar alguém ou de ser processada, jamais eu iria provocar uma situação sem medir as consequências que poderia acontecer. Infelizmente, a gente estava em uma conversa informal e dessa conversa foi extraído isso dessa forma e chegou a esse ponto” disse.
A professora continuou dizendo que não teve a intenção de ofender a jovem e que pode não ter usado o vocabulário certo para expressar o que estava querendo dizer. “Eu não tenho nada, não sou ninguém, meu direito começa a onde termina o do outro e vice versa. Se foi extraído essas palavras, infelizmente eu não devo ter tido vocabulário certo para poder saber expressar o que eu estava querendo dizer. Jamais foi com intenção de prejudicar nem ela nem ninguém nem outra pessoa” pontuou.
Questionada se ela estava arrependida pelo ocorrido, a professora ressaltou que se arrepende de ter participado da conversa e de não ter usado o vocabulário correto para se expressar, mas insistindo que não teve a intensão de ofender pontuou que depende muito de quem interpreta. “Meu arrependimento é de ter participado da conversa e não ter usado o vocabulário certo para o que eu quisesse expressar. Talvez foi um ato, um momento impensado que o vocabulário ele tem várias interpretações. Depende de quem está interpretando, eu não tive a intenção, do fundo do meu coração” disse a professora.
Ao final, a professora se mostrou arrependida e pontuou que perdeu o trabalho, sua fonte de renda. “Eu sinto muito pelo fato que aconteceu, perdi meu trabalho e isso já está me prejudicando porque agora eu estou sem trabalho e é eu que me sustento. Estou na casa da minha mãe, não tenho casa. Trabalho para sobreviver, defender o meu pão de cada dia. Jamais eu poderia pensar que as coisas fossem tomar esse rumo porque eu não tive a intenção. Se eu pudesse conversar com ela para poder a gente pelo menos tentar desfazer a ofensa, eu posso mostrar para ela que eu não tive essa intenção” finalizou a professora.
O JP Agora apurou, por fim, que o crime de injúria racial depende de representação, o que quer dizer que, para que a professora responda penalmente por seu ato, seria necessária a representação dela na polícia por parte da vítima. No entanto, a jovem preferiu não levar o caso até as autoridades porque entendeu que a demissão já foi pena suficiente para a professora.
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