Levantamento da Confederação Nacional de Municípios (CNM) mostrou que 2,78 milhões de famílias estão na fila de espera para receber o Auxílio Brasil, o programa social instituído pelo governo Jair Bolsonaro que substituiu o Bolsa Família.
O número mais que dobrou entre março e abril, quando era de 1,3 milhão.
Assim, a fila mais que dobrou, representando um crescimento de 116%. Salta de 1,307 milhão de famílias (2,1 milhões de pessoas) para 2,788 milhões de famílias (5,3 milhões de pessoas), faltando pouco mais de 401 mil famílias para se atingir o patamar anterior à transição dos programas, segundo apurou o Estadão.
A pesquisa foi feita nos 5.570 municípios do País, que, por serem responsáveis pelo cadastramento, sentem a cobrança da população e aumento da pobreza na região, segundo a CNM, que também aponta que a previsão orçamentária para o Auxílio Brasil deste ano não é mais suficiente para zerar essa fila. O orçamento previsto é de R$ 89 bilhões.
A velocidade do crescimento da demanda reprimida vem surpreendendo e preocupando os prefeitos, que na ponta sentem as cobranças da população na esteira do aumento da pobreza nas suas localidades. É nos municípios que as famílias fazem o cadastramento ao programa no Centro de Referência da Assistência Social (Cras) para ter acesso à rede de proteção social do país.
Enquanto as prefeituras alertam para a necessidade de reforçar o programa, especialistas defendem uma grande mobilização para enfrentar o aumento da fome. Eles apontam falhas no desenho dos benefícios do Auxílio Brasil e chamam atenção para a necessidade de direcionar recursos ao Alimenta Brasil, programa de aquisição de alimentos de agricultores familiares e doação para famílias em situação de insegurança alimentar.
Com a falta de exposição de dados pelo Ministério da Cidadania, responsável pela gestão do Auxílio Brasil, a CNM resolveu seguir com um acompanhamento próprio da situação nos 5.570 municípios.
O aumento mostrado na fila é um dos reflexos apontados pelo 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil, divulgado em 8 de junho pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede PENSSAN).
A pesquisa afirmou que 33,1 milhões de brasileiros não têm o que comer no País, e que mais da metade da população brasileira (58,7%) vive hoje em situação de insegurança alimentar.
Fila por fileira
A Rede Brasileira de Renda Básica (RBRB) alerta que também há um problema adicional que é a chamada “fila da fila”, composta por pessoas em vulnerabilidade tão grave que nem sequer conseguiram completar seus cadastros nos Centros de Referência de Atendimento Social (Cras) das cidades e nem fazem parte da fila oficial.
Segundo o Estadão, em uma reunião que a rede fez com o Ministério da Cidadania, o presidente da organização, Leonardo Ferreira, disse que a pasta não nega que a fila já esteja alta. O governo, porém, estaria dificultando o acesso a esses dados, segundo a RBRB.
Agilizar o recebimento
Para agilizar o recebimento de benefícios como o Auxílio Brasil é importante a manutenção da qualidade dos dados do Cadastro Único. As famílias inscritas devem manter seus dados cadastrais atualizados. Isso deve ser feito obrigatoriamente a cada dois anos ou sempre que houver mudanças na família.
O usuário poderá verificar se seus dados cadastrais estão atualizados ou não pelo aplicativo do Cadastro Único ou na versão web através do endereço cadunico.cidadania.gov.br.
Para atualização é necessário estar logado no Gov.BR. Dentro do aplicativo ou na versão web é exibida a opção de Atualização Cadastral por Confirmação.
A opção só será apresentada para usuários com perfil de Responsável Familiar que já possuam o cadastro familiar concluído.
A cada dois anos é necessário que o cadastro seja atualizado mas, por vezes, os dados da família permanecem os mesmos. É para essas situações que foi disponibilizada a opção de Atualização Cadastral por Confirmação.
Se após revisar todos os dados da família, o(a) Responsável Familiar confirmar que todos os dados de endereço, integrantes da família e as informações de escolaridade e renda de todos permanecem iguais, então ele poderá fazer.
A atualização cadastral por confirmação pode ser pelo(a) Responsável Familiar nos casos em que todos os dados cadastrais exibidos em tela permanecerem os mesmos, ou seja, sem dados a incluir, excluir ou alterar.
Se houver algum dado que precisa ser alterado ou se o cadastro da família tiver alguma pendência, como por exemplo, se estiver incluído em Averiguação Cadastral, não vai ser possível atualizar via aplicativo. Nesse caso, a família deve ir ao posto de atendimento do Cadastro Único.
Em caso de dúvidas, reclamações e sugestões, acesse o site da Ouvidoria do Ministério da Cidadania ou ligue no telefone 121 da Central de Relacionamento do Ministério da Cidadania. A ligação é de graça e pode ser realizada por telefone fixo ou celular.
Este é um serviço do Ministério da Cidadania. Em caso de dúvidas, reclamações ou sugestões favor contactá-lo.
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