O Sri Lanka precisa de US$ 6 bilhões até o final do ano para comprar combustível e outros bens essenciais para estabilizar sua economia em ruínas.
A questão é de onde virá esse dinheiro.
Um de seus patronos mais firmes, a Índia, já forneceu US$ 4 bilhões em crédito e empréstimos, que o Sri Lanka queimou nos últimos meses. Em reuniões realizadas em Colombo, autoridades indianas manifestaram disposição de continuar apoiando o país. Mas não está claro quanto mais a Índia fará.
A situação ficou tão desesperadora que o Sri Lanka pediu ao presidente Vladimir V. Putin da Rússia uma linha de crédito para comprar combustível. Delegações governamentais foram enviadas ao exterior para se encontrar com qualquer pessoa que pudesse ajudar, incluindo instituições de caridade no Catar.
A China, aliada de longa data da família governante Rajapaksa, manteve uma grande distância. Nos últimos anos, a China financiou muitos de seus principais projetos de infraestrutura com empréstimos.
Só a conta mensal de combustível do Sri Lanka chega a cerca de US$ 500 milhões. Autoridades disseram que muitos de seus fornecedores tradicionais de combustível estão relutantes em vender para o país, já que a petrolífera estatal está atolada em dívidas que está lutando para pagar. Nos últimos meses, alguns fornecedores se recusaram a descarregar caminhões-tanque atracados nos portos do Sri Lanka até que o pagamento fosse feito.
As remessas de combustível da Índia ocasionalmente aliviam as longas filas nos postos de gasolina do Sri Lanka. Mas quando os suprimentos diminuem, o governo raciona o combustível e tenta reprimir a demanda, ordenando aos funcionários do Estado que trabalhem em casa, por exemplo. A escassez de gás de cozinha tornou-se tão desesperadora por um tempo que as pessoas pararam de comprá-lo, em alguns casos deixando seus cilindros vazios na rua, acorrentando-os para evitar roubos.
As autoridades apelaram aos turistas estrangeiros para que retornem às praias imaculadas e às montanhas exuberantes do Sri Lanka, esperando que a moeda forte desesperadamente necessária chegue.
O país ainda está em negociações com o Fundo Monetário Internacional para reestruturar bilhões de dólares em dívida externa, sobre a qual está inadimplente. Um novo acordo com o FMI, que pode abrir as portas para financiamento e ajuda externa, está a meses de distância, e as negociações foram ainda mais complicadas pelas últimas convulsões no governo.
Discussão sobre isso post