FOTO DO ARQUIVO: O Presidente Jair Bolsonaro observa durante a cerimônia de assinatura do decreto estabelecendo o Sistema de Integridade Pública do governo Federal no Palácio do Planalto em Brasília, Brasil, 27 de julho de 2021. REUTERS / Adriano Machado
29 de julho de 2021
BRASÍLIA (Reuters) – O presidente da extrema direita do Brasil, Jair Bolsonaro, pleiteou nesta quinta-feira a substituição do sistema de votação eletrônica do país por cédulas impressas que podem ser contadas, alegando que é necessário evitar fraudes nas eleições do ano que vem.
“Quero eleições no próximo ano, mas eleições limpas, democráticas e sinceras”, disse ele em seu webcast semanal na mídia social para seus apoiadores.
Bolsonaro mostrou uma série de videoclipes na internet como suposta evidência de fraude passada, sustentando que a democracia estava em risco no Brasil.
Os críticos dizem que Bolsonaro, como o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, está semeando dúvidas eleitorais para pavimentar o caminho para que ele não aceite a derrota em 2022.
Com sua popularidade caindo depois de supervisionar o segundo surto de coronavírus mais mortal do mundo, as pesquisas de opinião mostram que ele segue o ex-presidente de esquerda Luiz Inácio Lula da Silva, embora nenhum deles tenha anunciado oficialmente que concorrerá.
Bolsonaro insiste há meses que o Brasil deve adotar a cédula de papel, embora uma emenda constitucional mudando o sistema eleitoral não tenha ganhado muita força no Congresso.
A principal autoridade eleitoral do Brasil, o TSE, refutou alegações infundadas do Bolsonaro de que houve fraude na eleição de 2014, dizendo que o voto eletrônico pode ser bem auditado. Mesmo o perdedor de 2014, Aécio Neves, que foi derrotado pela candidata de Lula Dilma Rousseff em uma eleição acirrada, disse que foi justo.
A escalada das alegações de Bolsonaro sobre fraude eleitoral veio em um momento tenso, poucos dias depois de uma reportagem bombástica de jornal de que o ministro da Defesa do Brasil havia emitido uma ameaça de que a eleição de 2022 não ocorreria a menos que as cédulas impressas fossem usadas.
A reportagem do Estado de S. Paulo dizia que o ministro da Defesa, Walter Braga Netto, ex-general do Exército, havia dito isso ao presidente da Câmara, Arthur Lira, por meio de um interlocutor. A Reuters não foi capaz de verificar de forma independente a história, que citava fontes anônimas.
Tanto Lira quanto Braga Netto negaram a denúncia.
(Reportagem de Anthony Boadle; Edição de Sam Holmes)
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FOTO DO ARQUIVO: O Presidente Jair Bolsonaro observa durante a cerimônia de assinatura do decreto estabelecendo o Sistema de Integridade Pública do governo Federal no Palácio do Planalto em Brasília, Brasil, 27 de julho de 2021. REUTERS / Adriano Machado
29 de julho de 2021
BRASÍLIA (Reuters) – O presidente da extrema direita do Brasil, Jair Bolsonaro, pleiteou nesta quinta-feira a substituição do sistema de votação eletrônica do país por cédulas impressas que podem ser contadas, alegando que é necessário evitar fraudes nas eleições do ano que vem.
“Quero eleições no próximo ano, mas eleições limpas, democráticas e sinceras”, disse ele em seu webcast semanal na mídia social para seus apoiadores.
Bolsonaro mostrou uma série de videoclipes na internet como suposta evidência de fraude passada, sustentando que a democracia estava em risco no Brasil.
Os críticos dizem que Bolsonaro, como o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, está semeando dúvidas eleitorais para pavimentar o caminho para que ele não aceite a derrota em 2022.
Com sua popularidade caindo depois de supervisionar o segundo surto de coronavírus mais mortal do mundo, as pesquisas de opinião mostram que ele segue o ex-presidente de esquerda Luiz Inácio Lula da Silva, embora nenhum deles tenha anunciado oficialmente que concorrerá.
Bolsonaro insiste há meses que o Brasil deve adotar a cédula de papel, embora uma emenda constitucional mudando o sistema eleitoral não tenha ganhado muita força no Congresso.
A principal autoridade eleitoral do Brasil, o TSE, refutou alegações infundadas do Bolsonaro de que houve fraude na eleição de 2014, dizendo que o voto eletrônico pode ser bem auditado. Mesmo o perdedor de 2014, Aécio Neves, que foi derrotado pela candidata de Lula Dilma Rousseff em uma eleição acirrada, disse que foi justo.
A escalada das alegações de Bolsonaro sobre fraude eleitoral veio em um momento tenso, poucos dias depois de uma reportagem bombástica de jornal de que o ministro da Defesa do Brasil havia emitido uma ameaça de que a eleição de 2022 não ocorreria a menos que as cédulas impressas fossem usadas.
A reportagem do Estado de S. Paulo dizia que o ministro da Defesa, Walter Braga Netto, ex-general do Exército, havia dito isso ao presidente da Câmara, Arthur Lira, por meio de um interlocutor. A Reuters não foi capaz de verificar de forma independente a história, que citava fontes anônimas.
Tanto Lira quanto Braga Netto negaram a denúncia.
(Reportagem de Anthony Boadle; Edição de Sam Holmes)
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