Um empresário pinheirense de 36 anos foi condenado em primeira instância por vários crimes cometidos contra sua ex-esposa na cidade de João Pinheiro nos anos de 2020 e 2021. A somatória das penas ultrapassou 12 anos com regime inicial fechado. Ele segue preso preventivamente.
A redação do JP Agora teve acesso à sentença condenatória proferida pela justiça pinheirense no dia 31 de julho de 2022, a qual consta no processo 0006286-03.2021.8.13.0363, de livre acesso a qualquer interessado. Na decisão final, o magistrado Maurício Pinto Filho entendeu caracterizada a autoria e materialidade dos crimes de sequestro, roubo, disparo de arma de fogo, descumprimento de medida protetiva e posse ilegal de munições de calibre permitido.
Segundo consta no relatório da sentença, o empresário Deuler Gaspar da Silva não se conformava com o fim do seu matrimônio com sua ex-esposa e, por isso, no dia 28 de dezembro de 2020, a abordou na antiga residência do casal e a obrigou, mediante graves ameaças, a entregar seus dois aparelhos celulares. Depois que leu algumas mensagens, Deuler a obrigou a entrar em sua caminhonete e os dois pegaram a BR-040 sentido Brasília.
Após a instrução do processo, o juiz entendeu que restou provado que, naquele dia, Deuler Gaspar cometeu o crime de sequestro e cárcere privado contra a ex, já que a obrigou, mediante ameaças de morte inclusive com uma arma de fogo, a ficar no interior do veículo durante toda a viagem. Ainda naquele dia, Deuler parou o veículo próximo a Paracatu, desembarcou e efetuou um disparo de arma de fogo contra um dos celulares. Depois, o empresário retornou a João Pinheiro e liberou a mulher, que procurou a polícia imediatamente.
Os dois aparelhos celulares da vítima ficaram com o empresário e, por isso, o magistrado reconheceu que o crime de roubo também restou configurado naquele fatídico 28 de dezembro de 2020. Deuler chegou a ser preso preventivamente naquela época, ocasião em que a justiça fixou medidas protetivas em favor da mulher.
Apesar das medidas protetivas, o empresário insistiu em manter contato com a vítima para tentar reatar o relacionamento. Consta na sentença que, no dia 10 de março, ele enviou mensagens ameaçadoras para uma amiga da ex dizendo que havia contratado uma pessoa para matá-la. Depois, no dia 31 daquele mesmo mês, a perseguiu na MG-181 e se aproximou dela novamente, cometendo novo descumprimento das medidas protetivas outrora fixadas. Então, a justiça decretou novamente a sua prisão preventiva.
Por fim, no dia 12 de maio de 2021, a polícia encontrou 8 munições calibre .12 no escritório de Deuler após cumprimento de mandado de busca e apreensão. Por isso, o crime de posse irregular de munição também foi acolhido pelo magistrado.
Ao final da decisão, na somatória das penas, o magistrado chegou a 12 anos e 06 meses de reclusão, 01 ano e 06 meses de detenção e 38 dias-multa, com regime inicial fechado. Atualmente, Deuler está preso preventivamente e, em razão da condenação, o juiz determinou a manutenção da prisão. Ele seguirá recolhido até segunda ordem.
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