A corrida presidencial inesperadamente apertada do Brasil deu uma guinada feia nas últimas semanas antes do segundo turno de 30 de outubro, mesmo para os padrões contundentes do ano passado, com insinuações de canibalismo, pedofilia e adoração ao diabo.
O tom mudou tão rapidamente que a campanha do presidente Jair Bolsonaro, que assumiu o cargo há quatro anos com um agressivo ataque digital aos rivais, foi colocada na defensiva, perdendo tempo precioso para sua estratégia de sair atrás e conquistar a reeleição.
Dois assessores seniores de Bolsonaro disseram que sua campanha foi surpreendida pela eficácia dos ataques do desafiante de esquerda Luiz Inácio Lula da Silva e aliados, que aproveitaram vídeos antigos e deslizes recentes para deixar o titular de direita lutando.
“Isso nos causou muitos danos”, disse um dos assessores de campanha sob condição de anonimato.
Em uma linha de ataque, aliados de Lula desenterraram uma entrevista de 2016 na qual Bolsonaro disse que estava disposto a comer carne humana em um ritual indígena não especificado. Em outro, circularam imagens antigas de Bolsonaro falando em lojas maçônicas, consideradas templos pagãos por alguns de seus aliados cristãos evangélicos.
No ataque mais explosivo até agora, a campanha de Lula fez um anúncio de ataque da anedota de Bolsonaro em um podcast de sexta-feira sobre visitar a casa de adolescentes migrantes venezuelanas que ele sugeriu estarem se preparando para se prostituir.
O presidente ganhou liminares que tiraram do ar aquele anúncio de ataque e mantiveram o assunto fora de um debate com Lula no último domingo. Bolsonaro negou qualquer associação com canibalismo ou rituais pagãos e classificou as insinuações de pedofilia como mentiras caluniosas. Mas os assuntos dominaram a cobertura da campanha e as conversas online por dias.
Uma pesquisa de rastreamento descobriu que a vantagem de Lula, que caiu para apenas três pontos percentuais antes do fim de semana, voltou para 52% a 45% sobre Bolsonaro na terça-feira, segundo uma consultoria política que pediu anonimato para discutir pesquisas privadas.
As pesquisas públicas, divulgadas a cada uma ou duas semanas, continuam mostrando uma corrida praticamente estável, com Lula com uma vantagem de cerca de 5 pontos percentuais, como fez no primeiro turno da votação em 2 de outubro.
Mas cada semana que passa sem que Bolsonaro ganhe terreno é uma batalha vencida por Lula, que foi presidente do Brasil de 2003 a 2010.
“Bolsonaro se tornou vítima de sua própria estratégia de comunicação armada que turva o debate público com sarcasmo, zombaria e humilhação visando dividir a sociedade brasileira”, disse Fabio Malini, professor de novas mídias da Universidade Federal do Espírito Santo.
‘TELENOVELA BRASILEIRA’
Bolsonaro não tem vergonha de rebater.
“O foco agora é atacar Lula e provocar temores de que ele volte ao poder”, disse uma segunda fonte de campanha de Bolsonaro.
Os assessores de campanha de Bolsonaro dizem que suas pesquisas indicaram que 8% a 10% dos apoiadores de Lula ainda podem ser influenciados com argumentos de que uma presidência de esquerda pode desencadear ondas de crimes, ruína econômica e retrocessos para os conservadores sociais.
Os anúncios do titular já sugerem que Lula legalizará o aborto e fechará igrejas, o que o ex-presidente negou repetidamente.
Uma linha de ataque mais bizarra de aliados de Bolsonaro forçou a campanha de Lula a fazer uma negação direta nas redes sociais: “Lula não tem pacto nem nunca conversou com o diabo”.
Mas, diferentemente da campanha presidencial de 2018, quando o Partido dos Trabalhadores de Lula estava em grande parte isolado e despreparado para uma guerra suja digital nas últimas semanas da corrida, o ex-presidente tem uma série de aliados se juntando a ele nas trincheiras online.
A personalidade da Internet Felipe Neto, com 15 milhões de seguidores no Twitter e quase 17 milhões no Instagram, já pressionou pelo impeachment do sucessor de Lula no Partido dos Trabalhadores, mas agora defende Lula diariamente online enquanto amplia os ataques a Bolsonaro.
O deputado André Janones, cujo partido centrista havia demonstrado apoio à agenda de Bolsonaro no Congresso, cancelou sua própria candidatura presidencial para apoiar Lula, trazendo uma tenacidade de buldogue aos debates online.
“Janones é um spin doctor do mundo digital”, disse Malini, especialista em novas mídias. “Os ataques ferozes e contra-ataques baseados em boatos, meias verdades e insinuações fizeram desta eleição uma novela brasileira.”
Leia o Últimas notícias e Últimas notícias aqui
A corrida presidencial inesperadamente apertada do Brasil deu uma guinada feia nas últimas semanas antes do segundo turno de 30 de outubro, mesmo para os padrões contundentes do ano passado, com insinuações de canibalismo, pedofilia e adoração ao diabo.
O tom mudou tão rapidamente que a campanha do presidente Jair Bolsonaro, que assumiu o cargo há quatro anos com um agressivo ataque digital aos rivais, foi colocada na defensiva, perdendo tempo precioso para sua estratégia de sair atrás e conquistar a reeleição.
Dois assessores seniores de Bolsonaro disseram que sua campanha foi surpreendida pela eficácia dos ataques do desafiante de esquerda Luiz Inácio Lula da Silva e aliados, que aproveitaram vídeos antigos e deslizes recentes para deixar o titular de direita lutando.
“Isso nos causou muitos danos”, disse um dos assessores de campanha sob condição de anonimato.
Em uma linha de ataque, aliados de Lula desenterraram uma entrevista de 2016 na qual Bolsonaro disse que estava disposto a comer carne humana em um ritual indígena não especificado. Em outro, circularam imagens antigas de Bolsonaro falando em lojas maçônicas, consideradas templos pagãos por alguns de seus aliados cristãos evangélicos.
No ataque mais explosivo até agora, a campanha de Lula fez um anúncio de ataque da anedota de Bolsonaro em um podcast de sexta-feira sobre visitar a casa de adolescentes migrantes venezuelanas que ele sugeriu estarem se preparando para se prostituir.
O presidente ganhou liminares que tiraram do ar aquele anúncio de ataque e mantiveram o assunto fora de um debate com Lula no último domingo. Bolsonaro negou qualquer associação com canibalismo ou rituais pagãos e classificou as insinuações de pedofilia como mentiras caluniosas. Mas os assuntos dominaram a cobertura da campanha e as conversas online por dias.
Uma pesquisa de rastreamento descobriu que a vantagem de Lula, que caiu para apenas três pontos percentuais antes do fim de semana, voltou para 52% a 45% sobre Bolsonaro na terça-feira, segundo uma consultoria política que pediu anonimato para discutir pesquisas privadas.
As pesquisas públicas, divulgadas a cada uma ou duas semanas, continuam mostrando uma corrida praticamente estável, com Lula com uma vantagem de cerca de 5 pontos percentuais, como fez no primeiro turno da votação em 2 de outubro.
Mas cada semana que passa sem que Bolsonaro ganhe terreno é uma batalha vencida por Lula, que foi presidente do Brasil de 2003 a 2010.
“Bolsonaro se tornou vítima de sua própria estratégia de comunicação armada que turva o debate público com sarcasmo, zombaria e humilhação visando dividir a sociedade brasileira”, disse Fabio Malini, professor de novas mídias da Universidade Federal do Espírito Santo.
‘TELENOVELA BRASILEIRA’
Bolsonaro não tem vergonha de rebater.
“O foco agora é atacar Lula e provocar temores de que ele volte ao poder”, disse uma segunda fonte de campanha de Bolsonaro.
Os assessores de campanha de Bolsonaro dizem que suas pesquisas indicaram que 8% a 10% dos apoiadores de Lula ainda podem ser influenciados com argumentos de que uma presidência de esquerda pode desencadear ondas de crimes, ruína econômica e retrocessos para os conservadores sociais.
Os anúncios do titular já sugerem que Lula legalizará o aborto e fechará igrejas, o que o ex-presidente negou repetidamente.
Uma linha de ataque mais bizarra de aliados de Bolsonaro forçou a campanha de Lula a fazer uma negação direta nas redes sociais: “Lula não tem pacto nem nunca conversou com o diabo”.
Mas, diferentemente da campanha presidencial de 2018, quando o Partido dos Trabalhadores de Lula estava em grande parte isolado e despreparado para uma guerra suja digital nas últimas semanas da corrida, o ex-presidente tem uma série de aliados se juntando a ele nas trincheiras online.
A personalidade da Internet Felipe Neto, com 15 milhões de seguidores no Twitter e quase 17 milhões no Instagram, já pressionou pelo impeachment do sucessor de Lula no Partido dos Trabalhadores, mas agora defende Lula diariamente online enquanto amplia os ataques a Bolsonaro.
O deputado André Janones, cujo partido centrista havia demonstrado apoio à agenda de Bolsonaro no Congresso, cancelou sua própria candidatura presidencial para apoiar Lula, trazendo uma tenacidade de buldogue aos debates online.
“Janones é um spin doctor do mundo digital”, disse Malini, especialista em novas mídias. “Os ataques ferozes e contra-ataques baseados em boatos, meias verdades e insinuações fizeram desta eleição uma novela brasileira.”
Leia o Últimas notícias e Últimas notícias aqui
Discussão sobre isso post