Para alguns, cores rivais e sinais de mão podem evocar uma guerra de gangues. Mas, no Brasil, as batalhas do vermelho contra o amarelo ou do gesto de “pistola” contra o polegar e o indicador virados para cima fazem parte de outro tipo de embate violento e fratricida: a política.
Enquanto o gigante sul-americano se prepara para votar em 30 de outubro em um segundo turno presidencial polarizado entre o candidato de extrema direita Jair Bolsonaro e o desafiante de esquerda Luiz Inácio Lula da Silva, a AFP revisita algumas das imagens e símbolos coloridos que marcaram a campanha.
Mar Vermelho
Vermelho é a cor histórica do Partido dos Trabalhadores (PT), que Lula cofundou em 1980, e os comícios de campanha do ex-metalúrgico parecem mares gigantes.
De camisetas a bandeiras, óculos de sol e toalhas espalhadas nas praias icônicas do Rio de Janeiro, não há fim de roupas vermelhas exibidas por fãs do ex-presidente (2003-2010) – muitas vezes com uma estrela branca do PT no meio.
Alguns acessórios apresentam fotos recentes de Lula, de 76 anos, outros uma versão mais jovem e barbuda de seus dias de líder sindical. Mas o fundo é quase sempre vermelho.
Como um touro enfurecido, Bolsonaro acusou, atacando Lula e seus aliados como “comunistas”.
“Sua bandeira sempre foi vermelha – com uma foice e um martelo”, ele racha.
Acenando a bandeira
Bolsonaro adotou o verde e o amarelo da bandeira do Brasil como suas cores.
Os conservadores começaram a usar amarelo e verde em massa durante protestos de rua em 2015 contra a ex-presidente Dilma Rousseff, sucessora escolhida a dedo por Lula.
Mas Bolsonaro, de 67 anos, fez deles seus próprios – assim como a camisa amarela da seleção nacional de futebol, que ele pediu aos torcedores que usem nas urnas no primeiro turno da eleição em 2 de outubro.
“Hoje, o povo identifica a bandeira comigo, com nossos candidatos para liderar o Brasil – com gente boa”, disse o titular no mês passado.
Martelando a mensagem, alguns vendedores vendem versões da bandeira com o rosto de Bolsonaro no lugar do disco azul estrelado no meio, seu slogan de campanha escrito abaixo: “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”.
Lula chamou para “resgatar” a bandeira “daquele fascista”.
“Verde e amarelo são de todos nós”, diz.
Pistola vs. ‘L’
O gesto de marca registrada de Bolsonaro desde a campanha de 2018 que o levou ao poder tem sido um sinal de pistola com o polegar e o indicador estendidos – uma referência à promessa do ex-capitão do exército de aliviar as restrições às armas para que “bons cidadãos” possam se defender do crime.
Sob suas políticas, a posse de armas de fogo no Brasil quintuplicou.
Os opositores, que criticam o gesto como violento, literalmente o viraram de cabeça para baixo, virando a pistola para fazer um “L” para Lula – revivendo um gesto que os partidários do veterano esquerdista vêm usando desde sua primeira campanha presidencial em 1989.
Vídeos de celebridades pró-Lula, como o lendário cantor Caetano Veloso e o ex-jogador de futebol Rai, fazendo o gesto se tornaram virais na internet.
Campanha de carros
Alguns eleitores também colocaram seus carros no ato, indo muito além dos adesivos tradicionais.
Um elaborado conjunto de decalques apresenta uma imagem em tamanho real de Bolsonaro na janela da frente e Lula atrás, atrás das grades com uniforme de prisioneiro – uma referência às alegações de corrupção que perseguem o ex-presidente.
O conteúdo provocativo, sensacionalista e bem-humorado nascido online está reformulando as regras “rígidas” de como as campanhas eram realizadas no passado, diz a analista política Alana Fontenelle, da Universidade de Brasília.
“A linguagem da internet está transcendendo para o mundo offline”, disse ela à AFP.
Leia todos os Últimas notícias aqui
Para alguns, cores rivais e sinais de mão podem evocar uma guerra de gangues. Mas, no Brasil, as batalhas do vermelho contra o amarelo ou do gesto de “pistola” contra o polegar e o indicador virados para cima fazem parte de outro tipo de embate violento e fratricida: a política.
Enquanto o gigante sul-americano se prepara para votar em 30 de outubro em um segundo turno presidencial polarizado entre o candidato de extrema direita Jair Bolsonaro e o desafiante de esquerda Luiz Inácio Lula da Silva, a AFP revisita algumas das imagens e símbolos coloridos que marcaram a campanha.
Mar Vermelho
Vermelho é a cor histórica do Partido dos Trabalhadores (PT), que Lula cofundou em 1980, e os comícios de campanha do ex-metalúrgico parecem mares gigantes.
De camisetas a bandeiras, óculos de sol e toalhas espalhadas nas praias icônicas do Rio de Janeiro, não há fim de roupas vermelhas exibidas por fãs do ex-presidente (2003-2010) – muitas vezes com uma estrela branca do PT no meio.
Alguns acessórios apresentam fotos recentes de Lula, de 76 anos, outros uma versão mais jovem e barbuda de seus dias de líder sindical. Mas o fundo é quase sempre vermelho.
Como um touro enfurecido, Bolsonaro acusou, atacando Lula e seus aliados como “comunistas”.
“Sua bandeira sempre foi vermelha – com uma foice e um martelo”, ele racha.
Acenando a bandeira
Bolsonaro adotou o verde e o amarelo da bandeira do Brasil como suas cores.
Os conservadores começaram a usar amarelo e verde em massa durante protestos de rua em 2015 contra a ex-presidente Dilma Rousseff, sucessora escolhida a dedo por Lula.
Mas Bolsonaro, de 67 anos, fez deles seus próprios – assim como a camisa amarela da seleção nacional de futebol, que ele pediu aos torcedores que usem nas urnas no primeiro turno da eleição em 2 de outubro.
“Hoje, o povo identifica a bandeira comigo, com nossos candidatos para liderar o Brasil – com gente boa”, disse o titular no mês passado.
Martelando a mensagem, alguns vendedores vendem versões da bandeira com o rosto de Bolsonaro no lugar do disco azul estrelado no meio, seu slogan de campanha escrito abaixo: “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”.
Lula chamou para “resgatar” a bandeira “daquele fascista”.
“Verde e amarelo são de todos nós”, diz.
Pistola vs. ‘L’
O gesto de marca registrada de Bolsonaro desde a campanha de 2018 que o levou ao poder tem sido um sinal de pistola com o polegar e o indicador estendidos – uma referência à promessa do ex-capitão do exército de aliviar as restrições às armas para que “bons cidadãos” possam se defender do crime.
Sob suas políticas, a posse de armas de fogo no Brasil quintuplicou.
Os opositores, que criticam o gesto como violento, literalmente o viraram de cabeça para baixo, virando a pistola para fazer um “L” para Lula – revivendo um gesto que os partidários do veterano esquerdista vêm usando desde sua primeira campanha presidencial em 1989.
Vídeos de celebridades pró-Lula, como o lendário cantor Caetano Veloso e o ex-jogador de futebol Rai, fazendo o gesto se tornaram virais na internet.
Campanha de carros
Alguns eleitores também colocaram seus carros no ato, indo muito além dos adesivos tradicionais.
Um elaborado conjunto de decalques apresenta uma imagem em tamanho real de Bolsonaro na janela da frente e Lula atrás, atrás das grades com uniforme de prisioneiro – uma referência às alegações de corrupção que perseguem o ex-presidente.
O conteúdo provocativo, sensacionalista e bem-humorado nascido online está reformulando as regras “rígidas” de como as campanhas eram realizadas no passado, diz a analista política Alana Fontenelle, da Universidade de Brasília.
“A linguagem da internet está transcendendo para o mundo offline”, disse ela à AFP.
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