Profissão Repórter foi ao local porque Lula e Bolsonaro empataram no 1º turno
Equipe do Profissão Repórter, da TV Globo, flagrou suspeita de compra de votos, com o uso do Auxílio Brasil, em Coronel Sapucaia, no MS. Ao questionar o caso, o repórter Caco Barcellos e demais integrantes receberam ameaças veladas.
Conforme a TV Globo, Barcellos foi até a cidade do MS que faz fronteira com o Paraguai, a dois dias do segundo turno, porque na primeira votação, houve empate entre Lula e Bolsonaro. Cada um recebeu 4.254 votos. Somente o petista e Bolsonaro receberam 8.508 dos 8.868 votos da cidade.
Barcellos caminhava pela rua, a fim de saber da polarização e intenção de voto dos moradores. No entanto, se deparou com um galpão de um centro cultural, repleto de moradores, que seriam quase todos beneficiários do Auxílio Brasil.
O repórter se aproximou e, uma mulher que seria assessora da secretária, e que falava ao público se aproximou e respondeu a pergunta do jornalista, sobre o que ocorria naquele local.
”Tem a ver de demonstrar o que o presidente e o governador estão fazendo pelas pessoas”, teria respondido hesitante.
Durante a entrevista, o público que estava no local se levantou e foi embora. Ao ser abordado pela reportagem, um homem teria dito: ”é melhor vocês ficaram na sua”, diz a reportagem.
A reportagem do Profissão Repórter observou planilhas com nomes de beneficiários. Uma outra mulher foi abordada e, ao ser questionada, respondeu que ”não poderia falar nada”.
Caco Barcellos entrevistou a secretária que falava ao público, mas não recebeu respostas objetivas. Veja trecho do diálogo:
Caco: Por que essa reunião?
Secretária: Sobre o Auxílio Brasil e Mais Social.
Caco: E por que a senhora faz essa reunião na semana das eleições?
Secretária: Porque nós temos que mandar as listas… Entende?
Caco: Por que mandar listas?
Secretária: Nós mandamos a lista para o MDS. Tchau!
A reportagem da Globo apurou, junto a uma vizinha do local do encontro, que aquela reunião ocorria há três dias. Ela revelou que nunca houve esse tipo de reunião e que seria para ”assinar o negócio do Bolsa Família”.
”… ontem que eu ouvi falando que, quando acaba a reunião, o Rudi dá R$ 50 para cada um. Rudi é o prefeito daqui”, contou a testemunha ao repórter.
A equipe de reportagem encontrou o prefeito, que estava em uma gincana entre escolas municipais e também deu respostas evasivas ao profissional da imprensa e depois se afastou.
No local onde a gincana ocorria, uma moradora disse que a reunião era para falar sobre o Auxílio Brasil, mas que também foi falado sobre política. A orientação era para votar no candidato Bolsonaro, caso contrário, a cidade não receberia verbas e tudo pararia
”… pararia de fazer o asfalto, as escolas. Você chega lá, se você está precisando… Vamos supor: você precisa para sobreviver o auxílio e o vale renda, você muda seu voto na hora com medo de perder o benefício”, disse a contribuinte ao Profissão Repórter.
Ameaças
Após as entrevistas, Caco Barcellos recebeu ligação de uma pessoa, alertando que seria perigoso continuar a reportagem na cidade.
”Fiquei extremamente preocupado. Eu sugeriria para vocês terminar a pauta… Se você quiser continuar aqui na cidade trabalhando, é o teu trabalho. É assim: sua conta e risco. Mas eu conheço bem aqui a cidade. É complicado”, teria dito um morador.
O espaço está aberto aos envolvidos, sobretudo a Prefeitura de Coronel Sapucaia.
Foto: Reprodução TV Globo
(TopMídiaNews)
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Profissão Repórter foi ao local porque Lula e Bolsonaro empataram no 1º turno
Equipe do Profissão Repórter, da TV Globo, flagrou suspeita de compra de votos, com o uso do Auxílio Brasil, em Coronel Sapucaia, no MS. Ao questionar o caso, o repórter Caco Barcellos e demais integrantes receberam ameaças veladas.
Conforme a TV Globo, Barcellos foi até a cidade do MS que faz fronteira com o Paraguai, a dois dias do segundo turno, porque na primeira votação, houve empate entre Lula e Bolsonaro. Cada um recebeu 4.254 votos. Somente o petista e Bolsonaro receberam 8.508 dos 8.868 votos da cidade.
Barcellos caminhava pela rua, a fim de saber da polarização e intenção de voto dos moradores. No entanto, se deparou com um galpão de um centro cultural, repleto de moradores, que seriam quase todos beneficiários do Auxílio Brasil.
O repórter se aproximou e, uma mulher que seria assessora da secretária, e que falava ao público se aproximou e respondeu a pergunta do jornalista, sobre o que ocorria naquele local.
”Tem a ver de demonstrar o que o presidente e o governador estão fazendo pelas pessoas”, teria respondido hesitante.
Durante a entrevista, o público que estava no local se levantou e foi embora. Ao ser abordado pela reportagem, um homem teria dito: ”é melhor vocês ficaram na sua”, diz a reportagem.
A reportagem do Profissão Repórter observou planilhas com nomes de beneficiários. Uma outra mulher foi abordada e, ao ser questionada, respondeu que ”não poderia falar nada”.
Caco Barcellos entrevistou a secretária que falava ao público, mas não recebeu respostas objetivas. Veja trecho do diálogo:
Caco: Por que essa reunião?
Secretária: Sobre o Auxílio Brasil e Mais Social.
Caco: E por que a senhora faz essa reunião na semana das eleições?
Secretária: Porque nós temos que mandar as listas… Entende?
Caco: Por que mandar listas?
Secretária: Nós mandamos a lista para o MDS. Tchau!
A reportagem da Globo apurou, junto a uma vizinha do local do encontro, que aquela reunião ocorria há três dias. Ela revelou que nunca houve esse tipo de reunião e que seria para ”assinar o negócio do Bolsa Família”.
”… ontem que eu ouvi falando que, quando acaba a reunião, o Rudi dá R$ 50 para cada um. Rudi é o prefeito daqui”, contou a testemunha ao repórter.
A equipe de reportagem encontrou o prefeito, que estava em uma gincana entre escolas municipais e também deu respostas evasivas ao profissional da imprensa e depois se afastou.
No local onde a gincana ocorria, uma moradora disse que a reunião era para falar sobre o Auxílio Brasil, mas que também foi falado sobre política. A orientação era para votar no candidato Bolsonaro, caso contrário, a cidade não receberia verbas e tudo pararia
”… pararia de fazer o asfalto, as escolas. Você chega lá, se você está precisando… Vamos supor: você precisa para sobreviver o auxílio e o vale renda, você muda seu voto na hora com medo de perder o benefício”, disse a contribuinte ao Profissão Repórter.
Ameaças
Após as entrevistas, Caco Barcellos recebeu ligação de uma pessoa, alertando que seria perigoso continuar a reportagem na cidade.
”Fiquei extremamente preocupado. Eu sugeriria para vocês terminar a pauta… Se você quiser continuar aqui na cidade trabalhando, é o teu trabalho. É assim: sua conta e risco. Mas eu conheço bem aqui a cidade. É complicado”, teria dito um morador.
O espaço está aberto aos envolvidos, sobretudo a Prefeitura de Coronel Sapucaia.
Foto: Reprodução TV Globo
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