Um vídeo que viralizou nas redes sociais mostra o momento em que um médico intimida um entregador do iFood que se recusou a subir até o apartamento dele para entregar a comida. A reação do cliente provocou uma manifestação de motoboys em frente ao prédio, em Brasília, com direito a “buzinaço”.
Nas imagens, o médico já aparece filmando o entregador. “Dizendo que é para subir e ele não sobe. Não sabe ver o endereço, foi parar na igreja. Quando chegou, se recusou a subir, e estava lá escrito que era para subir, era a opção. Ele não quis falar comigo no interfone, e ainda se recusou a subir”, diz.
O cliente ainda cita o nome do entregador e fala que vai registrar uma reclamação no iFood. O motoboy ignora as queixas, entrega a comida e pede o código do pedido para o médico, para que a entrega seja finalizada. O homem, no entanto, se recusa a informar o número.
O entregador pega o pacote de volta da mão do cliente, pedindo mais uma vez que ele passe o código para que o pedido seja registrado como entregue. O médico, então, volta a gravar e acusa o profissional de roubo.
“Roubou da minha mão a comida, eu quis pegar a comida e ele não entregou. Vai responder por isso. Pode ficar com a comida, eu peço o estorno. Não me entregou e vai responder por isso agora”, diz.
‘Buzinaço’
Com a repercussão do ocorrido, motoboys de Brasília se reuniram em frente ao prédio do médico, na Asa Sul, em um protesto. O presidente da Associação de Motofretistas Autônomos e Entregadores de Aplicativo do Distrito Federal e Entorno (Amae-DF), disse ao Metrópoles que o vídeo gerou revolta nos grupos de entregadores.
“Motoboy nenhum é obrigado a subir no apartamento do cliente. Eles sobem para agilizar a entrega. O próprio aplicativo orienta que os clientes encontrem o entregador”, disse Alessandro da Conceição, conhecido como “Sorriso”.
Cerca de 150 entregadores circularam pelo local buzinando como forma de manifestação. O presidente da Amae-DF também disse que o motoboy que gravou ovídeo foi instruído a registrar um boletim de ocorrência. “O cliente acusou o motoboy de roubo, sendo que ele não quis passar o código”, afirmou.
Entregador tem que subir ou não?
Em junho deste ano, um caso parecido ganhou repercussão nas redes sociais: em São Luís, no Maranhão, um entregador foi chamado de “vagabundo” por um cliente que exigiu que ele subisse até o décimo andar para completar uma entrega.
À época, Edgar da Silva, presidente da Amabr (Associação dos Motofretistas de Aplicativos e Autônomos do Brasil), explicou que não há lei que obrigue os entregadores a subirem até o apartamento do cliente.
Motofretista há 21 anos, ele compara o trabalho de delivery ao de um carteiro, que “leva [a entrega] de um endereço ao outro”. Sendo assim, a exigência é descabida e muitas vezes prejudica o profissional.
“O motoboy já ganha pouco. Aí se ele para a moto, deixa na rua, corre o risco de ela ser roubada com outras mercadorias dentro. Ele vai subir, de andar por andar. Às vezes tem várias entregas no mesmo prédio. Tudo isso aí, ele já perdeu uma noite. Não pagou nem a gasolina, já que costuma ganhar por entrega”, explicou o líder da associação ao Bhaz.
Ainda de acordo com Edgar, é preciso considerar o regimento de cada prédio e condomínio, já que alguns nem permitem a entrada. Ele destaca que, algum tempo atrás, era comum ficar sabendo de episódios criminosos envolvendo falsos entregadores.
Para evitar esses impasses, a melhor solução é utilizar o bom senso e ter empatia com a realidade dos profissionais de delivery.
Foto: Reprodução/@evadynho/TikTok
(BHAZ)
Total de leituras: 3
Um vídeo que viralizou nas redes sociais mostra o momento em que um médico intimida um entregador do iFood que se recusou a subir até o apartamento dele para entregar a comida. A reação do cliente provocou uma manifestação de motoboys em frente ao prédio, em Brasília, com direito a “buzinaço”.
Nas imagens, o médico já aparece filmando o entregador. “Dizendo que é para subir e ele não sobe. Não sabe ver o endereço, foi parar na igreja. Quando chegou, se recusou a subir, e estava lá escrito que era para subir, era a opção. Ele não quis falar comigo no interfone, e ainda se recusou a subir”, diz.
O cliente ainda cita o nome do entregador e fala que vai registrar uma reclamação no iFood. O motoboy ignora as queixas, entrega a comida e pede o código do pedido para o médico, para que a entrega seja finalizada. O homem, no entanto, se recusa a informar o número.
O entregador pega o pacote de volta da mão do cliente, pedindo mais uma vez que ele passe o código para que o pedido seja registrado como entregue. O médico, então, volta a gravar e acusa o profissional de roubo.
“Roubou da minha mão a comida, eu quis pegar a comida e ele não entregou. Vai responder por isso. Pode ficar com a comida, eu peço o estorno. Não me entregou e vai responder por isso agora”, diz.
‘Buzinaço’
Com a repercussão do ocorrido, motoboys de Brasília se reuniram em frente ao prédio do médico, na Asa Sul, em um protesto. O presidente da Associação de Motofretistas Autônomos e Entregadores de Aplicativo do Distrito Federal e Entorno (Amae-DF), disse ao Metrópoles que o vídeo gerou revolta nos grupos de entregadores.
“Motoboy nenhum é obrigado a subir no apartamento do cliente. Eles sobem para agilizar a entrega. O próprio aplicativo orienta que os clientes encontrem o entregador”, disse Alessandro da Conceição, conhecido como “Sorriso”.
Cerca de 150 entregadores circularam pelo local buzinando como forma de manifestação. O presidente da Amae-DF também disse que o motoboy que gravou ovídeo foi instruído a registrar um boletim de ocorrência. “O cliente acusou o motoboy de roubo, sendo que ele não quis passar o código”, afirmou.
Entregador tem que subir ou não?
Em junho deste ano, um caso parecido ganhou repercussão nas redes sociais: em São Luís, no Maranhão, um entregador foi chamado de “vagabundo” por um cliente que exigiu que ele subisse até o décimo andar para completar uma entrega.
À época, Edgar da Silva, presidente da Amabr (Associação dos Motofretistas de Aplicativos e Autônomos do Brasil), explicou que não há lei que obrigue os entregadores a subirem até o apartamento do cliente.
Motofretista há 21 anos, ele compara o trabalho de delivery ao de um carteiro, que “leva [a entrega] de um endereço ao outro”. Sendo assim, a exigência é descabida e muitas vezes prejudica o profissional.
“O motoboy já ganha pouco. Aí se ele para a moto, deixa na rua, corre o risco de ela ser roubada com outras mercadorias dentro. Ele vai subir, de andar por andar. Às vezes tem várias entregas no mesmo prédio. Tudo isso aí, ele já perdeu uma noite. Não pagou nem a gasolina, já que costuma ganhar por entrega”, explicou o líder da associação ao Bhaz.
Ainda de acordo com Edgar, é preciso considerar o regimento de cada prédio e condomínio, já que alguns nem permitem a entrada. Ele destaca que, algum tempo atrás, era comum ficar sabendo de episódios criminosos envolvendo falsos entregadores.
Para evitar esses impasses, a melhor solução é utilizar o bom senso e ter empatia com a realidade dos profissionais de delivery.
Foto: Reprodução/@evadynho/TikTok
(BHAZ)
Total de leituras: 3
Discussão sobre isso post