Ultima atualização: 23 de janeiro de 2023, 06h52 IST
Homens seguram bandeiras russas enquanto se reúnem para mostrar seu apoio ao líder da Junta, Ibrahim Traore, e exigem a saída do embaixador francês na Place de la Nation em Ouagadougou, Burkina Faso (Imagem: Reuters)
Está gradualmente ficando claro que, para enfrentar os jihadistas no país, Burkina Faso se voltou para a Rússia, mas Macron insiste que tudo ainda está bem
Burkina Faso pediu à França que retire suas tropas do país dentro de um mês, de acordo com uma carta diplomática das autoridades de lá para Paris obtida pela AFP no domingo.
O presidente Emmanuel Macron disse no domingo que Paris estava aguardando esclarecimentos de Burkina Faso depois que o regime militar do país africano disse que queria que as tropas francesas partissem dentro de um mês.
Macron pediu “muita prudência”, dizendo que havia “grande confusão” sobre os comentários relatados na mídia e disse que o líder da junta militar, Ibrahim Traore, precisava tomar uma posição pública.
“Estamos esperando esclarecimentos por parte do senhor Traore”, disse ele a repórteres.
A carta do Ministério das Relações Exteriores, datada de quarta-feira passada, encerra o acordo de 2018 sob o qual as tropas francesas estavam estacionadas lá e estabelece o prazo de um mês para sua partida.
A AFP obteve a carta de uma fonte diplomática de Burkina Faso, que não foi capaz de dizer se a França reconheceu ou não o recebimento da carta.
Questionado sobre a carta, o gabinete do presidente francês disse que ainda aguarda a confirmação da posição de Burkina Faso “ao mais alto nível”, reiterando a declaração de Macron no domingo.
A agência de notícias estatal de Burkina Faso informou os detalhes do pedido na noite de sábado, e uma fonte próxima ao governo confirmou o relato à AFP.
A fonte esclareceu que “não foi o rompimento de relações com a França. A notificação diz respeito apenas a acordos de cooperação militar”.
Deterioração das relações
A França tem 400 soldados das forças especiais estacionados em Burkina governado pela junta para combater uma insurgência jihadista, mas as relações se deterioraram nos últimos meses.
Desde que o atual regime militar tomou o poder em setembro, houve várias manifestações pedindo a saída do embaixador francês e das tropas francesas ali presentes.
Há sinais de que Burkina Faso, assim como seu vizinho Mali, está se voltando para a Rússia como parceira.
“A Rússia é uma escolha razoável nesta dinâmica”, disse o primeiro-ministro de Burkina Faso, Apollinaire Kyelem de Tembela, na semana passada, após uma reunião com o embaixador russo.
“Achamos que nossa parceria precisa ser fortalecida”, acrescentou.
Kyelem de Tembela visitou Moscou no início de dezembro.
Burkina Faso está se recuperando de uma insurgência jihadista que surgiu do vizinho Mali em 2015.
Traoré tomou o poder em um golpe no final de setembro, no segundo golpe militar no país em oito meses.
A França está preocupada com a repetição de seu desastroso desentendimento com o Mali, de onde retirou tropas no ano passado.
Se as forças francesas saíssem do país, a opção preferida de Paris parece ser redistribuir suas forças no sul do vizinho Níger, onde cerca de 2.000 de seus soldados já estão estacionados.
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(Esta história não foi editada pela equipe do News18 e foi publicada a partir de um feed de agência de notícias sindicalizado)
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