Ultima atualização: 04 de fevereiro de 2023, 15:54 IST
YouTuber Tiba al-Ali fez vídeos sobre sua vida em Istambul, mas seu pai se opôs a ela morar sozinha em Turkiye. Ele a matou em 31 de janeiro em um ato chamado de ‘assassinato por honra’ (Imagem: YouTube/@tiba99)
O governo iraquiano disse que pediu aos familiares que resolvessem o assunto de maneira amigável, mas ficou surpreso ao descobrir que o pai matou a filha do YouTuber
A morte de uma jovem estrela do YouTube nas mãos de seu pai provocou indignação no Iraque, onde os chamados “crimes de honra” continuam a ocorrer no país conservador.
Tiba al-Ali, 22, foi morta por seu pai em 31 de janeiro na província de Diwaniya, no sul, disse o porta-voz do Ministério do Interior, Saad Maan, no Twitter na sexta-feira.
A polícia tentou mediar entre Ali – que residia na Turquia e estava visitando o Iraque – e seus parentes para “resolver a disputa familiar de maneira definitiva”, disse Maan.
Gravações não verificadas de conversas entre Ali e seu pai pareciam indicar que ele estava infeliz com a decisão dela de morar sozinha na Turquia.
Maan disse que após o encontro inicial da polícia com a família “fomos surpreendidos no dia seguinte… com a notícia de seu assassinato nas mãos de seu pai, como ele admitiu em suas confissões iniciais”.
Ele não deu mais detalhes sobre a natureza da disputa.
Ali ganhou seguidores no YouTube, onde postava vídeos de sua vida cotidiana e nos quais seu noivo aparecia com frequência.
Uma fonte policial que falou à AFP sob condição de anonimato confirmou que a “disputa familiar” remonta a 2015.
Ela havia viajado para a Turquia com sua família em 2017, mas, ao retornar, ela se recusou a se juntar a eles, optando por ficar na Turquia, onde residia desde então, disse a fonte policial.
Sua morte provocou alvoroço entre os iraquianos nas redes sociais, que convocaram protestos em Bagdá no domingo para exigir justiça em resposta à sua morte.
“As mulheres em nossas sociedades são reféns de costumes retrógrados devido à ausência de impedimentos legais e medidas governamentais – que atualmente não são proporcionais ao tamanho dos crimes de violência doméstica”, escreveu o veterano político Ala Talabani no Twitter.
A defensora dos direitos humanos Hanaa Edwar disse à AFP que, de acordo com gravações de voz atribuídas à jovem, “ela deixou sua família… porque foi agredida sexualmente por seu irmão”.
O Observatório Iraquiano para os Direitos Humanos também relatou a alegação. A AFP não pôde verificar de forma independente a autenticidade das gravações de voz.
A Anistia Internacional condenou o assassinato “horrível”, dizendo que “o código penal iraquiano ainda trata com indulgência os chamados ‘crimes de honra’, que compreendem atos violentos como agressão e até assassinato”.
“Até que as autoridades iraquianas adotem uma legislação robusta para proteger mulheres e meninas… inevitavelmente continuaremos a testemunhar assassinatos horríveis”, disse a vice-diretora da Anistia para o Oriente Médio e Norte da África, Aya Majzoub.
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(Esta história não foi editada pela equipe do News18 e foi publicada a partir de um feed de agência de notícias sindicalizado)
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