As forças russas intensificaram os bombardeios e ataques no leste da Ucrânia na quarta-feira antes de uma nova ofensiva prevista, mas autoridades ucranianas disseram que as tropas de Kyiv ainda estão firmes.
O governador de Luhansk, Serhiy Haidai, disse que soldados inimigos estavam tentando capturar a cidade de Kreminna e a vila vizinha de Bilohorivka.
“Estamos repelindo todas as tentativas de invasão”, disse Haidai em comentários televisionados. “O inimigo não está tendo sucesso.”
O líder instalado pela Rússia da chamada República Popular de Luhansk, Leonid Pasechnik, descreveu a situação em torno de Kreminna como “muito difícil” porque a Ucrânia estava trazendo mais tropas em preparação para um contra-ataque, informou o Wall Street Journal.
Enquanto isso, o porta-voz da força aérea ucraniana, Yuriy Ihnat, pediu mais mísseis para ajudar a repelir as forças russas.
“O inimigo está avançando no leste, tendo sucesso em alguns lugares e acumulando forças”, alertou Ihnat. “Precisamos nos preparar.”
Os combates também continuaram na cidade-chave de Bakhmut, na região de Donetsk, que as forças de Moscou e os mercenários do Grupo Wagner vêm tentando tomar há meses.
A agência de notícias estatal russa RIA Novosti informou, citando comandantes militares locais, que as tropas russas tomaram o controle de várias ruas dentro de Bakhmut.
Durante uma entrevista coletiva na terça-feira, o ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, divulgou os supostos avanços militares perto de Bakhmut e Vuhledar.
Diz-se que a Rússia está reforçando suas forças antes do que poderia ser uma ofensiva em larga escala envolvendo até 500.000 recrutas.
Espera-se que o Kremlin faça sua mudança nas próximas semanas para coincidir com o primeiro aniversário da invasão em 24 de fevereiro.
Moscou está em uma corrida contra o tempo para aproveitar o momento do campo de batalha antes que a Ucrânia comece a receber remessas de armas sofisticadas dos EUA e de seus outros aliados ocidentais, incluindo tanques de batalha, o que pode acontecer nos próximos dois meses.
O ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius, disse na quarta-feira que o primeiro batalhão de tanques de batalha Leopard 2 poderia ser entregue à Ucrânia já em março ou abril.
O Institute for the Study of War, um think tank com sede em Washington, DC, escreveu em uma atualização recente que o comando militar russo pode estar correndo para lançar uma ofensiva em larga escala para conquistar Donetsk “em um prazo irreal e provavelmente sem poder de combate suficiente”.
Analistas do ISW citaram a última avaliação do Ministério da Defesa do Reino Unido, que afirmou que as forças russas provavelmente tentaram lançar um ataque decisivo desde janeiro, mas “só conseguiram ganhar várias centenas de metros por semana” em parte devido à escassez de munição.
O Ministério concluiu que “é improvável que a Rússia desenvolva o poder de combate necessário para afetar substancialmente o resultado da guerra, enquanto o comando militar russo continuar a exigir avanços irrealistas e abrangentes”.
O intenso bombardeio em Luhansk na quarta-feira ocorreu quando o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, fez uma visita surpresa a Londres – apenas sua segunda viagem ao exterior desde o início da guerra – e se dirigiu aos membros do Parlamento para agradecê-los por seu apoio e pedir caças.
Zelensky insistiu em seu apelo por aeronaves de combate, que ele chamou de “asas para a liberdade”. Até agora, os países ocidentais relutaram em fornecer aviões ou armas que possam atacar profundamente a Rússia.
O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, prometeu acelerar o fornecimento de equipamentos militares, incluindo capacidades de longo alcance, e expandir seu treinamento militar ucraniano para incluir pilotos que aprenderão a pilotar jatos avançados da OTAN.
A embaixada da Rússia na Grã-Bretanha alertou Londres contra o envio de caças à Ucrânia, dizendo que tal movimento teria ramificações para o mundo inteiro, informou a agência de notícias TASS.
Zelensky deveria se encontrar com o presidente francês Emmanuel Macron e o chanceler alemão Olaf Scholz em Paris ainda na quarta-feira, antes de viajar para Bruxelas para participar de uma cúpula da União Europeia na quinta-feira.
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