Os ucranianos realizarão cerimônias em seu país devastado pela guerra na sexta-feira, no primeiro aniversário da invasão da Rússia, com o presidente Volodymyr Zelensky para garantir a vitória, mesmo quando enfrentam a ameaça de novos ataques com mísseis.
Há exatamente um ano, o presidente russo, Vladimir Putin, surpreendeu o mundo ao enviar tropas para o outro lado da fronteira, em uma ação vista como punição pela virada de Kiev para o Ocidente.
Na sexta-feira, Zelensky dará uma entrevista coletiva para marcar o marco amargo, enquanto as comemorações serão realizadas em todo o país.
Uma das cerimônias será realizada na cidade de Bucha, que se tornou sinônimo de atrocidades russas, enquanto os padres conduzirão orações pela paz.
“O mal ainda está por aí e a batalha continua”, disse Zelensky na quinta-feira.
“Mas sabemos com certeza que terminará com a nossa vitória”, acrescentou.
A inteligência ucraniana alertou sobre possíveis novos ataques de Moscou, incluindo ataques com mísseis.
As nações ocidentais, que apoiaram Kiev financeira e militarmente durante a guerra, também comemoraram o aniversário daquele que se tornou o maior conflito na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.
Os Estados Unidos e seus aliados do G7 planejam revelar um novo pacote de sanções, enquanto o conselheiro de segurança nacional dos EUA, Jake Sullivan, disse que Washington enviará à Ucrânia um novo pacote de ajuda militar no valor de US$ 2 bilhões.
Na quinta-feira, as Nações Unidas votaram de forma esmagadora para exigir que a Rússia “imediatamente” e “incondicionalmente” retire suas tropas da Ucrânia.
‘América está com a Ucrânia’
Esta semana, o presidente dos EUA, Joe Biden, surpreendeu o mundo ao visitar Kiev durante a guerra para prometer novas entregas de armas.
“Um ano depois, Kiev está de pé. A Ucrânia está de pé”, tuitou ele. “A democracia está de pé. A América – e o mundo – está com a Ucrânia.”
Em Paris, a Torre Eiffel será iluminada com as cores amarela e azul da bandeira ucraniana, enquanto em Londres, parlamentares e diplomatas rezarão em uma catedral católica ucraniana.
Na Alemanha, o chanceler Olaf Scholz deve falar com repórteres, enquanto ativistas planejam colocar um tanque russo em frente à embaixada de Moscou em Berlim.
Pequim, que busca se posicionar como uma parte neutra enquanto mantém laços estreitos com a Rússia, pediu aos dois países que mantenham negociações de paz o mais rápido possível em um documento de 12 pontos publicado na sexta-feira.
“Todas as partes devem apoiar a Rússia e a Ucrânia a trabalhar na mesma direção e retomar o diálogo direto o mais rápido possível”, disse o documento divulgado no site do Ministério das Relações Exteriores.
A China também enfatizou sua oposição ao uso de armas nucleares, bem como a ameaça de implantá-las.
“As armas nucleares não devem ser usadas e as guerras nucleares não devem ser travadas. A ameaça de uso de armas nucleares deve ser combatida”, afirmou.
‘O ano mais difícil’
A guerra de um ano devastou áreas da Ucrânia, deslocou milhões, transformou a Rússia em um pária no Ocidente e, segundo fontes ocidentais, causou mais de 150.000 baixas em cada lado.
De acordo com uma recente pesquisa ucraniana, 17% dos entrevistados disseram ter perdido um ente querido na guerra.
O estudo do grupo sociológico Rating também mostrou um grande aumento na confiança em relação a Zelensky, o ex-comediante de 45 anos que se tornou líder em tempos de guerra.
Cerca de 95% dos ucranianos dizem estar confiantes na vitória de Kiev.
“Este foi o ano mais difícil da minha vida e de todos os ucranianos”, disse Diana Shestakova, 23, em Kiev.
“Tenho certeza que sairemos vitoriosos, mas não sabemos quanto tempo teremos que esperar”.
‘Deus está nos ajudando’
Na linha de frente no leste da Ucrânia, as tropas de Kiev prometeram expulsar as forças de Moscou.
“Deus está nos ajudando. Ninguém pensou que a Ucrânia aguentaria”, disse um soldado que atende pelo indicativo de chamada “Cook”.
“Eu sei que milagres acontecem”, disse o soldado da 95ª Brigada de Assalto Aéreo Separada na região leste de Donetsk.
O ataque russo foi lançado com o objetivo de uma conquista rápida levando à capitulação e à instalação de um regime pró-Moscou.
Mas as forças russas não conseguiram conquistar Kiev e desde então sofreram derrotas no nordeste e no sul da Ucrânia.
Desde outubro, a Rússia vem atacando a infraestrutura de energia da Ucrânia, levando a cortes de energia que deixaram milhões de pessoas no frio e no escuro.
Apesar dos reveses militares e das sanções ocidentais sem precedentes, Putin, de 70 anos, recusou-se a recuar, acusando o Ocidente de apoiar forças neonazistas e alegando que a sobrevivência da Rússia estava em jogo.
Em seu discurso sobre o estado da nação na terça-feira, Putin prometeu que Moscou continuará lutando na Ucrânia e suspendeu sua participação no último tratado de controle de armas remanescente entre a Rússia e os Estados Unidos.
“Estamos protegendo a vida das pessoas, nosso lar nativo”, disse Putin. “E o objetivo do Ocidente é o poder sem fim”.
O Kremlin tem colocado a sociedade em pé de guerra, com a mídia independente banida e críticos proeminentes presos ou expulsos do país.
O ataque de Putin à Ucrânia e a mobilização de reservistas provocaram o que pode ser o maior êxodo em massa da Rússia desde a Revolução Bolchevique de 1917.
Mas com a propaganda na televisão em alta, muitos russos se uniram a Putin, apesar dos problemas econômicos e das múltiplas baixas.
“O país está realmente mudando para melhor”, disse Lyubov Yudina, segurança de 48 anos.
Outros estão desanimados.
“Não vejo futuro agora”, disse Ruslan Melnikov, um professor de 28 anos.
Leia todas as últimas notícias aqui
(Esta história não foi editada pela equipe do News18 e foi publicada a partir de um feed de agência de notícias sindicalizado)
Discussão sobre isso post