Os Estados Unidos e a Rússia se encontraram em seu maior contato face a face desde a invasão da Ucrânia no ano passado, à margem de uma reunião do G20 que terminou em confusão devido às divisões sobre o conflito.
O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, e o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, falaram brevemente na reunião dos principais diplomatas do mundo em Nova Délhi, que não conseguiu chegar a uma declaração final conjunta após objeções de Moscou e Pequim.
Blinken reafirmou o compromisso de Washington de proteger sua aliada Ucrânia, a fim de “desiludir os russos de qualquer noção de que nosso apoio possa estar vacilando”, disse uma autoridade dos EUA sob condição de anonimato.
A última vez que Blinken e Lavrov estiveram na mesma sala – em uma reunião do G20 em Bali em julho passado – o último saiu furioso, de acordo com autoridades ocidentais.
Até quinta-feira, não havia contatos cara a cara de alto nível entre os governos dos EUA e da Rússia desde que Moscou invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022, com Washington apoiando firmemente Kiev e liderando os esforços internacionais para isolar a Rússia.
A porta-voz diplomática russa Maria Zakharova procurou minimizar o significado do encontro, dizendo à agência de notícias estatal RIA Novosti que Blinken o iniciou e que foi passageiro.
Lavrov “falou com ele, em pé, como parte da segunda segunda sessão do G20”, disse ela. “Nenhuma conversa ou reunião real ocorreu.”
– Nenhuma declaração conjunta –
A reunião do G20 de quinta-feira chegou ao fim sem uma declaração conjunta – a segunda reunião do bloco a não chegar a um acordo em duas semanas.
Lavrov disse aos ministros das Relações Exteriores reunidos que os representantes ocidentais haviam atrapalhado a reunião em um esforço para usar a Rússia como bode expiatório por suas próprias falhas, desrespeitando os esforços dos anfitriões indianos para chegar a um acordo sobre outras questões.
“Quero pedir desculpas à presidência indiana e aos nossos colegas de países do Sul global pelo comportamento obsceno de algumas delegações ocidentais, que transformaram a agenda do G20 em uma farsa”, disse Lavrov, segundo a agência de notícias russa TASS.
As discussões sobre a declaração conjunta vacilaram em várias questões, incluindo a insistência da Rússia em uma investigação sobre a sabotagem do oleoduto Nord Stream no ano passado, disse Lavrov a repórteres por meio de um intérprete.
A Rússia e os países ocidentais trocaram acusações de responsabilidade pelas explosões de setembro.
Um comunicado divulgado na conclusão da reunião do G20 mostrou que a China se juntou à Rússia ao se recusar a apoiar as exigências do bloco de que Moscou cesse as hostilidades na Ucrânia.
Ambos os países foram os únicos membros do G20 a não concordar com a declaração exigindo a “retirada completa e incondicional” da Rússia.
Uma reunião dos ministros das finanças do G20 na cidade indiana de Bengaluru na semana passada também não chegou a um acordo sobre uma declaração comum depois que a Rússia e a China tentaram suavizar a linguagem sobre a guerra.
Delegados ocidentais temem que a China esteja considerando fornecer armas à Rússia e disseram antes da cúpula que pretendem desencorajar Pequim de intervir no conflito.
Desde a invasão da Ucrânia pela Rússia, a China tem se enquadrado como um partido neutro, mantendo laços estreitos com seu aliado estratégico, a Rússia.
Pequim reagiu furiosamente às alegações de que pode estar contemplando a transferência de armas e, em fevereiro, emitiu um documento de posição pedindo diálogo para resolver o conflito.
– ‘Houve divergências’ –
A guerra da Rússia na Ucrânia prejudicou outros itens da agenda na reunião do Grupo dos Vinte, que compreende as 19 maiores economias do mundo e a União Européia.
As diferenças frustraram a Índia, que disse querer usar seu ano como anfitriã para se concentrar em questões como o alívio da pobreza e o financiamento climático.
“Sobre a questão, que francamente diz respeito ao conflito na Ucrânia, houve divergências, houve diferenças que não conseguimos reconciliar”, disse o ministro das Relações Exteriores da Índia, S. Jaishankar, a repórteres no final da reunião.
No início do dia, o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, disse que a governança global “falhou” e pediu aos participantes que se reunissem pelo bem dos países em desenvolvimento não representados ali.
“Como as principais economias do mundo, também temos responsabilidade por aqueles que não estão nesta sala”, acrescentou.
Embora a Índia compartilhe das preocupações ocidentais com a China, também é um grande comprador de armas russas e aumentou as importações russas de petróleo.
A Índia não condenou a invasão da Ucrânia, disse Modi ao presidente russo, Vladimir Putin, no ano passado, que “não era hora de guerra”.
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(Esta história não foi editada pela equipe do News18 e foi publicada a partir de um feed de agência de notícias sindicalizado)
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