Por Sudip Kar-Gupta e Tassilo Hummel
PARIS (Reuters) – O lançamento fracassado do satélite Arianespace em dezembro provavelmente foi causado por um componente de carbono defeituoso, que o grupo aeroespacial italiano Avio comprou de um fornecedor na Ucrânia, disse a empresa, ao publicar as conclusões de uma investigação nesta sexta-feira.
Uma missão Arianespace em 20 de dezembro carregando dois satélites Airbus Defense & Space falhou cerca de dois minutos e meio de vôo quando ocorreu uma anomalia com seu motor de foguete Zefiro 40.
O lançamento fracassado da Guiana Francesa foi o mais recente de uma série de contratempos para as ambições espaciais independentes da Europa, que tenta competir com os Estados Unidos, Rússia e China.
A Arianespace abriu um inquérito independente para investigar o caso.
“Nenhuma fraqueza no design do Zefiro 40 foi revelada”, disse a Arianespace na sexta-feira, referindo-se ao motor que alimenta o segundo estágio de seu novo foguete Vega C, usado para colocar satélites em órbita.
“A Comissão confirmou que a causa foi uma supererosão termomecânica inesperada do composto de carbono/carbono (C/C) que constitui o inserto da garganta do bocal, adquirido pela Avio na Ucrânia”, disse a empresa.
Este material compósito específico está agora proibido de voar, disse Arianespace.
Avio é um dos sócios da Arianespace, rival da SpaceX de Elon Musk. A empresa é de propriedade majoritária de uma joint venture da Airbus e da Safran.
‘NÃO ACEITÁVEL’
A missão de dezembro foi a terceira falha de oito lançamentos na plataforma Vega pela Arianespace e pela Agência Espacial Européia (ESA). Foi o segundo lançamento do modelo de foguete Vega C.
Josef Aschbacher, chefe da ESA, disse em entrevista coletiva na sexta-feira que o acesso da Europa ao espaço está em jogo se as empresas domésticas não conseguirem acompanhar os rivais internacionais.
“Isto não é aceitável”, disse Stephane Israel, CEO da Arianespace, desculpando-se com a Airbus por ter perdido os dois satélites.
Giulio Ranzo, CEO da Avio, principal empreiteira da Arianespace para o Vega C, disse que aumentaria o número de engenheiros e gerentes da cadeia de suprimentos trabalhando no foguete.
Ranzo disse que a escolha de obter o material de carbono de um fornecedor ucraniano foi feita durante a fase de desenvolvimento do foguete entre 2015 e 2017, quando nenhum produto comparável em quantidades suficientes estava disponível na União Europeia.
“Trata-se de um material que passa por uma temperatura superior a 3.000 graus (Celsius) e é extremamente sofisticado, por isso mesmo um pequeno defeito pode levar a uma queda no desempenho”, disse.
Os parceiros disseram que pretendem lançar o próximo Vega C antes do final do ano.
(Reportagem de Sudip Kar-Gupta, redação de Tassilo Hummel. Edição de Jane Merriman)
Por Sudip Kar-Gupta e Tassilo Hummel
PARIS (Reuters) – O lançamento fracassado do satélite Arianespace em dezembro provavelmente foi causado por um componente de carbono defeituoso, que o grupo aeroespacial italiano Avio comprou de um fornecedor na Ucrânia, disse a empresa, ao publicar as conclusões de uma investigação nesta sexta-feira.
Uma missão Arianespace em 20 de dezembro carregando dois satélites Airbus Defense & Space falhou cerca de dois minutos e meio de vôo quando ocorreu uma anomalia com seu motor de foguete Zefiro 40.
O lançamento fracassado da Guiana Francesa foi o mais recente de uma série de contratempos para as ambições espaciais independentes da Europa, que tenta competir com os Estados Unidos, Rússia e China.
A Arianespace abriu um inquérito independente para investigar o caso.
“Nenhuma fraqueza no design do Zefiro 40 foi revelada”, disse a Arianespace na sexta-feira, referindo-se ao motor que alimenta o segundo estágio de seu novo foguete Vega C, usado para colocar satélites em órbita.
“A Comissão confirmou que a causa foi uma supererosão termomecânica inesperada do composto de carbono/carbono (C/C) que constitui o inserto da garganta do bocal, adquirido pela Avio na Ucrânia”, disse a empresa.
Este material compósito específico está agora proibido de voar, disse Arianespace.
Avio é um dos sócios da Arianespace, rival da SpaceX de Elon Musk. A empresa é de propriedade majoritária de uma joint venture da Airbus e da Safran.
‘NÃO ACEITÁVEL’
A missão de dezembro foi a terceira falha de oito lançamentos na plataforma Vega pela Arianespace e pela Agência Espacial Européia (ESA). Foi o segundo lançamento do modelo de foguete Vega C.
Josef Aschbacher, chefe da ESA, disse em entrevista coletiva na sexta-feira que o acesso da Europa ao espaço está em jogo se as empresas domésticas não conseguirem acompanhar os rivais internacionais.
“Isto não é aceitável”, disse Stephane Israel, CEO da Arianespace, desculpando-se com a Airbus por ter perdido os dois satélites.
Giulio Ranzo, CEO da Avio, principal empreiteira da Arianespace para o Vega C, disse que aumentaria o número de engenheiros e gerentes da cadeia de suprimentos trabalhando no foguete.
Ranzo disse que a escolha de obter o material de carbono de um fornecedor ucraniano foi feita durante a fase de desenvolvimento do foguete entre 2015 e 2017, quando nenhum produto comparável em quantidades suficientes estava disponível na União Europeia.
“Trata-se de um material que passa por uma temperatura superior a 3.000 graus (Celsius) e é extremamente sofisticado, por isso mesmo um pequeno defeito pode levar a uma queda no desempenho”, disse.
Os parceiros disseram que pretendem lançar o próximo Vega C antes do final do ano.
(Reportagem de Sudip Kar-Gupta, redação de Tassilo Hummel. Edição de Jane Merriman)
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