O ministro da Defesa da Alemanha alertou na quarta-feira contra “tirar conclusões precipitadas” sobre o ataque do ano passado aos gasodutos Nord Stream, após um relatório de que um grupo pró-Ucrânia realizou a operação – quando os promotores de Berlim revelaram novos detalhes sobre sua investigação sobre a potencial sabotagem.
“Temos que fazer uma distinção clara se foi um grupo ucraniano, aconteceu sob ordens ucranianas ou foi um grupo pró-ucraniano agindo sem o conhecimento do governo”, disse Boris Pistorius a repórteres em Estocolmo em uma reunião de chefes de defesa da União Europeia.
“Mas estou alertando contra tirar conclusões precipitadas”, acrescentou, observando que alguns especialistas levantaram a possibilidade de que o ataque aos oleodutos do Mar Báltico poderia ter sido uma “operação de bandeira falsa para culpar a Ucrânia”.
O chefe de política externa da União Europeia, Josep Borrell, também aconselhou paciência.
“Enquanto as investigações sobre as explosões do Nord Stream estiverem em andamento, não podemos tirar conclusões”, disse ele.
O New York Times, citando autoridades dos EUA, informou na terça-feira que a inteligência indica que apoiadores do governo de Kiev atacaram os oleodutos, que fornecem gás natural da Rússia para a Europa Ocidental.
O ministro da Defesa ucraniano, Oleksii Reznikov, também no encontro em Estocolmo, rejeitou as sugestões de que havia qualquer conexão oficial com a operação.
“É como um elogio às nossas forças especiais, mas esta não é a nossa atividade”, disse ele.
A Ucrânia tem lutado contra as forças invasoras russas há mais de um ano, e o presidente Volodymyr Zelensky tem feito lobby com os líderes ocidentais para continuar a fornecer ajuda e assistência militar enquanto Moscou se prepara para intensificar suas ofensivas na primavera.
Enquanto isso, o promotor federal da Alemanha confirmou na quarta-feira que os investigadores revistaram um barco em janeiro passado que eles acreditam ter sido usado para transportar explosivos para os oleodutos.
Os promotores disseram que uma empresa alemã alugou a embarcação, mas alertaram que nenhuma evidência ligava a empresa ao ataque.
“A identidade dos perpetradores e seus motivos são objeto de investigações em andamento. Declarações confiáveis sobre isso, especialmente sobre a questão do controle estatal, não podem ser feitas neste momento”, disseram os promotores.
O jornal diário alemão Die Zeit e as emissoras públicas ARD e SWR relataram na terça-feira que cinco homens e uma mulher usaram um iate alugado por uma empresa ucraniana com sede na Polônia para realizar o ataque.
Os meios de comunicação relataram que as pessoas usaram passaportes falsos para alugar o barco no porto alemão de Rostock, e o grupo incluía um capitão, dois mergulhadores, dois assistentes de mergulho e um médico.
A Casa Branca se recusou a comentar a reportagem do Times, citando investigações em andamento na Alemanha, Suécia e Dinamarca.
A Rússia, que culpou os EUA e o Reino Unido pela destruição dos oleodutos, rejeitou os relatórios como uma tentativa de desviar a atenção de encontrar os verdadeiros culpados.
“Os mentores do ataque terrorista claramente querem desviar a atenção”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, na quarta-feira, questionando como os EUA e seus aliados poderiam fazer quaisquer suposições sobre a responsabilidade sem uma investigação completa.
“O mínimo que os países acionistas do Nord Stream e as Nações Unidas devem exigir é uma investigação urgente e transparente com a participação de todos que possam esclarecer”, disse Peskov.
Com fios Postais
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