Ultima atualização: 15 de março de 2023, 11h33 IST
A presidente de Honduras, Xiomara Castro, disse que encarregou o ministro das Relações Exteriores, Eduardo Reina, de iniciar as relações oficiais com a República Popular da China. (Crédito da foto: Reuters)
A medida ocorre semanas depois que seu governo anunciou que estava negociando com a China a construção de uma hidrelétrica chamada Patuca II
Honduras estabelecerá relações diplomáticas com a China continental, disse o presidente Xiomara Castro na terça-feira, uma medida que resultaria no rompimento de laços oficiais de longa data com Taiwan.
Castro escreveu no Twitter que havia instruído o ministro das Relações Exteriores, Eduardo Reina, “a empreender a abertura de relações oficiais com a República Popular da China”.
A mudança ocorre semanas depois que seu governo anunciou que estava negociando com a China a construção de uma hidrelétrica chamada Patuca II.
De acordo com o princípio “One China” de Pequim, nenhum país pode manter relações diplomáticas oficiais com a China e Taiwan.
Honduras é um dos 14 países que reconhecem oficialmente Taiwan, uma ilha autogovernada que a China considera parte de seu território para ser retomada um dia, à força, se necessário.
O governo hondurenho não confirmou imediatamente se havia rompido oficialmente os laços com Taipei.
Na quarta-feira, o Ministério das Relações Exteriores de Taiwan expressou “séria preocupação” com o anúncio.
“Pedimos a Honduras que considere cuidadosamente e não caia na armadilha da China e tome a decisão errada para prejudicar a amizade de longo prazo entre Taiwan e Honduras”, disse o Ministério das Relações Exteriores em um comunicado.
Campo de batalha diplomático
A América Latina tem sido um importante campo de batalha diplomática para China e Taiwan desde que os dois se separaram em 1949, após uma guerra civil. Honduras está entre os três estados da América Central – ao lado de Belize e Guatemala – que ainda reconhecem Taiwan.
É um de seus poucos aliados restantes na América Latina depois que a China invadiu Nicarágua, El Salvador, Panamá, República Dominicana e Costa Rica nos últimos anos.
Outros aliados diplomáticos de Taiwan incluem Paraguai, Haiti e sete pequenas nações insulares no Caribe e no Pacífico.
Pequim aumentou a pressão diplomática, militar e econômica sobre Taiwan desde a eleição da presidente Tsai Ing-wen em 2016, que adotou uma abordagem mais robusta para a questão da independência de Taiwan.
Como parte desse impulso, a China intensificou os investimentos nos países latino-americanos nos últimos anos.
Ao anunciar os planos para construir a nova barragem em fevereiro, a chanceler hondurenha, Reina, disse que o projeto, financiado pela China, ajudará o país a aumentar seu fornecimento de energia.
Na época, Reina também negou as especulações de que Tegucigalpa iria estabelecer relações diplomáticas com Pequim.
A China já financiou a construção de outra barragem, batizada de Patuca III, graças a um empréstimo de US$ 300 milhões de Pequim. O Patuca III foi inaugurado em 2021 pelo então presidente Juan Orlando Hernandez.
Castro, a primeira mulher presidente de Honduras, havia prometido durante sua campanha que “imediatamente abriria relações diplomáticas e comerciais com a China continental”.
Taiwan respondeu na época chamando as promessas chinesas de investimento de “chamativas e falsas”.
A cerimônia de posse de Castro em 2022 contou com a presença do vice-presidente taiwanês William Lai, cujo breve intercâmbio com a contraparte americana Kamala Harris foi a primeira interação pública desse tipo em mais de quatro décadas.
Os Estados Unidos são um dos aliados mais próximos de Taiwan e maiores fornecedores de armas, mas também reconhecem apenas Pequim diplomaticamente e se opõem a qualquer mudança unilateral no status quo de qualquer um dos lados.
O analista Raul Pineda disse à AFP que se Honduras estabelecesse relações diplomáticas com a China, isso poderia afetar as relações com os Estados Unidos.
“No momento, as relações China-EUA estão muito tensas. Desse ponto de vista, seria uma decisão muito infeliz” do governo Castro, disse ele.
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(Esta história não foi editada pela equipe do News18 e foi publicada a partir de um feed de agência de notícias sindicalizado)
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