O presidente chinês, Xi Jinping, deve visitar em breve o russo Vladimir Putin e, segundo a mídia, realizar uma reunião virtual com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, semanas depois que a China propôs um plano de 12 pontos para a paz na Ucrânia.
O Ministério das Relações Exteriores da China disse que está em comunicação com os dois lados e, embora não tenha confirmado o plano de Xi de conversar com Putin ou Zelenskiy, há especulações de que a China pode tentar levar os rivais à mesa de negociações.
A seguir estão algumas das questões que a China e outros provavelmente levarão em consideração ao considerar as perspectivas de paz na Ucrânia.
POR QUE A CHINA TENTARIA MEDIAR?
A China tem tradicionalmente aderido ao princípio de não interferir nos conflitos de outros países, especialmente os mais distantes.
Mas um acordo de paz fechado em Pequim na semana passada entre a Arábia Saudita e o Irã destaca um objetivo chinês de se projetar como uma grande potência responsável sob a administração de Xi, dizem analistas.
“Xi gostaria de ser visto no cenário global como um estadista cuja influência é pelo menos igual à do líder dos EUA”, disse Wang Jiangyu, professor de direito da City University de Hong Kong.
A China também está ansiosa para desviar as críticas de que, quando se trata da Ucrânia, ficou do lado do agressor, a Rússia, que chama sua invasão em fevereiro do ano passado de uma “operação militar especial”.
A tentativa de intermediar a paz é um empreendimento de baixo custo que pode render altos retornos para a China, mesmo que um avanço rápido seja altamente improvável, dizem analistas.
QUAL É A PROPOSTA DE PAZ DA CHINA?
A China pediu a ambos os lados que concordem com uma redução gradual da escalada levando a um cessar-fogo abrangente em seu documento de 12 pontos sobre a “resolução política da crise na Ucrânia”.
Embora o plano exigisse a proteção de civis e que a soberania de todos os países fosse respeitada, a China se absteve de condenar a Rússia por sua invasão.
O plano teve boas-vindas mornas na Rússia e na Ucrânia, enquanto os Estados Unidos e a OTAN estavam céticos.
A Ucrânia, que diz que só considerará acordos de paz depois que as tropas russas deixarem o território ucraniano, questionou o plano por não afirmar que a Rússia deveria se retirar para trás das fronteiras em vigor desde o colapso da União Soviética em 1991, mas depois disse que estava aberto a “partes”. do plano”.
A Rússia disse que faria um “estudo detalhado” do plano, mas não vê nenhum sinal de uma resolução pacífica por enquanto.
Os EUA disseram que a China se apresentou publicamente como neutra e em busca da paz, enquanto ao mesmo tempo refletia a “narrativa falsa” da Rússia sobre a guerra, forneceu assistência não letal e estava considerando assistência letal. A China nega isso.
A Otan disse que a China não tem muita credibilidade como mediadora na Ucrânia.
QUE PAPEL A CHINA PODE DESEMPENHAR?
Analistas dizem que será difícil para a China levar a Rússia e a Ucrânia à mesa de negociações, ao contrário da Arábia Saudita e do Irã, que apresentaram uma vitória diplomática mais fácil.
“A Arábia Saudita e o Irã realmente querem conversar e melhorar as relações, enquanto a Rússia e a Ucrânia não, pelo menos por enquanto”, disse Yun Sun, diretor do Programa para a China no Stimson Center, com sede em Washington.
No entanto, Xi poderia atuar como um canal de apoio, disse Yun, o que poderia dar início a negociações que por enquanto parecem improváveis com ambos os lados endurecendo suas posições na guerra.
Uma tentativa infrutífera da Turquia, membro da Otan, de sediar o diálogo em Istambul nas semanas após o início da guerra no ano passado destacou a dificuldade.
QUE ALAVANCA A CHINA TEM?
Alguns analistas dizem que a China está em melhor posição do que a Turquia para mediar porque tem mais influência sobre a Rússia.
A China é o aliado mais importante da Rússia e tem comprado petróleo russo e fornecido um mercado para produtos russos rejeitados pelos países ocidentais.
A China também tem alguma influência sobre a Ucrânia, que não gostaria de torpedear as chances de apoio chinês para sua reconstrução, disse Samuel Ramani, especialista em Rússia da Universidade de Oxford.
A China expandiu o comércio com a Ucrânia depois que a Rússia invadiu a Crimeia em 2014 e não reconheceu o território anexado como russo, disse ele.
“Mais importante, Zelenskiy não quer provocar tanto a China a ponto de começar a armar a Rússia”, disse Ramani.
A CHINA PODE SER UM CORRETOR HONESTO?
Os estreitos laços da China com a Rússia significam que seu papel será visto com profundo ceticismo. Dias antes de a Rússia invadir a Ucrânia, China e Rússia anunciaram uma parceria “sem limites”.
Embora a China tenha pedido paz desde o início da guerra, isso refletiu amplamente a posição russa de que a Otan ameaçou a Rússia com sua expansão para o leste, enquanto os aliados ocidentais da Ucrânia atiçaram as chamas da guerra fornecendo tanques e mísseis.
Andrew Small, membro sênior do German Marshall Fund, disse que a China quer ser vista como fazendo sua parte pela paz, mas não está preparada para pressionar Putin a parar a guerra e sacrificar suas relações com a Rússia.
“Pequim não jogou seu peso nem tentou coagir a Rússia a fazer nada”, disse ele.
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(Esta história não foi editada pela equipe do News18 e foi publicada a partir de um feed de agência de notícias sindicalizado)
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