O presidente russo, Vladimir Putin, e o líder chinês, o presidente Xi Jinping, assinarão acordos inaugurando uma “nova era” de laços em Moscou na próxima semana, informou o Kremlin na sexta-feira.
Xi estará na Rússia de segunda a quarta-feira, anunciaram Pequim e Moscou, para conversas com seu aliado estratégico há pouco mais de um ano na campanha militar da Rússia na Ucrânia.
O conselheiro do Kremlin, Yuri Ushakov, disse que Putin e Xi assinariam uma declaração importante “sobre o fortalecimento da parceria abrangente (dos dois países) e das relações estratégicas que entram em uma nova era”.
O Ministério das Relações Exteriores da China chamou a viagem de Xi de “uma visita pela paz” que visava “praticar o verdadeiro multilateralismo… melhorar a governança global e fazer contribuições para o desenvolvimento e progresso do mundo”.
Os dois líderes trocariam pontos de vista sobre as relações entre seus países e as principais questões internacionais e regionais, disse o porta-voz do ministério, Wang Wenbin, a repórteres.
“O mundo entrou em um novo período de turbulência”, disse ele.
“A China manterá sua posição objetiva e justa sobre a crise ucraniana e desempenhará um papel construtivo na promoção de negociações de paz”, acrescentou.
Em comentários veiculados por agências de notícias russas, Ushakov disse que o Kremlin “valorizou muito” a “posição contida e ponderada” de Pequim sobre o conflito.
– Diálogo e respeito –
Xi, de 69 anos, iniciou um terceiro mandato de cinco anos como presidente neste mês, rompendo com um precedente de longa data.
Sua visita à Rússia ocorre pouco mais de um ano depois que Putin, de 70 anos, enviou tropas à Ucrânia, dando início a um conflito que isolou Moscou no cenário internacional.
A China, um importante aliado da Rússia, tem procurado se posicionar como uma parte neutra, instando Moscou e Kiev a resolvê-lo por meio de negociações.
Em um documento de posição de 12 pontos sobre o conflito no mês passado, a China pediu diálogo e respeito pela soberania territorial de todos os países.
Mas os líderes ocidentais criticaram repetidamente Pequim por não condenar a ofensiva da Rússia, acusando-a de fornecer a Moscou cobertura diplomática para seu ataque.
Os Estados Unidos acusaram a China de ponderar o envio de armas para apoiar a campanha da Rússia – alegações que Pequim nega veementemente.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse em fevereiro que planejava se encontrar com Xi depois que Pequim convocou negociações. O Ministério das Relações Exteriores da China não confirmou na sexta-feira se ele planejava fazê-lo.
Os ministros das Relações Exteriores dos dois países fizeram uma ligação telefônica na quinta-feira, a primeira desde que Qin Gang da China assumiu o cargo.
– A China, a pacificadora? –
Qin instou Kiev e Moscou a reiniciar as negociações de paz “o mais rápido possível”, acrescentando que “a China está preocupada que a crise possa escalar e ficar fora de controle”.
Seu homólogo ucraniano, Dmytro Kuleba, disse que a ligação incluía a discussão sobre “o significado do princípio da integridade territorial”, sem dar detalhes.
Anteriormente aliados socialistas com um relacionamento tempestuoso, a China e a Rússia aprofundaram recentemente a cooperação econômica, militar e política como parte de sua parceria “sem limites”.
Ambos os lados frequentemente enfatizam a estreita relação entre Putin e Xi.
Xi visitou a Rússia pela última vez em 2019, enquanto Putin participou da cerimônia de abertura das Olimpíadas de Inverno em Pequim no ano passado e os dois líderes também se encontraram em uma reunião de segurança regional no Uzbequistão em setembro.
Xi também ajudou a estimular um acordo mediado pela China para restaurar os laços entre o Irã e a Arábia Saudita na semana passada.
“Se (a China) está realmente intensificando seus esforços para bancar o pacificador de maneira significativa, dependerá da substância do que ela propõe durante as reuniões com líderes da Ucrânia e da Rússia”, disse Ja-Ian Chong, professor associado da Universidade Nacional de Cingapura.
O anúncio da visita de Xi veio depois que a Polônia disse esta semana que Varsóvia entregaria um lote inicial de quatro caças MiG-29 para a Ucrânia, no que seria o primeiro embarque desse tipo por um membro da OTAN.
– Jatos de combate –
A Eslováquia seguiu na sexta-feira com uma oferta de 13 aviões de guerra MiG-29 para Kiev, que pediu aos aliados que enviassem caças antes de uma esperada ofensiva de primavera.
“Estamos dando esses MiGs à Ucrânia para que ela possa proteger os civis contra as muitas bombas que caem sobre suas casas e que são a razão pela qual as pessoas estão morrendo na Ucrânia”, disse o primeiro-ministro Eduard Heger.
Ele disse aos repórteres que Bratislava também entregaria um sistema de defesa aérea Kub para a Ucrânia.
O lote incluirá 10 jatos operacionais e outros três que não estão em uso desde 2008.
O ministro da Defesa eslovaco, Jaroslav Nad, disse que a transferência levaria “algumas semanas”.
“Nossos passos são totalmente coordenados com a Polônia e a Ucrânia”, disse Heger, acrescentando que seu governo “está do lado certo da história”.
A Ucrânia estava procurando principalmente F-16 modernos fabricados nos Estados Unidos.
O Kremlin disse que as armas não teriam impacto no campo de batalha.
“Todo esse equipamento será destruído”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, a repórteres.
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(Esta história não foi editada pela equipe do News18 e foi publicada a partir de um feed de agência de notícias sindicalizado)
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