O Taleban lançou nesta terça-feira (17) uma campanha para tentar convencer o Afeganistão e o mundo de que não repetirá no governo o regime de terror que comandou de 1996 a 2001. Um porta-voz do grupo fundamentalista islâmico afirmou que as mulheres terão acesso a escolas e universidades e não precisarão usar burca na rua. No entanto, de acordo com Suhail Shaheen, as afegãs ainda terão de utilizar o hijab, o véu islâmico que deixa o rosto à mostra, ao sair de casa. “É pela segurança delas”, justificou o representante em entrevista à rede britânica Sky News. Além disso, Shaheen ressaltou que as mulheres terão acesso a trabalhos e educação, mas “à luz da lei islâmica”, algo incerto.
“Vamos nos empenhar pelos direitos das mulheres no âmbito da Sharia [a lei islâmica], não haverá discriminação”, reforçou outro porta-voz, Zabihullah Mujahid, em coletiva de imprensa em Cabul. Mais cedo, o Taleban já havia tentando dar cores simbólicas à sua versão 2021: um dos responsáveis pela área de mídia do grupo, Mwalawi Abdulhaq Hemad, sentou-se no estúdio com a apresentadora Beheshta Arghand, da mais popular rede de TV afegã, a Tolo.
Na TV, o Taleban anunciou uma anistia ampla no país, não apenas para militares que aderissem ao grupo, como havia dito na segunda (16). Incentivou que mulheres voltassem logo ao trabalho e disse que elas têm de integrar o próximo governo.
De volta ao poder 20 anos depois de ter sido destituído pela invasão americana, o grupo fundamentalista vem tentando vender uma imagem de “moderado” para facilitar seu reconhecimento pela comunidade internacional. Em seu primeiro regime, entre 1996 e 2001, o Talibã proibia a existência de escolas mistas, o que, na prática, impedia que meninas estudassem, e obrigava mulheres a usarem burcas – vestimenta que cobre o corpo inteiro – ao sair de casa.
Desta vez, no entanto, o grupo já até prometeu anistia geral para funcionários que trabalhavam para o governo anterior e instou os servidores públicos a retornarem às suas funções. Apesar disso, essa imagem de moderação ainda é vista com ceticismo tanto pela comunidade internacional como internamente. “Ninguém pode me ajudar, estou aqui sentada com minha família e meu marido. E eles virão atrás de pessoas como eu e me matar”, disse ao jornal britânico “i” a prefeita mais jovem do Afeganistão, Zarifa Ghafari, de 27 anos.
Ativista pelos direitos das mulheres, ela é prefeita de Maidan Shahr desde 2019, mas agora teme retaliações do Talibã. “Estou destruída, mas não vou parar, mesmo que venham me buscar. Não tenho medo de morrer”, acrescentou.
O Taleban lançou nesta terça-feira (17) uma campanha para tentar convencer o Afeganistão e o mundo de que não repetirá no governo o regime de terror que comandou de 1996 a 2001. Um porta-voz do grupo fundamentalista islâmico afirmou que as mulheres terão acesso a escolas e universidades e não precisarão usar burca na rua. No entanto, de acordo com Suhail Shaheen, as afegãs ainda terão de utilizar o hijab, o véu islâmico que deixa o rosto à mostra, ao sair de casa. “É pela segurança delas”, justificou o representante em entrevista à rede britânica Sky News. Além disso, Shaheen ressaltou que as mulheres terão acesso a trabalhos e educação, mas “à luz da lei islâmica”, algo incerto.
“Vamos nos empenhar pelos direitos das mulheres no âmbito da Sharia [a lei islâmica], não haverá discriminação”, reforçou outro porta-voz, Zabihullah Mujahid, em coletiva de imprensa em Cabul. Mais cedo, o Taleban já havia tentando dar cores simbólicas à sua versão 2021: um dos responsáveis pela área de mídia do grupo, Mwalawi Abdulhaq Hemad, sentou-se no estúdio com a apresentadora Beheshta Arghand, da mais popular rede de TV afegã, a Tolo.
Na TV, o Taleban anunciou uma anistia ampla no país, não apenas para militares que aderissem ao grupo, como havia dito na segunda (16). Incentivou que mulheres voltassem logo ao trabalho e disse que elas têm de integrar o próximo governo.
De volta ao poder 20 anos depois de ter sido destituído pela invasão americana, o grupo fundamentalista vem tentando vender uma imagem de “moderado” para facilitar seu reconhecimento pela comunidade internacional. Em seu primeiro regime, entre 1996 e 2001, o Talibã proibia a existência de escolas mistas, o que, na prática, impedia que meninas estudassem, e obrigava mulheres a usarem burcas – vestimenta que cobre o corpo inteiro – ao sair de casa.
Desta vez, no entanto, o grupo já até prometeu anistia geral para funcionários que trabalhavam para o governo anterior e instou os servidores públicos a retornarem às suas funções. Apesar disso, essa imagem de moderação ainda é vista com ceticismo tanto pela comunidade internacional como internamente. “Ninguém pode me ajudar, estou aqui sentada com minha família e meu marido. E eles virão atrás de pessoas como eu e me matar”, disse ao jornal britânico “i” a prefeita mais jovem do Afeganistão, Zarifa Ghafari, de 27 anos.
Ativista pelos direitos das mulheres, ela é prefeita de Maidan Shahr desde 2019, mas agora teme retaliações do Talibã. “Estou destruída, mas não vou parar, mesmo que venham me buscar. Não tenho medo de morrer”, acrescentou.
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