WASHINGTON – O presidente da Câmara, Kevin McCarthy, anunciou na segunda-feira que se reunirá com a presidente taiwanesa, Tsai Ing-wen, no sul da Califórnia no final desta semana, uma medida que já atraiu a ira da China.
McCarthy (R-Califórnia) sediará a “reunião bipartidária” com Tsai na Biblioteca Presidencial Ronald Reagan em Simi Valley enquanto o líder da ilha autônoma faz uma parada em uma viagem de 10 dias pelos Estados Unidos, anunciou o gabinete do orador.
O anúncio foi uma notícia indesejável para Pequim, que considera Taiwan uma província separatista e cujo presidente, Xi Jinping, disse que sua principal prioridade é a “reunificação” com a ilha. A Taiwan democrática, no entanto, reivindica independência da nação maior.
A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, criticou a próxima reunião, dizendo que Pequim “enfatizou repetidamente [that] nos opomos fortemente a qualquer forma de interação oficial e contato entre o lado dos EUA e as autoridades de Taiwan.”
“Existe apenas uma China no mundo e Taiwan é uma parte inalienável da China”, disse Mao. “O congressista relevante dos EUA precisa … abster-se de enviar sinais errados às forças da ‘independência de Taiwan’ e evitar minar as relações China-EUA e a paz e estabilidade no Estreito de Taiwan.”
Os EUA atualmente observam uma política de “Uma China”, que reconhece as reivindicações da China sobre a ilha, mas considera o status de soberania de Taiwan como instável.
Ainda assim, altos líderes dos EUA – incluindo o presidente Biden – disseram que Washington sairia em defesa de Taiwan se a China lançasse uma invasão militar.
Tsai teria se encontrado na semana passada com o principal democrata da Câmara, o deputado Hakeem Jeffries, de Nova York, que representa o Brooklyn e o Queens.
O encontro de McCarthy com Tsai ocorre cerca de oito meses depois que a então presidente da Câmara, Nancy Pelosi (D-Califórnia), se tornou a autoridade eleita de mais alto escalão dos EUA a visitar Taiwan desde o então presidente da Câmara, Newt Gingrich (R-Ga.) Em 1997.
Pelosi fez essa viagem de 19 horas, apesar das advertências da Casa Branca contra viajar para a ilha por medo de irritar Pequim e prejudicar ainda mais as já ferventes tensões EUA-China.
A China respondeu à visita de Pelosi lançando seus maiores exercícios militares em mais de 25 anos.
Durante quatro dias após o desembarque de Pelosi em Taiwan em 2 de agosto, Pequim conduziu exercícios aéreos e marítimos perto de Taiwan, incluindo prática de tiro real e lançamento de mísseis.
Questionado se Pequim adotaria respostas militares semelhantes ao próximo encontro de Tsai com McCarthy, Mao alertou que a China “tomará medidas resolutas para salvaguardar sua soberania e integridade territorial”.
Desde a visita de Pelosi, as tensões com a China só aumentaram, com as comunicações entre militares cortadas desde a viagem.
As relações diplomáticas também ficaram desgastadas depois que o secretário de Estado, Antony Blinken, descartou uma viagem planejada a Pequim no final de janeiro, depois que o NORAD descobriu que a China havia lançado um balão espião no espaço aéreo dos EUA.
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